Diário de bordo.
Após cumprir mais uma etapa do meu trabalho e realizar a última entrega, estava pilotando a S.S. Dolphin II para voltar a Hocotate, o meu planeta natal. Porém, ao tentar usar o equipamento de teletransporte, acabei sendo surpreendido com uma onda de meteoros que atingiu minha nave.
Caí em um planeta estranho, mas que aparenta ser bastante familiar. Infelizmente, S.S. Dolphin II me alertou que ficamos sem Sparklium, o seu combustível. E, para piorar, precisamos de 30.000 Sparklium para conseguir retornar a Hocotate. Por que será que isso sempre acontece comigo? Espero que o presidente não saiba desse incidente e que minha carteira de piloto interplanetário não seja cassada...
Curiosamente, encontramos tesouros que possuem algumas centenas de Sparklium dentro deles. Acredito que se reunirmos vários itens, conseguiremos combustível suficiente para voltarmos ao lar. Por sorte (ou será o destino?), neste planeta existem inúmeros Pikmin. Esses pequenos e carismáticos seres eu havia encontrado em expedições anteriores e eles têm a intenção de me ajudar. Espero ser um bom líder. Essa é a minha nova jornada e vou chamá-la de Hey! Pikmin.
Toda a ação é feita pela tela inferior do 3DS |
Ordens do Capitão
Os Pikmin que encontrei durante minha exploração são os mesmos da minha última viagem em Pikmin 3 (Wii U). Há os vermelhos, que são os mais fortes e resistentes ao fogo; os amarelos, que são os mais leves, podendo atingir maior altura quando arremessados, além de conduzir e resistir à eletricidade; os azuis, sendo os únicos que podem nadar; os de pedra, possuindo corpos duros que permitem quebrar cristais; e os rosas alados, que podem voar e me segurar durante quedas para cair lentamente. Novamente não encontrei os Pikmin roxos e brancos. Será que eles foram extintos? Espero que não, eu gostava bastante deles na minha expedição em Pikmin 2 (GC).Senti algumas diferenças em minhas descobertas em Hey! Pikmin. Desta vez, o mundo está mais limitado e linear, não exigindo mais tanta estratégia como antes. A progressão sidescrolling não oferece muitas opções e não exige a organização dos Pikmin ou distribuição de múltiplas tarefas para eles. Há poucos caminhos e as ações que preciso realizar são óbvias. O foco está na solução de pequenos obstáculos e no meu reflexo para arremessar esses pequenos seres coloridos. Empurrar pedras, construir pontes e derrubar objetos são algumas ações, intercaladas com alguns predadores para derrotar. Às vezes me pergunto se eles gostam de serem lançados. Bem, eles gritam “Pikmin!” e comemoram quando me trazem algo. Acho que o instinto deles está apenas em ajudar.
Há menos Pikmin e foco maior em puzzles |
Para todos os jogadores
A jogabilidade de Hey! Pikmin utiliza apenas o direcional e a touchscreen do 3DS. Toda a ação é realizada pela tela inferior e, por isso, o jogo não possui efeito 3D estereoscópico. Basta clicar no local desejado e o Pikmin será arremessado. No canto inferior, você pode selecionar o tipo de Pikmin desejado, clicar para usar o apito ou o jetpack. Além disso, se você for canhoto, o jogo permite controlar Olimar usando os botões A, B, X e Y como direcional digital.
Diferentemente de minhas aventuras anteriores, a quantidade máxima de Pikmin que encontro em cada área é de apenas 20. Isso me fez criar uma preocupação maior com eles, pois há alguns tesouros que exigem determinada quantidade de Pikmin para carregá-los. Ainda me sinto muito culpado (e irritado) quando deixo um Pikmin ser devorado por uma das criaturas nativas. Sinto uma dor no coração quando isso acontece. Felizmente, se eu for descuidado demais e perder muitos deles, é possível encontrar o suficiente para progredir até o encontro da S.S. Dolphin II no fim do caminho sem maiores dificuldades.
