Acelerando e coletando rupees em Hyrule Circuit — Mario Kart 8 (Wii U) e Mario Kart 8 Deluxe (Switch)

O estágio da série Mario Kart que homenageia uma das franquias de maior sucesso é belo, desafiador e muito divertido.

em 24/05/2017

A Nintendo sempre gostou de misturar personagens e elementos de suas franquias de maior sucesso em títulos spin-off — sem levar em conta os inúmeros easter eggs em jogos canônicos de suas séries. Conhecendo bem a fórmula de sucesso da franquia Mario Kart, a gigante de Quioto decidiu criar fases com temáticas baseadas em duas outras franquias de sucesso: Animal Crossing e The Legend of Zelda. Hoje, vamos falar de Hyrule Circuit, a pista que homenageia o herói do tempo e o mundo de fantasia de Hyrule com todo o estilo e dinâmica que só MK8 e MK8D podem oferecer.

O melhor de dois mundos

É impossível não comentar sobre a genialidade de reunir elementos de duas franquias tão icônicas em um só cenário. A franquia Mario Kart não é sobre jogos de corrida em que o vencedor é aquele que mais corre, e sim sobre aquele que sabe gerenciar bem velocidade, curvas, itens, coleta de moedas e que ainda conta com uma parcela de sorte para não ser atingido por um Spiny Shell enquanto lidera aquela volta. A franquia The Legend of Zelda, do mesmo modo, não se limita ao ato de salvar uma princesa ou salvar seu reino. Os ambientes, a música e todo o universo criado ao redor das narrativas épicas e fantasiosas da franquia são memoráveis e servem de inspiração para muitas obras dessa mídia.


A pista foi lançada inicialmente para Mario Kart 8 como conteúdo adicional pago, disponível na eShop do Wii U, e é parte integrante da versão definitiva Mario Kart 8 Deluxe. Além dela, o personagem jogável Link e algumas partes de kart foram incluídos neste pacote. Era a oportunidade certa para os fãs da franquia do herói do tempo mostrarem que Link, além de derrotar Ganon, Vaati e outros vilões, também era um exímio piloto de karts com graduação em uso de itens aleatórios.

A Hyrule que ninguém conhecia

Ao observar o trailer de apresentação da fase, pode-se perceber que toda a vastidão de Hyrule — conhecida por suas extensas planícies, grandes lagos, construções pitorescas e dungeons misteriosas — foi condensada em um ambiente mais propício para a prática de corridas. Obras arquitetônicas mais conhecidas, como Hyrule Castle, o pedestal onde fica a emblemática Master Sword e os vilarejos característicos da franquia, são representadas aqui diferentemente do que encontramos nos jogos da série, principalmente no que diz respeito ao local onde se encontram. Porém essa adaptação é muito bem construída para o gênero de jogo que estamos tratando, criando uma linearidade harmoniosa nos caminhos que cruzam o mapa.

Os apitos de largada são os mesmos que em qualquer outra partida do título, porém o que vemos em volta é bem diferente. Dependendo da posição de onde largamos, podemos observar, acima de nosso personagem, um arco de pedras bem diferente dos geralmente presentes em outras pistas de Mario Kart. O arco, diferentemente das convencionais placas de madeira com o nome da franquia de corrida, tem o brasão da franquia The Legend of Zelda colorido e bem posicionado, para que todos aqueles que cruzarem a linha de chegada possam vê-lo e se sentir um pouco mais perto da fantasia de Hyrule.


Dada a largada, não espere músicas animadas ou enérgicas como em muitas pistas de MK8. Em vez disso, feche os olhos (não, não faça isso!) e aprecie a bela composição de Koji Kondo que embalou as muitas aventuras de Link. Sim, uma versão bem fiel à original de The Legend of Zelda Main Theme foi preparada especialmente para essa ocasião — que marca o encontro de Mario e sua turma e toda a lenda acerca do herói do tempo. Nos primeiros momentos de corrida, a cada curva fechada nas planícies de Hyrule Field, é comum sentir aquela sensação sublime e aventuresca proporcionada pela franquia Zelda, bem como a sensação de adrenalina e emoção da velocidade da franquia Mario Kart.

Customização fiel

E falando em curvas, logo nas primeiras pode-se notar algo muito bem pensado para uma fase temática como essa. As tradicionais moedas, presentes durante o trajeto ou entregues aos jogadores como itens aleatórios, foram substituídas por rupees, os pequenos itens verdes que são moeda oficial em Hyrule. As regras sobre a coleta de rupees e o máximo que pode-se obter, porém, são as mesmas aplicadas às moedas originais.



Os sons da fase, além da música tema, foram colocados para homenagear mais uma vez a franquia Zelda. O som da coleta de moedas é substituído pelo som da coleta de rupees. Após executar uma sequência de passos, que não serão divulgados aqui por motivos de spoiler, é possível ativar uma rampa para saltar por cima do pedestal da Master Sword.

Essa sala — localizada dentro do castelo e que contém vitrais coloridos representando mementos da franquia — ativa uma rampa secreta ao famoso som de puzzle solved (ou quebra-cabeça resolvido), e permite ao jogador que pule por cima da espada, iniciando uma curta animação.


Após a saída do castelo, ainda encontramos um trecho a ser percorrido antes do fim da pista, cercado de Piranha Plants aleatoriamente dispostas para atrapalhar a vida de quem derrapar e fizer uma curva muito próxima da "borda". Nesse momento, é comum ver os jogadores diminuindo a velocidade e derrapando cautelosamente, a fim de evitar ser atrapalhado pela grama ao lado das curvas estreitas ou de ser atingido por uma abocanhada da planta carnívora mais odiada do mundo dos games.

Todas as características citadas acima, somadas aos fortes sentimentos de admiração e amor que os fãs têm pelas duas franquias, contribuíram para essa que é, sem dúvida, uma das experiências mais marcantes de Mario Kart 8. Seja ambientando as memoráveis aventuras do herói do tempo ou mostrando toda sua beleza e autenticidade no formato de pistas de corrida, Hyrule jamais foi a mesma após esse crossover das série The Legend of Zelda e Mario Kart.

Revisão: Luigi Santana

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