Origem do conflito entre impérios
A trama começa no próspero reino flutuante de Garuda, onde uma de suas habitantes, Ion, acaba descobrindo, por acidente, uma antiga máquina-soldado enterrada em uma ruína local. Ao ser ligada, a máquina se apresenta como o guerreiro Rodea, que tem um de seus braços totalmente destruído e afirma estar com sua memória danificada.Enquanto isso, após mais de mil anos de um grande conflito, o império controlado pela tecnologia de Naga desperta novamente a antiga ambição e está pronto para tomar a força as reservas de Graviton Energy do reino vizinho. Cabe então a Ion e a seu novo amigo robô humanoide a tarefa de acabar com os terríveis planos de invasão da nação inimiga.
Um dos pontos de maior mistério são os fragmentos de memórias que Rodea tem acesso, onde é possível ver flashes de uma guerra contra grandes titãs, além de uma mulher muito parecida com sua companheira Ion. Estas recordações parecem estar ligadas aos acontecimentos que provocaram a derrota das foças de Naga há mais de mil anos, e trazem informações também sobre a sua própria origem.
Liberdade de exploração nos céus
Fãs da carreira de Naka se sentiram em casa ao ver as primeiras imagens e o conceito por trás de Rodea the Sky Soldier, que remete rapidamente a títulos da série NiGHTS into Dreams.... Isso porque o jogo tem como principal característica a capacidade de Rodea de percorrer o cenário voando (literalmente).Assim como em Gravity Rush (PSV), o personagem principal pode percorrer o cenário graças a uma energia chamada aqui de Gravity Energy, que pode ser recuperada ao pisar no chão ou ao chutar plataformas no ar ou paredes. Há também os Gravitons, cristais que garantem uma vida a mais a Rodea quando sua quantidade chega a 100, além de servirem ainda como "combustível" reserva caso a energia acabe.
Outra parte essencial do gameplay são as batalhas, que trazem muita influência de outros títulos do criador. O combate acontece enquanto Rodea está no ar, modo que confere a ele a habilidade de executar algo similar ao homing attack visto na série Sonic Adventure. Derrotar inimigos não é importante somente para seguir adiante na aventura, mas também para coletar peças que podem ser utilizadas para a customização do personagem posteriormente.
Na versão desenvolvida para 3DS os controles são parecidos. A diferença é que para chegar aos novos pontos das ilhas que compõem o arquipélago do reino de Garuda, o jogador pode utilizar o giroscópio embutido no portátil — algo possível também em Gravity Rush —, assim como os botões L e R, para girar a câmera horizontalmente. Essas são soluções para a ausência de um segundo analógico no portátil (O C-stick do New 3DS não é compatível).
Jogo de 3DS serviu de base para a criação da versão para Wii U. |
Fechando as portas de uma era
Inicialmente desenvolvido para Wii e 3DS, o projeto já havia sido finalizado em 2011. Porém, com o anúncio de seu sucessor e o fim do ciclo de vida do console, a versão original de Rodea foi engavetada pela Kadokawa Games, responsável pela publicação do jogo no Japão. A versão para Wii U foi confirmada mais tarde e lançada em abril deste ano no Japão.Mas as mudanças não foram só no quesito gráfico — alguns podem até questionar a qualidade do remaster devido a perda exagerada de cores —, mas um dos principais motivos para o adiamento foi a necessidade de adaptação do gameplay, já que o Wii Remote, principal elemento de interação e exploração anteriormente, não acompanha o Wii U de fábrica.
De acordo com informações do site Nintendo Everything, os controles aqui são totalmente diferentes: a mira é feita ao apontar o Wii Remote para a TV, Rodea é lançado de um lugar a outro ao apertar o botão “B” e todos os ataques são desferidos com o “A”. Enquanto isso, a movimentação da câmera é feita levando o cursor até as extremidades da tela,
As Gravity Energy, responsáveis por estender o tempo de voo, se tornaram obsoleta nesta versão, já que o espaço percorrido pelo personagem é muito mais limitado. A customização também não está presente nesta versão do game, sendo substituída por um sistema no qual suas habilidades podem diminuir ou serem potencializadas, fazendo com que ele tenha maior alcance de pulo e poder.
No lançamento japonês para Wii U, esta versão original acompanhava a atual como um bônus. Por sorte ou um milagre, o pedido dos jogadores e colecionadores foi atendido e a localização feita pela NIS America segue o mesmo padrão, também trazendo o jogo em disco. E mais, oferece ainda uma capa alternativa para quem quiser exibí-lo como um jogo de Wii. Com isso, o jogo entra para a história como o último oficialmente publicado e licenciado para o console de 2006.
Retorno à velha forma
Apesar de não explorar as capacidades do sistema, trazer uma história aparentemente cheia de clichês - olá Mega Man Zero - e ter seu sistema bem utilizado por jogos recentes, Rodea the Sky Soldier tem tudo para ganhar a atenção dos que buscam algo para engordar ainda mais a biblioteca do Wii U neste fim de ano. Fãs dos clássicos de Yuji Naka na SEGA devem checar o jogo, que pode ser uma ótima porta de entrada aos consoles de mesa para a PROPE.
Rodea the Sky Soldier – Wii, Wii U, 3DS
Desenvolvimento: PROPE/Kadokawa Games
Gênero: Action-Flying
Lançamento: 10 de novembro de 2015
Expectativa: 3/5
Revisão: Jaime Ninice
Capa: João Leal