Em cada setor desse planeta encontro quatro áreas principais, uma extra acessada por um caminho secreto e uma final com uma criatura gigante. Há alguns pequenos locais com desafios rápidos para utilizar determinados tipos e quantidades de Pikmin para coletar tesouros e pequenas estátuas um tanto esquisitas. Deparei-me com algumas de seres bigodudos, umas de diferentes animais que vestem roupas e outras de crianças e lulas armadas. Se os habitantes que viveram nesse mundo colecionavam essas estátuas, certamente precisavam de muito espaço e dinheiro para possuí-las. Aposto que algumas dessas estátuas devem ser valiosas!
Olimar analisa os amiibo coletados. Não deixe de conferi-los no Logs, as descrições são hilárias |
Figuras exóticas
Hey! Pikmin é compatível com os amiibo. As figuras da série Super Mario, Pikmin, Splatoon e Animal Crossing aparecem para serem coletadas nos “Secret Spots” no mapa, bastando clicar no ícone de amiibo e usá-los. Já o amiibo de Olimar da série Super Smash Bros. também pode ser utilizado nas fases para invocar quatro Pikmin, enquanto que o novo amiibo de Pikmin varia a quantidade de acordo com o level ganho no Pikmin Park, podendo ser usados apenas uma vez por área. Os demais bonecos apenas rendem unidades de Sparklium.
O mundo perdido de Pikmin Park
Apesar de batalhas criativas, até os chefes de Hey! Pikmin são fáceis |
Conforme vou coletando mais Sparklium, S.S. Dolphin II consegue realizar melhorias em si mesma e no meu traje de astronauta. Ter acesso ao mapa de cada área, mais energia e tempo para utilizar o meu jetpack é uma ajuda e tanto! É sempre bom conversar com a nave, ela me faz sentir menos solitário. Fico imaginando se os habitantes desse planeta também conversavam com máquinas.
Uma novidade que encontrei foi uma área em que posso manter os Pikmin que reúno livres e seguros. Eu e S.S. Dolphin II a nomeamos de Pikmin Park. Aqui eu posso selecionar diferentes regiões do mapa e ordenar tipos de Pikmin que devem explorá-las. Gradualmente quanto mais Pikmin reúno, mais rápido eles encontram Sparklium. Infelizmente não há muito o que fazer no parque e em pouco tempo os Pikmin ficam sem ter o que explorar. Será que sou exigente demais?
No Pikmin Park, você ordena os Pikmin para explorarem regiões. Porém, rapidamente as áreas são completadas e o parque fica sem uso |
Mais vale um New 3DS na mão
Apesar de possuir gráficos sólidos e bonitos para os padrões do portátil, Hey! Pikmin sofre com quedas de framerate. Jogamos o game no New Nintendo 3DS e a taxa de quadros é mais consistente, com quedas ocasionais. Entretanto, o mesmo não pode ser dito no modelo padrão do 3DS. Infelizmente as quedas de framerate são constantes, principalmente quando há muitos inimigos e Pikmin na tela. Com isso, a ação fica lenta e você acaba perdendo Pikmin como consequência. Se tiver oportunidade ou quiser aproveitar melhor Hey! Pikmin, jogue-o no New 3DS.
Ao infinito e além
A minha jornada em Hey! Pikmin não foi difícil. Pilotos de primeira viagem certamente não terão dificuldade em se aventurar nesse planeta, mas os mais experientes sentirão falta de desafio, porém, podem tentar encontrar todos os tesouros, os caminhos secretos e superar cada área sem perder Pikmin algum. De uma perspectiva diferente, é uma jornada com defeitos, mas acessível e adaptável, ainda mantendo o mesmo carisma de sempre.
Prós
- Jogabilidade simples e intuitiva;
- As cutscenes entre áreas são carismáticas;
- Ausência de tempo favorece a exploração.
Contras
- Dificuldade baixa;
- Pikmin Park poderia ser melhor aproveitado;
- Quedas de framerate prejudicam o jogo no modelo padrão do 3DS;
- Ausência dos Pikmin roxos e brancos.
Hey! Pikmin — Nintendo 3DS — Nota: 7.0
Revisão: Vitor Tibério