Para Miyamoto, Wii U foi mal compreendido pelos consumidores

Além disso, o desenvolvedor alega não estar envolvido diretamente com os trabalhos de criação do NX.

em 27/06/2015
Em entrevista ao portal de negócios Fortune, Shigeru Miyamoto foi questionado sobre o fracasso comercial do Wii U, que, pela reportagem do site, foi classificado como o console de pior desempenho da empresa. Para o desenvolvedor, o problema do console foi que o conceito do GamePad foi mal interpretado pelos consumidores, ao passo que o console teria sido lançado também em um momento pouco oportuno para sua proposta.


Acredito que as pessoas nunca entenderam realmente o conceito por trás do Wii U e o que nós estávamos tentando fazer. Creio que a suposição era de que estávamos tentando criar um console com um tablet, e, na verdade, o que tentamos criar era um console que te proporcionaria funções de tablet para controlar esse aparelho, e dar duas telas que permitissem diferentes pessoas jogando de diferentes maneiras no mesmo local. [...] Infelizmente, como os tablets, naquele momento, começaram a ter ainda mais funcionalidades e se tornaram cada vez mais relevantes, esse sistema [Wii U] e sua abordagem acabaram não casando bem com a época do lançamento. Eu ainda acho que é uma abordagem bastante romântica - e uma idéia muito interessante.
Miyamoto também disse que não está participando diretamente do desenvolvimento do NX:
Eu me afastei há algum tempo do trabalho com hardware, e estou realmente focado com os softwares que estou envolvido - como, por exemplo, o novo Star Fox. É claro que eu estou observando e acompanhando o hardware, mas não estou participando ativamente nem tomando decisões.
Por fim, Shinya Takashi, segundo desenvolvedor mais importante da Big N, comentou, em cima da resposta de Miyamoto, sobre as aspirações para o NX:
Para nós, o próximo passo é pensar em qual será a característica que realmente chamará a atenção de um grande número de jogadores, e fazê-los ficarem animados. Estamos continuamente pensando nisso, de uma perspectiva dos jogadores e das necessidades dos jogadores. no sentido de o que podemos fazer com nossa habilidade e tecnologia para cativar animação e paixão.
Não acho que a afirmação seja totalmente falsa, mas apenas cobre parte do problema. Porque, pensando no que Miyamoto falou, a grande dificuldade foi em determinar o público alvo dessa proposta.

Se a Nintendo estava atrás do público em geral, normalmente jogadores com rótulo de "casual", que jogam em tablets, por exemplo, realmente seu diagnóstico faz sentido. Pois, para esse público, o GamePad seria confundido com um tablet, e, com certeza, esses consumidores facilmente trocariam um console por qualquer outro dispositivo touch-screen. Não entenderiam completamente a diferença nem as possibilidades da jogabilidade oferecida pelas duas telas e pela tela de toque.
Quem acompanhava as notícias na época se lembra da ansiedade e da aflição com que se acompanhava as vendas de Pikmin 3, que, lançado em agosto de 2013, 9 meses após o console, foi seu primeiro grande first. 
Quem teria noção das particularidades que o GamePad e as duas telas poderiam oferecer seria um público diferenciado, não necessariamente jogadores "hardcores", mas com um interesse já de longa data por consoles e jogos. No entanto, para esse público, faltou uma coisa, que, no fundo, é a raiz do problema do Wii U para que não conseguisse sequer atingisse o patamar do GameCube: jogos. Um console que ficou praticamente todo seu primeiro ano de vida sem um exclusivo first (título desenvolvido pela própria Nintendo) de peso - exceto New Super Mario Bros U - enquanto a concorrência lançava seus aparelhos muito mais potentes, dificilmente iria se recuperar.

Mas essa é minha opinião, e a de vocês, o que acham das declarações de Miyamoto?

Fonte: Fortune

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