#Zelda30th: próximo título tem chance de bater Ocarina of Time (N64)?

Os elementos já revelados de Zelda U o colocam como candidato a ser um jogo revolucionário?

em 06/03/2016

Em 21 de fevereiro de 2016 comemoramos o 30º aniversário de lançamento do primeiro Zelda. Como essa data tão importante não poderia passar em branco, nós do GameBlast iniciamos o projeto #Zelda30th, que começou explorando as origens da lenda, passou pela era de ouro da série, avaliou os lançamentos polêmicos e detalhou as aventuras mais recentes de Link. Não ficamos restritos a relembrar os títulos que moldaram essas últimas três décadas de histórias e fomos além, destacando os ingredientes da fórmula mágica de sucesso (como as marcantes trilhas sonoras), os importantes personagens secundários e a maior fábula já criada na internet envolvendo um jogo. Para fecharmos esse especial, vamos ativar nosso lado profeta e fazer exercício de futurologia, avaliando se o próximo game, anunciado para Wii U, tem potencial de superar Ocarina of Time (N64) como principal referência da lenda de Zelda.

Mas já existem outros jogos melhores do que OoT…

Não restam dúvidas de que a estreia de Link no Nintendo 64 foi épica, entretanto afirmar que Ocarina of Time é o melhor Zelda já criado causa boas discussões entre os fãs da série. Não é difícil encontrar pessoas que adoram a primeira aventura tridimensional em Hyrule, mas que preferem outros capítulos da franquia. Por exemplo, esse redator que vos escreve considera sim OoT o melhor game de todos os tempos, mas acredita que o enredo de The Wind Waker conseguiu ser melhor do que a história envolvendo o Herói do Tempo. Apontar qual título mais se destaca entre os 18 lançados até hoje é algo muito pessoal e que não vem ao caso neste momento. O objetivo aqui é analisar qual o potencial de Zelda U revolucionar o mercado.
Qual o seu Link favorito?

O principal ponto que ressalta a importância de Ocarina of Time para o universo dos videogames é o fato de que o jogo ocupa, há 18 anos, a primeira posição no ranking elaborado pelo Metacritic, que indica os melhores da história. Os números alcançados na época de lançamento também merecem ser lembrados: 500 mil unidades foram comercializadas nos Estados Unidos durante a pré-venda (três vezes mais do que qualquer outro título já havia conseguido até então) e, após chegar às prateleiras, não demorou nem uma semana para que a marca de um milhão de cópias vendidas fosse superada. No total, mais de 7,6 milhões de cartuchos acabaram revendidos em todo o mundo.

Alguns dos conceitos apresentados no título influenciam a indústria até hoje, como é o caso do Z-Targeting ou da percepção do tempo passando, com o sistema de dia e noite. Ocarina of Time também pode ser aclamado por ter repetido Super Mario 64 e conseguido uma transição quase que perfeita do 2D para o 3D. Não há como negar que OoT revolucionou o gênero aventura e ainda continua servindo de referência para os jogos modernos.

O que já sabemos sobre Zelda U?

