Prévia: Paper Mario: Color Splash, as últimas páginas coloridas do Wii U

Com belos visuais, muita ação, pouco RPG e o tradicional carisma que consagrou a série desde o tempo do N64, Color Splash encerra mais um ciclo do Wii U.

em 30/09/2016
Anunciado para o Wii U em 3 de março de 2016, em um Nintendo Direct, Paper Mario: Color Splash pegou os jogadores de surpresa, gerando um misto de decepção e expectativa sobre uma das séries spin-off mais amadas do bigodudo da Nintendo. Nós, do Nintendo Blast, aproveitamos a proximidade do lançamento e contamos para você o que esperar deste que é um dos últimos suspiros do Nintendo Wii U.

As primeiras páginas

Quando Super Mario RPG: Legend of the Seven Stars foi lançado para o Super Nintendo em 1996, os fãs de Mario comemoraram a incursão de seu maior herói em um novo gênero. Misturando aventura, plataforma e RPG, o jogo foi aclamado como um clássico instantâneo, graças ao seu equilíbrio de gêneros sem perder a identidade da série principal.

Com as críticas positivas ao jogo, a Nintendo já preparava um sucessor do simpático RPG para o seu novo console, o Nintendo 64. Infelizmente, o fim da parceria com a então Squaresoft durante a geração fez com que Super Mario RPG 2 ficasse apenas na vontade dos jogadores. Contudo, desse evento, a indústria viu nascer uma das mais inusitadas e geniais séries spin-off do astro dos games.

Desta vez, ao lado da promissora desenvolvedora Intelligent Systems, a Nintendo surpreendeu mais uma vez os seus jogadores, transformando aquele RPG de gráficos pré-renderizados em uma nova e ainda mais profunda experiência refinada, belos visuais e um universo cheio de vida, no qual tudo parecia ser feito de papel. Assim era Paper Mario 64.

A nova fórmula, que aprofundou as mecânicas vistas no Super Nintendo e remodelou os visuais para algo então inédito, conquistou fãs e crítica, dando início a uma série bem-sucedida que marcaria presença nas gerações seguintes, como provam os ótimos Paper Mario: The Thousand-Year Door (GC) e Super Paper Mario (Wii).

O prestígio da série, infelizmente, começaria a mudar quando o Mario de papel foi parar no Nintendo 3DS. Talvez procurando agradar ao público mais casual e até infantil, o jogo chegou ao mercado sem boa parte de suas mecânicas de RPG, consagradas pelos títulos anteriores — de certa forma amenizadas no Wii. A experiência parecia simples e linear demais, o que desagradou a grande parte dos fãs. Mas será que Color Splash segue essa mesma linha simplista?

Pintou um mistério

Segundo a co-produtora Risa Tabata, em entrevista para o site GameXplain, a ideia de produzir Color Splash surgiu logo após o lançamento de Paper Mario: Sticker Star para o Nintendo 3DS. procurando utilizar as funcionalidades (principalmente a tela sensível ao toque para o uso dos cartões) do então novo console da mesa da Nintendo, a Intelligent Systems planejava aproveitar os conceitos que deram certo no portátil e utilizar o poder gráfico do Wii U para gerar uma aventura ainda melhor. Começando por uma trama simples, mas cativante.

Ainda com poucas informações reveladas até agora sobre o game, o que sabemos é que um mistério ronda a Prism Island: as cores da ilha estão desaparecendo. Mario descobre toda essa confusão em uma noite de tempestade, quando recebe a visita da princesa Peach e Toad. Os dois traziam uma carta, que para surpresa geral, era um Toad, sem cores. A única pista para o ocorrido estava em um selo que apontava para Prism island.

Desesperados com a situação, Mario e seus amigos embarcam rumo a Prism Island para tentar entender a situação. Chegando lá, nosso herói se depara com a praça da cidade deserta e a maior parte da cor do lugar drenada. Nesse meio tempo, Mario ouve gritos de seu amigo Toad, que estava sendo atacado por um Slurp Guy. O danado sugava toda a cor de Toad. Por sorte, Mario já havia encontrado um ser misterioso, chamado Huey, o mais novo companheiro de Mario que ajudou o bigodudo a devolver as cores de Toad. Daí em diante, a aventura começará de verdade.

