Riscando para atacar
Quando o caos assola a cidade, é tarefa da pacificadora Xoda Rap resolver a situação. E, claro, isso significa acabar com os vilões com os próprios punhos. Noitu Love usa o conceito básico do gênero beat ‘em up: derrote tudo o que aparece pela frente, supere alguns pequenos desafios de plataforma e enfrente grandes chefes nos finais dos estágios. Há também uma trama maluca sobre construções de diferentes eras aparecendo do nada nos bairros da cidade — nada mais que uma desculpa para ter variedade de temas nos cenários do jogo.A característica mais legal em Noitu Love são os controles, pois todos movimentos ofensivos de Xoda são todos feitos via tela sensível a toque. Para acertar inimigos, por exemplo, você precisa tocar neles repetidamente. Riscos na tela ativam ataques especiais, que também ajudam na locomoção: um movimento horizontal faz Xoda desferir um rápido chute; já um risco para cima faz a garota atacar rodopiando. A heroína tem vários golpes à disposição e é muito fácil controlá-la por meio da tela de toque. Na versão de Wii U é possível utilizar o esquema Wiimote e nunchuck, que oferece precisão muito próxima à tela de toque.
Situações inusitadas e muita ação
Jogar Noitu Love é uma experiência bem única e frenética. É muito fácil e recompensador dizimar os inimigos com golpes precisos e rápidos em sequência, sendo que a ação não pára um só segundo. Gostei, especialmente, da variedade de situações na aventura: em uma fase, você enfrenta capangas dentro de um elevador despencando rapidamente; já em outra, Xoda usa uma arma de choque enquanto controla uma prancha voadora; em uma terceira situação, a garota se equilibra em uma imensa roda na água ao mesmo tempo em que enfrenta um grande dragão robótico. As fases são repletas de momentos absurdos e malucos, sempre fiquei curioso querendo saber a próxima situação.Outro ponto ótimo no jogo são os confrontos contra sub-chefes e chefes. Cada uma dessas batalhas tem algum detalhe que as tornam bem únicas e somente atacar de qualquer jeito significa morte rápida. Elas são bem criativas, também. Um chefe, por exemplo, é um robô que usa canais de TV para atacar — o que acontece na tela presa na parede vira um golpe. Já outro é um cowboy robótico protegido por um escudo e você precisa conduzir eletricidade por umas esferas para acertá-lo por trás, como um pequeno puzzle. As lutas contra os chefes são, facilmente, os momentos mais divertidos do jogo.
A dificuldade é na medida. No nível Normal é até possível simplesmente atacar de qualquer jeito os inimigos comuns, mas no Difícil pra cima é necessário dominar muito bem os movimentos para sobreviver — o jogo fica ainda mais divertido nessa modalidade.
Intenso, mas curto
Toda essa ação e maluquice fica ainda mais impressionante por conta do visual do jogo, que lembra fortemente jogos da era 16 bits com o uso de pixel art detalhado e animações fluidas. A direção de arte é ótima e todos os personagens são bem carismáticos. É incrível também o fato de que o título foi construído por uma única pessoa: Joaquim “konjak” Sandberg programou, animou e fez até mesmo toda a música do jogo sozinho. Curiosamente este é o segundo jogo da série, mas nos consoles Nintendo o "2" sumiu do título.O custo de ter sido feito por um único desenvolvedor pesa na quantidade de conteúdo do jogo. A aventura é curta e leva por volta de uma hora e meia para ser terminada. Há alguns extras, como personagens adicionais (que oferecem mecânicas diferentes), mais níveis de dificuldade e rankings de desempenho, contudo acredito que somente entusiastas vão se interessar em ver tudo isso.
O título foi lançado originalmente para PCs e agora foi portado para Wii U e 3DS. Nos computadores o cursor era controlado via mouse, nos consoles da Nintendo isso é feito via tela de toque. É uma maneira fácil e ágil de guiar a heroína, porém tive alguns pequenos problemas com os controles: várias vezes toquei na tela e acabou sendo registrado um risco, executando assim ataques especiais. Não chegou a ser um grande problema, mas atrapalha um pouco a experiência. Acredito que uma opção para alterar a sensibilidade ajudaria a resolver esse problema.
Pancadaria de primeira
Noitu Love: Devolution tem todas as características que um bom beat ‘em up precisa ter: ação frenética, jogabilidade precisa e variedade de situações. As mecânicas inusitadas, aliadas aos ótimos controles, tornam a experiência bem única. Como todo título com pegada mais arcade, o jogo não oferece muito conteúdo, por mais que há vários níveis de dificuldade e rankings para os entusiastas. Noitu Love: Devolution é perfeito para aqueles que procuram uma aventura intensa e divertida.Prós
- Mecânica principal de jogo ágil e interessante;
- Boa variedade de situações e chefes;
- Ótimo visual.
Contras
- Pequenos problemas com os controles;
- Pouco conteúdo.
Noitu Love: Devolution — Wii U/3DS — Nota: 8.0
Versão utilizada na análise: Wii U