Para repetir ou até superar o sucesso do seu aclamado antecessor, o próximo Zelda tem que trazer características que, no futuro, sirvam como exemplo. Recapitulando tudo o que foi confirmado, será que algum ponto já se destaca? Anunciado na E3 de 2014, o título deveria ter sido lançado em 2015, entretanto acabou sendo adiado e a expectativa é que chegue às lojas ainda em 2016. Desde que apareceu pela primeira vez, pouco foi revelado e muito se tem especulado. A grande certeza (e, talvez, a principal aposta da Nintendo) é o imenso mundo aberto onde a aventura se desenrolará. Segundo o produtor Eiji Aonuma, o mapa terá “o tamanho máximo que a plataforma permitir” e, para fazer um comparativo, todo o cenário de Twilight Princess representará apenas uma única área do novo jogo.
Os gráficos não são aqueles realistas de Twilight Princess, mas também não parecem tão cartunizados como os de The Wind Waker. Os elementos visuais são mais coloridos e parecem seguir a linha apresentada em Skyward Sword. Informações sobre a jogabilidade indicam que o controle do Wii U será usado como mapa, algo que já acontece com as remasterizações lançadas para o console. No primeiro trailer, é possível ver Link saltando de sua montaria para atacar um inimigo, ainda não ficou claro se o personagem terá tal liberdade quando estiver sobre a Epona ou se aquilo trata-se somente de uma cutscene. Aonuma chegou a afirmar, através do Miiverse, que a apresentação da E3 era sim de um gameplay. Ter essa possibilidade será bem interessante durante os combates em áreas abertas.
O produtor também disse estar considerando inserir algumas animações inspiradas em Hyrule Warriors. "As pessoas estão dizendo que adoram as cutscenes do jogo e que elas são melhores do que as produzidas pela Nintendo. É claro que isto me deixa um pouco em conflito e, agora, terei de ter a certeza de que o novo jogo de Zelda consiga comparar-se nesse aspecto a Hyrule Warriors", declarou Aonuma em entrevista ao site Nintendolife.
Outra característica do spin-off pode ser incluída no próximo título: as batalhas contra grandes chefes fora de cenários fechados. "Em Hyrule Warriors, os bosses gigantes podem realmente atravessar todo o mapa enquanto você está lutando contra eles. Isso é algo que não costumamos ver em um jogo de Zelda porque os monstros, geralmente, estão em espaços fechados de modo que esse tipo de jogabilidade é uma novidade para mim. Essa ação funciona muito bem em um mundo expansivo, que é o que estamos planejando fazer para o próximo jogo de Zelda, e esse é o tipo de coisa que nós realmente gostaríamos de incorporar", falou Aonuma.
Hyrule Warriors está influenciando bastante no desenvolvimento de Zelda U

Tudo isso já é suficiente?

Após acumular críticas e alguns resultados abaixo do esperado, podemos ter a certeza de que a Nintendo está com extremo cuidado na criação do novo Zelda. A busca pela perfeição pode ter sido fator determinante para o atraso no desenvolvimento ou então o que motiva essa demora é uma possível decisão de lançar paralelamente o jogo para Wii U e Nintendo NX. Alguns analistas destacam que a Big N irá repetir a estratégia de Twilight Princess, que originalmente foi anunciado para GameCube, porém sofreu atraso de um ano para chegar ao mercado como um dos títulos de lançamento do Wii, trazendo a inovação do controle por movimentos.
"A mesma coisa pode estar acontecendo agora. A Nintendo está correndo para desenvolver o novo sistema e sabe que precisa de um grande jogo para iniciar bem a vida do console. Não há tempo suficiente para criar algo a partir do zero, mas, os trabalhos com Zelda para Wii U já estão avançados. Por que não dar-lhe alguns retoques extras, novas funcionalidades e torná-lo o título de lançamento do NX?", questionou o analista de mercado Stewart Rogers em entrevista ao site VentureBeat.
Será um grande jogo!

Se realmente esse for o motivo do atraso, pode ser algo positivo para a série, pois, com certeza, o jogo explorará as novas funcionalidades do console, assim como Twilight Princess aproveitou o Wii Remote. Essa pode ser a grande inovação que transformará Zelda U em revolucionário. Porém se o título acabar saindo exclusivamente para Wii U, ainda falta um "algo a mais" para torná-lo referência. Levando em consideração tudo o que já sabemos, não há nada de muito novo quando comparamos com outros jogos. O grande mapa de mundo aberto está presente em GTA V ou Skyrim, já as batalhas contra criaturas gigantescas em campos abertos soam bem familiares para quem experimentou a série Monster Hunter.

Já podemos criar a expectativa de que o próximo jogo será sim um grande capítulo da história de Link, talvez figurando entre os melhores de toda a franquia. Porém, se a Nintendo não estiver escondendo cartas na manga, ainda não temos nenhum forte indicativo de que Zelda U repetirá o papel revolucionário que Ocarina of Time teve no final da década de 1990.

Revisão: Luigi Santana
Capa: Felipe Fabricio
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É jornalista e obcecado por games (não necessariamente nessa ordem). Seu vício começou com uma primeira dose de Super Mario World e, desde então, não consegue mais ficar muito tempo sem se aventurar em um bom jogo. Diretor de Redação do Nintendo Blast.
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