Yoshi’s Wooly World (Wii U) e cinco pontos divertidos desse meigo lançamento

Muita fofura e beleza na nova aventura do linguarudo.

em 16/10/2015
Não tem como continuar sério e não sorrir olhando para ele em forma de tricô. Tanto que o primeiro lugar no ranking de games mais esperados para o Wii U para o natal de 2015 segundo o Instituto Nielsen, que faz pesquisas de hábitos de consumo em mais de 100 países, é este simpático game que vai ser lançado hoje e que parece ter sido feito à mão, com muita dedicação e amor em cada ponto. Mas o que desperta tanto interesse para deixar a expectativa por Yoshi’s Wooly World tão alta?

1. Parece o cantinho da vovó

Participante assíduo da série desde Yoshi’s Island (SNES), o mestre Takashi Tezuka supervisionou o projeto, desenvolvido em conjunto com a Good-feel. Aqui a empresa dá sequência ao estilo de Kirby Epic Yarn (Wii) de 2010. O resultado é um game de encher os olhos. Um mundo muito particular, com muita presença e originalidade.
Próxima parada: diversão!

E para acompanhar o visual de costura, ainda vemos as strass — aquelas pedrinhas brilhantes vendidas nas lojas de aviamentos — enfeitando o jogo. E aqui elas ainda precisam dividir o espaço com placas e flores, pregadas com alfinetes nos belos cenários de patchwork cobertos por malhas de tricô que se estendem como grandes tapetes à perder de vista. Cada detalhe, cada pedaço de tecido, passa a sensação de aconchego de se usar um agasalho quentinho num dia frio.

Diferente do Kirby bidimensional de Epic Yarn, que era apenas um contorno feito de lã, aqui Yoshi é tridimensional. Comilão como sempre, ele deve desfiar a lã do cenário para revelar segredos colecionáveis e acumular novelos. Eles substituem os ovos na aventura. Com eles, é possível arremessar o novelo em lacunas no cenário, assim formando plataformas para escalar. Isso deixa a jogabilidade intuitiva e divertida, como se estivéssemos fazendo um cachecol com restos de fios. E fica legal ver que cada fase sempre terá uma nova escolha de cores diferente a cada vez que for jogada.
O pessoal da Good-feel adora dinossauros.

2. Ah, a nostalgia...

Nostalgia é sempre algo presente nos jogos da Nintendo, portanto não é raro encontrar easter eggs ou homenagens dispersas pelas suas franquias. Então aqui não seria diferente.
Eu pedi um cascão com três bolas, três, eu disse.

O carismático subchefe Burt O Tímido e o chefe duro na queda Piranha Naval retornam do primeiro game da franquia. Até o cheat do game original dá as caras em Wooly World. Basta você se posicionar na beirada da plataforma — ao invés de descer — e acertar o projétil na Piranha Plant antes dela se tornar Piranha Naval com a magia de Kamek. Assim, o boss é derrotado. A barbada de pular a luta com o boss agora foi removida, mas uma animação diferente acontece quando você executa o cheat.

3. Tão verdadeiro que dá pra apertar

A desenvolvedora Emi Watanabe contou em seu depoimento durante a E3 deste ano a adorável história de como queria presentear os colegas da equipe com Yoshis feitos de lã. E quando ela chegou no trabalho e começou a distribuí-los, os sorrisos a sua volta foram instantâneos. 
Cale-se e pegue o meu dinheiro.

Essa ideia deu tão certo que isso acabou gerando um novo tipo de amiibo: o Yarn Yoshi, um amiibo de pelúcia muito apertável disponível em três cores. Também foi anunciado um amiibo com o dobro do tamanho (e da fofura), o Mega Yarn Yoshi, que representa o Mega Yoshi presente no game, previsto para novembro deste ano.

Sinistro e fofo.
Outro detalhe é o empenho em representar todos os amiibo na pele (ou no tricô) de Yoshi. Claro, claro, tem games que oferecem diferentes designs para personagens de outras séries, mas nenhum outro tem tanto suporte quanto Yoshi’s Wooly World: todos os personagens têm sua própria skin no game. Até os pokémon, que foram vetados por decisão da The Pokémon Company ganham um bordado amiibo como recompensa. Ninguém fica de fora.
Essa fase fica incrível em HD.

4. Marcando a história em uma linha

O game se passa na Ilha do Artesanato, um lugar minúsculo no meio do Oceano Feito à Mão. Lá os Yoshis felpudos vivem uma vida tranquila e pacífica, até que o feiticeiro Kamek apareça e comece a transformar todo mundo em fios de lã e depois raptá-los com um saco. Cabe ao jogador resgatar seus amigos enquanto ainda fica antenado para não perder nenhum dos colecionáveis.

Uma marca registrada da franquia Yoshi sempre foi a possibilidade de o jogador definir a dificuldade em que quer jogar. Completar todo o game vai lhe custar pelo menos sete horas de trabalho duro. Porém, não se engane, não é nada simples desvendar o esconderijo de todos os carimbos, margaridas, novelos e corações espalhados pelo cenário.

E é aqui que o modo cooperativo vem a calhar. Junto a um amigo, um Yoshi consegue transformar o outro em um novelo e atirá-lo em lugares mais altos, que antes eram inacessíveis. O mesmo efeito pode ser alcançado com um amiibo do Yoshi.

O jogo também ajuda os iniciantes com o Mellow Mode. Esse modo só era ativado no Yoshi’s New Island (3DS) depois de várias mortes consecutivas, porém aqui ele pode ser liberado a qualquer hora. Com ele, o dinossauro ganha as clássicas asas que ele podia obter em Super Mario World (SNES) e fica invencível. Poder voar pelo cenário é muito útil para passar de uma fase em que se está empacado.

5. Faixa Etária

Em uma entrevista recente à revista Forbes, o presidente da Nintendo of America, Reggie Fils-Aime, afirmou que jovens famílias com crianças entre sete e nove anos à procura de uma porta de entrada no mundo dos games ficam quase de mãos abanando pela onipresença de jogos com conteúdo explicitamente adulto. Não que seja um jogo infantil, longe disso, mas Yoshi’s Wooly World aproveita esse gargalo e seria o responsável por vender consoles para esse nicho, defende Reggie.
Que arte incrível.


Mais que isso, ele é um jogo para todas as idades, sem restrição ou exclusão, capaz de emocionar a qualquer um com a linguagem universal da diversão e da descoberta. Afinal, hoje ninguém mais monta suas próprias cadeiras, cozinha sua própria comida e costura suas próprias roupas. É tudo pronto, instantâneo e novo. Então ver os vários aviamentos dispersos pelo cenário, como camurça, crochês, carretilhas, acaba surpreendendo pela simplicidade e pela impressão do quanto temos a acrescentar a esse mundo felpudo e deixar a nossa marca bordada. Pelas nossas próprias mãos.

Revisão: Vitor Tibério
Capa: Marco Monteiro
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