Sequência espiritual
Inicialmente anunciado como Yoshi's Island 2, e depois como Yoshi’s Island 64, em 1996, o mundo dos games admirava a demostração do novo jogo do dinossaurinho. Foi na Nintendo’s 8th Annual Shoshinkai, no Japão, que uma versão beta foi exibida para a imprensa. Nela, já era possível observar os visuais tridimensionais que embelezavam o tradicional estilo plataforma. Na época, revistas como a Nintendo Power especulavam se Yoshi’s Island 64 seria um título exclusivo do N64 DD ou se seria lançado em cartucho ainda em 1997.Desenvolvido e publicado pela Nintendo, Yoshi’s Story foi lançado, em um belo cartucho de 128 megabytes, em 21 de dezembro de 1997 no Japão, em 10 da março de 1998 na América do Norte e em 10 de maio de 1998 na Europa.
Sequência espiritual do aclamado Super Mario World 2: Yoshi’s Island, lançado em 1995 para Super Nintendo, Yoshi’s Story matinha a estrutura do gênero plataforma que consagrou seu antecessor, apresentando jogabilidade semelhante, mas trazendo um direcionamento mais voltado para a resolução de quebra-cabeças e exploração dos cenários, alternando entre momentos de agilidade, ação, inteligência e procura por altas pontuações. Tudo isso com belíssimos visuais 3D pré-renderizados.
Era uma vez na ilha da felicidade
Era mais um dia tranquilo na bela Ilha dos Yoshis. Os pequenos dinossauros viviam felizes e despreocupados, em volta da Super Happy Tree (Árvore Super Feliz). Esta árvore, guardada e admirada pelos Yoshis, era o centro da harmonia das criaturinhas. Sua magia fazia todos felizes. Contudo, a paz na ilha estava com os dias contados. O malvado Baby Bowser aparace, certo dia, para amaldiçoar a ilha e transformá-la em um livro de histórias e, ainda por cima, roubar a árvore da felicidade.Mesmo roubando a árvore e todos os seus frutos, enfraquecendo em tristeza todos os Yoshis da ilha, seis ovos ainda restaram. Após nascerem e constatarem o mal que seu mundo enfrentava, os pequenos heróis traçam um plano para recuperar o seu lar e trazer a felicidade de volta aos seus companheiros. Cabia então ao jogador, escolhendo um seis Yoshis, superar os desafios desafios desse ótimo jogo de plataforma, um dos poucos do gênero na biblioteca do Nintendo 64.
Familiaridade exótica
Seguindo a premissa dos tradicionais jogos de plataforma que caracterizaram a geração anterior à do Nintendo 64, Yoshi’s Story trazia, além dos obstáculos típicos do gênero, a mecânica de precisar comer trinta frutas para terminar a fase. O objetivo, aliás, não era chegar até tal final, mas, sim, encontrar todas as trinta frutas necessárias para completar o círculo em volta da tela.Para obter sucesso nas fases, Yoshi continuava com suas velhas habilidades. Correr, pular, atirar ovos, dar bundadas, nadar, farejar e espernear para alcançar lugares mais altos eram os poderes necessários para o sucesso da sua empreitada. Dessa vez não tínhamos os prantos de Mario para fazer o tempo/vida de Yoshi se esgotar. A energia, que era perdida com os ataques inimigos, era restaurada por flores, sendo cada pétala uma nova unidade de energia recuperada.
Escolha sua rota
O título trazia dois modos de jogo: História e Trial. O modo história trazia a campanha principal do jogo, enquanto que no Trial Mode o jogador poderia selecionar um dos estágios que jogados no modo campanha para relembrar e se divertir mais uma vez no cenário.No modo principal, a campanha se distribuía em seis páginas, que correspondiam aos mundos do jogo. Em cada página, tínhamos quatro fases numeradas de um a quatro — cada número significando um grau de dificuldade do estágio. Na primeira página, o jogador poderia escolher livremente uma das quatro fases disponíveis. Mas, no decorrer da aventura, era preciso coletar mais três corações no estágio escolhido para desbloquear mais três fases. Caso encontrasse apenas um coração, uma única fase seria desbloqueada na página seguinte.
