Dez anos de Metroid Prime: Hunters e o que Federation Force pode aprender com ele

Com o aniversário do primeiro Metroid Prime portátil, chegou o momento de aconselhar Federation Force.

em 19/03/2016

A série Metroid pulou o Nintendo 64, só fazendo sua introdução no mundo 3D em Metroid Prime, de 2002, para GameCube. Considerado uma das melhores conversões do 2D para o 3D já feitas, o jogo se tornou um dos carros-chefes da Nintendo na primeira década do século XXI.

Claro que, com o Nintendo DS e o seu potencial de rodar gráficos 3D, a Nintendo viu uma oportunidade de lançar um Metroid portátil nos moldes de um de seus jogos mais populares. Eis que dez anos atrás nascia Metroid Prime: Hunters, um jogo que mesmo com as limitações de hardware do DS era imensamente competente. Na época do anúncio, ele foi recebido sem muita felicidade, já que para muitos o console não seria capaz de passar uma experiência tão boa quanto o GameCube. Agora, dez anos depois do lançamento do jogo, um novo título portátil que carrega o título Metroid Prime não está sendo bem esperado por ninguém: Federation Force.

Dada a data comemorativa para Hunters e a proximidade do lançamento de Federation Force, trazemos um pequeno levantamento de três coisas que Federation Force poderia aprender com Hunters.

Ambientes bem construidos — mesmo que pequenos

O DS não tinha potencial para rodar um jogo do escopo de Metroid Prime, isso é fato. A solução foi dividir cada mundo que você visitava em quatro câmeras principais e amplamente detalhadas, mas conectadas por uma infinidade de corredores que precisavam de pré-requisitos diferentes para abrir portas.

Tais corredores, por mais iguais que fossem entre si, contavam com variações leves de layout e de inimigos, fazendo o jogo não soar como repetitivo. Mesmo que os ambientes só fossem construídos de quatro salas principais, algo pequeno se comparado com os MP de GameCube, a sua execução era boa o suficiente para cada mundo parecer uma jornada completa.

Federation Force pode usar isso para deixar cada missão única e especial, com seus ambientes sendo construídos de uma forma na qual, mesmo num jogo dividido por objetivos em vez de uma não linearidade, a exploração seja recompensadora. Com o potencial maior do 3DS, podemos ter salas maiores e maior variedade no layout dos corredores. Se usado tão bem como em Hunters, a ambientação e exploração pode ser uma surpresa e tanto.

Um bom encaixe na cronologia de Metroid 

Metroid é uma das séries da Nintendo que conta com maior cuidado na sua condução do cânone. A série Metroid Prime, com lugar bem claro entre Metroid e Metroid II,ainda conta com espaço para algumas aventuras que expandem seu universo. Hunters se passava entre Metroid Prime 2: Echoes (GC) e Metroid Prime 3: Corruption (Wii), introduzindo o conceito de mais Hunters existirem no espaço, além de Samus. O encaixe ajuda também a entender como Samus está no terceiro jogo da franquia e encaixa muito bem com toda cronologia estabelecida na série.

Federation Force promete expandir o universo da série, trabalhando em um lugar pouco explorado, as instituições governamentais. Citadas muito na série Prime, Other M (Wii) e Fusion (GBA), FF os coloca como personagens principais. Se o encaixe na história for de fato após o final de Metroid Prime 3, o jogo pode trabalhar muito bem a recuperação da Federação para estar forte e atuante durante os eventos de Super Metroid (SNES) e Metroid: Other M.

Ser um jogo que respeita a série

Quando Hunters foi lançado, muitos esperavam um distanciamento enorme em relação ao que se encontrava em Prime, até mesmo talvez sendo uma aventura menos madura. O que se viu foi o contrário, com todo o clima e características da série totalmente conservados no jogo.

Federation Force já começa perdendo neste quesito, já que visualmente não há nada que pareça respeitar o que se via antes. Dado isso, sabemos muito pouco de seu clima geral, só passando para frente o que foi visto em vídeos. Tendo o jogo em mãos, podemos torcer que o que se espera de um Metroid — exploração, um clima bem melancólico e vários power ups espalhados por variados mapas — estejam presentes de forma bem feita e aplicada nas novas características do spin-off, como a estrutura de missões.

Ainda assim, expectativas baixas

Nove anos sem um novo Metroid é um tempo muito grande, e será Federation Force que pagará o pato. Por mais bem feito que o jogo seja, ainda fica aquele gosto ruim de “não era isso que nós queríamos”. Caso um novo Metroid estrelado por Samus apareça, as coisas podem mudar de figura e o ódio para Federation Force diminuir, mas no momento atual é bem difícil esperar que a recepção geral seja boa, mesmo que o jogo se esforce.

Já Hunters foi um jogo fantástico mas que estava embasado em preconceitos na época. Hoje, se muitos se lembram com carinho dele, é uma prova do valor que uma obra pode ganhar com o passar do tempo. Se você tiver oportunidade de jogá-lo, recomendo.

Revisão: Vitor Tibério
Capa:Gabrielle Mustafa 
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