Hora da aventura

Com uma trama simples, mas suficiente para cativar, o jogador precisará explorar o vasto e diversificado mundo de papel do game. Essa exploração, aliás, será objetiva, através de um mapa que liga as fases, de forma semelhante aos jogos da série principal. Nada de ficar andando várias horas de um lugar para o outro. Basta vencer a fase para liberar o caminho seguinte e seguir a jornada, que, segundo a co-produtora Risa Tabata, deverá levar cerca de 30 horas (tempo que será bastante estendido caso você queira explorar o vasto mundo do jogo).

A falta de uma maior liberdade de navegação talvez não agrade aos fãs de RPG tradicionais, assim como a ausência da progressão do personagem, que, diferente dos primeiros jogos da franquia Paper Mario, segue a linha simplificada, sem ganhos de experiência, como visto no Nintendo 3DS.

O que talvez esses fãs mais fervorosos não saibam é que a própria Nintendo não classifica mais Paper Mario como um RPG, como acontecia no Nintendo 64, por exemplo. No site da empresa e na própria caixinha do jogo consta que Color Splash é um jogo de ação e aventura. E isso ele promete cumprir com todas as expectativas. Ainda segundo Risa Tabata, a falta de elementos de RPG é proposital, pois esses conceitos já são explorados na série portátil Mario and Luigi.

Cartas na mesa

É difícil não desejar mecânicas mais profundas de customização do personagem, inventário e progressão, até mesmo porque os combates por turnos ainda estão presentes em Color Splash, lembrando bastante a essência dos jogos anteriores. No entanto, ainda teremos um pouco dos RPGs para matar a saudade.

A ação do game deverá girar em torno do Martelo Paint Hammer e das cartas usadas por Mario. Com o martelo, o herói conseguirá restaurar as cores drenadas pelos seus inimigos no cenário. Por isso, será preciso ficar atento a cada detalhe no chão, nas paredes e, claro, nos coitados dos Toads espalhados por toda parte.

Além de pintar tudo por aí, o Paint Hammer também é uma de suas armas principais durante os combates, junto dos saltos e outras magias, que, por sua vez, serão administradas por cartas especiais que serão preenchidas pelo seu estoque de cor acumulada durante a aventura. Mas não se preocupe em gastá-las nas batalhas, pois será comum encontrá-las por toda parte, escondidas em locais sem cor, em blocos e até em inimigos. Com elas será possível aprender novas técnicas de combate.

Administrar as cartas e o estoque de tinta serão, provavelmente, tarefas essenciais para o sucesso da jornada. Por sorte, será possível encontrá-las nos mais diversos lugares, assim como as moedas douradas, que servirão para a compra de novos itens. Ainda sobre os cartões, eles terão diversas utilidades. Além de permitirem golpes como marteladas e saltos, alguns curam seu time, restabelecem seu estoque de tinta, resolvem enigmas durante a exploração e servem para golpes especiais e até convocar inimigos para ajudá-lo no combate.

As últimas cores do arco-íris 

Com uma trilha sonora suave e divertida, visuais coloridos e refinados, jogabilidade simples, estratégia e exploração na medida certa e dezenas de horas de aventura, Paper Mario: Color Splash promete divertir os jogadores que ainda se aventuram com o Nintendo Wii U, mesmo em tempos de escassez de novos jogos. Espere por momentos hilários, diversas referências ao universo da Nintendo, muita ação e mais uma bela história para viver com o maior herói dos videogames.

Será difícil não jogá-lo com cores de despedida, até porque este é provavelmente o último grande lançamento para o Wii U este ano. Porém, faça como fez com todos os outros excelentes games do console: fuja dos preconceitos e apenas se divirta com a magia da Nintendo, que ainda promete seguir firme com a série, seja em novos títulos ou versões remasterizadas, como sinalizou Risa Tabata, quando perguntada em entrevista sobre o futuro da franquia.
Paper Mario: Color Splash — Wii U
Desenvolvedora: Intelligent Systems
Gênero: Ação/Aventura
Lançamento: 7 de outubro de 2016
Expectativa: 4/5
Revisão: Vitor Tibério


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