Zelda: Breath of the Wild (Wii U) nos reapresentou à vastidão de Hyrule

O mais novo The Legend of Zelda: Breath of the Wild (Wii U/NX) representa a Nintendo nesta E3 e já é um dos grandes destaques do ano.

em 16/06/2016
Com apenas um jogo, a Nintendo tomou uma parte considerável da atenção de todos os que estavam na E3 2016. Em seu estande, que mais parecia uma réplica de Hyrule, estavam mais de cem demos de The Legend of Zelda: Breath of the Wild (Wii U). O motivo da tamanha excitação por Zelda, em parte, era devido à grande espera por sua revelação, mas também não podemos negar a grandiosidade com a qual a Nintendo tratou de apresentá-lo nessa E3. Assim, colocar as mãos em Breath of the Wild passou a ser nossa prioridade nessa E3. E aqui vão nossas impressões!


Explore à vontade

A demonstração de Zelda: Breath of the Wild era dividida em duas partes: primeiramente, um momento de pura exploração pelo mapa por quinze minutos, seguida por uma sessão mais linear de história de vinte minutos. Essa segunda parte, por sua vez, poderia ser tranquilamente convertida em mais uma sessão de exploração, pois não havia qualquer obrigatoriedade em seguir o trajeto indicado pela estranha voz na cabeça de Link e pelo desconhecido idoso barbudo. Assim, ambas as partes da demo exaltavam justamente a liberdade de exploração de Breath of the Wild, algo que nos remete inegavelmente ao primeiro The Legend of Zelda (NES).
Novos acessórios e roupas para iniciar a jornada!
 Pelos campos de Hyrule, podíamos fazer tudo aquilo que a Nintendo destacou em seu trailer (e mais!): enfrentar inimigos, roubar suas armas, coletar materiais, surfar no escudo e utilizar a Sheikah Slate (já já nos aprofundaremos neste item). Para manejar tantos comandos diferentes, uma grande transformação teve que ser feita no tradicional esquema de controles da série Zelda. A princípio, era estranho não poder contar com o familiar esquema consagrado em Zelda: Ocarina of Time (N64), porém, após os trinta e cinco minutos de demo, já dava para controlar Link sem maiores problemas. 

Lutas contra hordas de monstros para demonstrar a bravura de Link.
Temos agora um comando de troca de itens à lá Monster Hunter, a bem-vinda opção de pular, um esquema de corrida limitado pela stamina como em Skyward Sword, arco e flecha fixos nos gatilhos e o direcional digital para cima responsável pelo uso de Runes, habilidades da Sheikha Slate (já disse que vamos chegar logo neste aspecto). De longe, é o esquema de controles mais complexo da série, então, espere por lidar com muitos botões. Todos os comandos, no entanto, são úteis durante a exploração. Tal qual a Big N ressaltou, explorar livremente Hyrule é muito divertido, pois havia sempre coisas novas para serem descobertas. E olha que, pelo que percebemos dando uma olhada no mapa do jogo, o que estava disponível nessa demo era irrisório perto do tamanho total do mundo.

O livro de utilidades

E finalmente chegamos à principal nova ferramenta de Link em Breath of the Wild: a Sheikah Slate. O artefato é obtido logo no início do jogo, e parece que será usado intensamente durante toda a jogatina. Com ele, é possível ativar certas habilidades especiais de Link, as Runes. A principal dela era a Magnesis, um imã azul (merchandising inegável do Wii U) utilizado para movimentar remotamente elementos do cenário. Essa habilidade serve tanto para enfrentar inimigos quanto para resolver puzzles. Durante a demo, pudemos explorar rapidamente um dos Shrines, pequenas dungeons que estarão presentes aos montes na versão final do jogo. Os puzzles, obviamente, exploram as diversas Runes de Link, um aspecto que podemos apostar na primazia da Nintendo em construir desafios inteligentes e profundos.
Novos itens garantem grande fôlego à franquia!
Além das Runes, a Sheikah Slate também é utilizada como mapa. A nova interface do mapa permite instalar marcadores, que também aparecem representandos na visualização real do mundo. Além disso, é possível realizar viagens instantâneas para locais específicos de Hyrule, uma mão na roda para um universo tão vasto. O último aspecto da Sheikah Slate disponível na demo era a funcionalidade amiibo. Com ela, podemos scanear as figuras interativas da Nintendo para ajudar Link em diferentes aspectos. O único amiibo compatível com a demo era o Wolf Link, que trazia a versão lupina do herói como aliado durante as batalhas.
A emoção de se entrar numa Dungeon mais uma vez!

