Um quarto de século: quanta coisa aconteceu de lá para cá, não? É tempo suficiente para uma miríade de fatos encontrar seu brilho e ocaso em nossas vidas.
Uma luz que custa a se apequenar, no entanto, resplandece no Super Nintendo — cuja criação, há 25 anos, continua a cativar jogadores afora com um sem fim de histórias contidas em seus acinzentados cartuchos.
Visto que muitos outros redatores do Nintendo Blast ainda participarão deste feliz e justo especial, decidi dar atenção a algumas pérolas do console que pouco vislumbraram o estrelato: tenho certeza que The Legend of Zelda: A Link to the Past ou Final Fantasy VI, games que ocupariam meu rol se apenas levasse o gosto pessoal em conta, encontrarão seu devido lugar na lista de outros. Portanto, aproveito o espaço para focar meus holofotes em títulos pouco abordados, mas que aprecio e julgo importantes em seus respectivos gêneros.
Assim sendo, busco apresentar a vocês um universo que, quiçá, seja-lhes desconhecido — mesmo que alguns jogos de minha lista sejam renomados entre o público.
Aerobiz Supersonic
Lançado como parte de uma série de simuladores da Koei, Aerobiz Supersonic coloca o jogador no posto de CEO de uma companhia aérea. Dentre suas funções, o jogador deve abrir novas rotas, comprar aviões e negociar vagas para sua frota em cidades ao redor do globo.Pensa numa cover art dos anos 1990. |
Chrono Trigger
Um game que, provavelmente, vai aparecer na lista de muita gente. As gerações mais novas talvez não compreendam o peso deste título, mas Chrono Trigger redefiniu o gênero RPG eletrônico em vários sentidos com seu sistema de combate e seus finais múltiplos.Como músico, a composição de Yasunori Mitsuda me marcou profundamente. Sua primeira trilha musical tomou de empréstimo técnicas da ópera e do cinema, como o leitmotiv, para obter um resultado dramaticamente mais efetivo que os predecessores de seu gênero — que contavam com uma melodia para cada situação.
Clock Tower
Clock Tower chegou ao Ocidente com um remake para o PlayStation, mas poucas pessoas sabem que seu jogo original foi lançado somente no Japão para o Super Nintendo.Um dos predecessores do survival horror, o adventure da Human Entertainment se passa em uma mansão assombrada pelo Scissorman, famoso antagonista da franquia. Talvez o título não tenha envelhecido muito bem, mas é um dos poucos títulos de terror que conseguiu imprimir uma forte marca no console.
Live-a-Live
Tenho um apreço muito grande pelos RPGs da Squaresoft, e procurar por títulos que seguissem sua linha se tornou um passatempo meu.Um cowboy, um ninja, um homem das cavernas...poderia ser uma nova formação do Village People. |
Live-a-Live é um dos felizes resultados dessa pesquisa. Recomendado por um amigo, o título conta com uma experimentação narrativa interessante com suas sete histórias paralelas. Além disso, seu sistema de combate difere do que costumamos encontrar em jogos mais ortodoxos, possuindo um ritmo mais acelerado. Foi lançado apenas no Japão.
Star Fox
Outro game que pode surgir na lista de meus colegas. Conheci Star Fox em sua versão no Nintendo 64, mas tive a feliz oportunidade de obter a fita de seu primeiro jogo alguns anos mais tarde.O rail shooter é um gênero que foi colocado em segundo plano nas últimas gerações, mas o dinamismo do combate espacial deste game me impressiona. Outro fator que chama a atenção em Star Fox são seus gráficos tridimensionais — possibilitados pelo chip Super FX embutido em sua fita.
Terranigma
Seria injusto mencionar a Square duas vezes em meu texto e deixar a Enix de lado. Terranigma é um RPG que bebe diretamente da fonte do ação-aventura exemplar de The Legend of Zelda.Um título cheio de dicotomias entre luz e trevas em sua narrativa, Terranigma se aproveita de um combate dinâmico e puzzles interessantes para culminar em um dos jogos mais interessantes da biblioteca do Super Nintendo.
Umihara Kawase
O gênero mais celebrado da era 16-bit, talvez, tenha sido o plataforma. Foi nele que a guerra pelo público entre Sega e Nintendo ganhou corpo — materializada nas figuras de Mario e Sonic.Dentre os jogos do gênero, Umihara Kawase é certamente um dos mais inventivos de sua época. No game, o jogador assume o controle de uma estudante japonesa que utiliza um gancho elástico para transpor obstáculos físicos e derrotar inimigos em um mundo surreal, habitado por criaturas marinhas. De certa forma, essa mecânica me lembra um título do Mega Drive mais famoso por aqui, Ristar, mas isso fica para outro texto.
Assim como outros exemplos de minha lista, Umihara Kawase teve seu lançamento restrito ao Japão, mas ganhou versões posteriores disponíveis mundialmente na Steam e no PS Vita.
Revisão: Vitor Tibério