Era só tomar cuidado para não perder os Yoshis, que, ao terem sua vida esgotada, acabavam sequestrados pelos capangas de Baby Bowser e levados ao castelo do vilão. Terminando o estágio, uma sequência narrava os acontecimentos do livro ao som de uma bela canção cantarolada pelos Yoshis. Com isso, seguíamos para a página seguinte.
Infelizmente, o jogo é bem curto. É possível completar a história principal em alguns minutos e, com mais algumas rodadas, desbloquear todos os estágios. Por sorte, além de divertido, ele não é fácil como parece. Alguns segredos eram realmente complicados de desvendar, e encontrar todos os corações exigia muita habilidade e uso de todas as técnicas de Yoshi (inclusive o faro, para encontrar os corações escondidos).
O canto dos Yoshis
Uma das características mais marcantes do jogo é a sua trilha sonora. Repleta de vida e harmonias contagiantes, as canções representam bem o sentimento de aventura exuberante do jogo, alternando entre momentos tensos, relaxantes e frenéticos e utilizando diversos instrumentos, com destaque para os tambores e flautas, que, junto aos cantos dos Yohis, cria um clima bastante original.Um detalhe interessante da trilha é que ela se adapta ao humor de Yoshi. Quando o personagem está de bom humor, com a vida cheia, a música soa animada, divertida. Mas quando o dinossaurinho perde vida e está prestes a morrer, a trilha acompanha o seu sentimento e soa em tons baixos e melancólicos. Quando está invencível, por outro lado, acordes de guitarra se misturam ao som do jogo, deixando tudo ainda mais frenético. Hoje isso pode parecer simples, mas em 1998 fazia grande diferença.
As lindas canções, além de embalar o jogo, fizeram a alegria de colecionadores ao redor do mundo. Lançadas em CD, a trilha original chegou em três versões: Music to Pound the Ground To: Yoshi's Story Game Soundtrack; Yoshi Story Original Soundtrack; e Love, Peace & Happiness: The Original Yoshi's Story Soundtrack. Quer ter um diz mais feliz? Tente ouvir essas canções.
Nas páginas da história
Na revista Super Game Power, de fevereiro de 1998, Yoshi's Story foi destaque em texto da lendária Marjorie Bros. Comemorado como o primeiro jogo 2D para Nintendo 64, Marjorie destacava que aquele título se tratava de mais uma criação do mestre Shigeru Miyamoto e que seria uma continuação de Yoshi's Island, lançado em 1995 para Super Nintendo. Relatando a ausência do chorão Mario, as novas mecânicas para conclusão dos estágios, e uma infinidade de dicas sobre o jogo, a publicação concedeu uma generosa nota 5/5, colocando Yoshi’s Story como um dos grandes lançamentos do momento ao lado de Tomb Raider II, com quem dividiu a capa da edição.Na edição seguinte, a publicação trouxe um detonado completo, com tudo o que havia a ser dito sobre o jogo. Mesmo curto, o título trazia vários segredos, e todos eles foram revelados nas seis páginas dedicadas à obra. Foram dezenas de imagens e macetes para os leitores detonarem Yoshi’s Storye aproveitarem o máximo que ele tinha a oferecer.
Os coloridos Yoshis foram capa da revista Ação Games 126, de fevereiro de 1998. Ao longo de cinco páginas, a edição trouxe um detonado completo com dicas, macetes e a localização de todos os corações do jogo. Era só jogar e seguir o guia para ser feliz no colorido e exuberante mundo dos Yoshis.
O caminhar solitário de um herói
Foi a partir de Yoshi’s Story que Mario deixou seu fiel companheiro seguir seu próprio caminho. Daquele momento em diante, Yoshi assumiria maiores responsabilidades e estaria pronto estrelar seus próprios jogos. Embora a parceria tenha retornado em outras ocasiões, foi no Nintendo 64 que Yoshi se tornou o dinossauro que conhecemos hoje. Forte, destemido e corajoso. Aqueles foram apenas os primeiros passos de um grande herói.Gostou de relembrar um dos maiores clássicos do Nintendo 64? Então confira esta matéria completa na Revista Nintendo Blast Nº 75.
Revisão: Bruno Alves
Capa: Felipe Araujo