Hyrule linda como nunca

Outro aspecto que saltava aos olhos de Breath of the Wild eram seus visuais. Se o jogo já parecia belo pelos trailers e imagens, sua beleza é elevada a um patamar acima quando estamos jogando-o de fato, um efeito bem recorrente nos videogames em geral. Hyrule está não apenas vasta, mas impressionante em seus mínimos detalhes. Explorar o universo de Zelda não apenas resulta em batalhas interessantes e novos itens para coletar, mas também em oportunidades de admirar sua beleza.
Pronto, já podem salvar na sua nova área de trabalho.
Percebi, porém, um leve distanciamento do primeiro trailer mostrado em 2014, evidente na ausência daquela brilho reluzindo a todo o instante e na ausência do vento a movimentar suavemente a vegetação. Ainda assim, efeitos de luz, explosões, água e outros elementos visuais estão no topo do que o Wii U consegue proporcionar. Fico ansioso para ver como o jogo rodará no NX, especialmente se este tiver um potencial gráfico muito superior ao do Wii U.

Algum problema?

Até agora, praticamente todos os meus comentários sobre Breath of the Wild foram positivos. Mas houve, sim, aspectos do jogo que me incomodaram, e que acredito que são verdadeiramente pontos que precisam ser aprimorados até 2017. Primeiramente, não houve nada impressionante na trilha sonora do jogo. Obviamente, as músicas não estão finalizadas, mas, como a Nintendo deixou claro, elas serão predominantemente suaves temas ambientes. A questão é que não senti aquele tipo de empolgação que as músicas temas dos mundos de Zelda geralmente trazem. Não que não possa haver músicas ambientes à lá Pikmin, mas não faria mal incluir aquele tcham! da canção tema da franquia, por exemplo.



O combate também foi outro aspecto que acredito haver muitas maneiras de ser melhorado. Apesar de haver muitas armas diferentes que Link pode utilizar, o método de enfrentamento dos inimigos é basicamente o mesmo: ou ataque com a arma de curto alcance ou parta para flechadas. E as flechas acabam sendo uma maneira muito mais prática e segura de derrotar monstros. Senti falta de enfrentar monstros que exigem a utilização de itens e estratégias específicas para serem vencidos ou técnicas de luta avançadas como as de Twilight Princess (GC/Wii U). Até mesmo o esquema rítmico de ataques de Wind Waker (GC) poderia ser tranquilamente reutilizado.

Além disso, pude perceber notáveis quedas no desempenho do jogo. Correr por Hyrule resultava constantemente em desníveis na taxa de quadros por segundo, algo que incomodava, mas que, no contexto de uma demo, poderia ser relevado. No combate, essas quedas eram ainda mais comuns, o que me faz questionar se veremos algumas das possíveis melhorias citadas no parágrafo acima.

Ousadia e coragem

Zelda: Breath of the Wild pegou todos nós de surpresa. Normalmente, a Nintendo não reflete em suas ações a "quebra de paradigmas" que comumente alega em seus novos jogos. Assim, muita gente assumia que o então misterioso "Zelda U" seria um rompimento com um aspecto ou outro da série, assim como Skyward Sword e A Link Between Worlds (3DS), mas era raro encontrar apostas numa revolução tão profunda da franquia. 
A nossa equipe pôde passar um tempo desbravando o grandiosos estande da Nintendo!
O fato é que a Big N assumiu a promessa que nos fez em 2014 e mostrou um Zelda que volta às raízes da franquia para trazê-lo fresco aos dias de hoje. Pelo que jogamos, Breath of the Wild parece ser um excelente jogo. Há pontos duvidosos, porém, ainda temos bastante tempo até o lançamento do jogo. The Legend of Zelda: Breath of the Wild chega para Wii U e NX em 2017!

Revisão e edição: Jaime Ninice
Capa: Rafael Neves


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