Animal Crossing Wii U: até quando a Nintendo vai resistir?

Com o grande sucesso da franquia em sua versão para o 3DS, como seria uma versão do jogo para o console de mesa da Nintendo?

em 31/05/2015
Com uma legião de fãs, Animal Crossing, uma das franquias mais coloridas (Splatoon que nos desculpe) da Nintendo, vem ganhando uma versão para cada console da empresa desde o lançamento de Animal Crossing para o Nintendo 64, sendo o último título Animal Crossing: New Leaf, para o 3DS. A franquia é uma grande paixão para aqueles que acompanham desde sempre ou jogaram pela primeira vez após o jogo virar prêmio do Club Nintendo em 2015, e a série conquista cada dia mais corações, seja pela simplicidade do jogo ou pela proposta diferente da maior parte dos games da Big N.

Diariamente vemos rumores na internet sobre uma possível (e extremamente desejada) versão para o Wii U, e resolvemos trazer pra vocês um pouco sobre como gostaríamos de ver o jogo neste console, então pegue um café do pombo Brewster e relaxe porque o show do K.K. já vai começar!

O Wii U está pronto para o título?

Jogo de poucas emoções, em Animal Crossing você está se mudando para uma nova cidade e deve começar sua nova vida do zero. Você não tem dinheiro algum, sendo obrigado a cumprir tarefas simples, como capturar insetos ou vender frutas para pagar sua casa, projetos públicos e outras despesas. Na versão mais recente, você é confundido com o prefeito que supostamente chegaria na cidade no mesmo dia do início de sua nova aventura. Passado o choque de se deparar com animais falantes e de personalidades fortes, o prefeito agora possui uma infinidade de atividades para realizar na cidade e garantir o status de vilarejo modelo — prepare-se para atividades nos mais diversos horários, já que Animal Crossing funciona em tempo real.

O console de mesa mais recente da Nintendo já mostrou seu potencial para receber um jogo tão detalhado como um da franquia Animal Crossing — e os maiores exemplos estão em dois dos jogos de maior sucesso: Mario Kart 8 e Super Smash Bros. for Wii U. Com o segundo DLC do jogo de corrida trazendo pistas, corredores e veículos customizados com o tema da série e o jogo de luta incluindo uma arena, assist trophies e, claro, um lutador, pudemos ver de perto como seria o visual de alguns dos nossos personagens mais queridos, como Isabelle e Tom Nook. Com tantos detalhes para prestar atenção, provavelmente você nem se importaria de gastar fortunas para construir uma casinha tão pequena – se bem que ninguém se importaria de pagar um pouco a mais para ter mais cômodos nos andares superiores e inferiores das casas, não?

Não podemos nos esquecer, claro, que muito antes desses jogos serem lançados a Nintendo já nos deu uma amostra do jogo no Wii U com o aplicativo Animal Crossing Plaza. A função, que foi recentemente descontinuada, estava disponível na eShop para download gratuito, e servia apenas como uma interação entre jogadores pelo mundo. Era possível criar um pequeno perfil, consultar eventos e novidades postadas no site da franquia, votar em seu personagem favorito, entre moradores e NPCs, postar sobre ele no Miiverse, além de salvar os screenshots feitos em Animal Crossing: New Leaf transferindo do 3DS pelo cartão SD para o console de mesa.

Dando função real para os amiibo

Está mais do que na hora da Nintendo provar que os amiibo não são apenas bonecos que desbloqueiam DLCs pelos jogos e ficam lindos em nossas prateleiras. Como, obviamente, o Wii U não é um videogame portátil, uma das possibilidades mais divertidas no jogo para o 3DS, o multiplayer local, perde-se — mas não se a empresa der uma nova função ao amiibo do Villager além de salvar dados em Super Smash Bros. Seguindo a ideia de coletar informações e transportá-las para outros consoles, os amiibo poderiam guardar os dados de uma cidade, como o visual do prefeito, seu cartão de identificação, Dream Code e badges, e permitir que, ao carregar os dados em outro console, os jogadores possam se divertir presencialmente também — esperamos inclusive que a Nintendo faça estoques maiores do tão disputado Villager. Já garantiu o seu? Claro que a coleção de bonecos de outras séries não ficaria de lado: com a ausência das Play Coins do 3DS para desbloquear DLCs de outras franquias, eles também poderiam ser usados nesta função.

Não é novidade a existência de amiibo para Animal Crossing. O próximo jogo confirmado da franquia, Animal Crossing: Happy Home Designer (3DS), fará uso de amiibo dos moradores em formato de cartões magnéticos, o primeiro jogo confirmado com o novo formato: com a proposta simples do uso dos cartões no novo jogo, será que eles não poderiam ser reaproveitados para um possível título para o Wii U?

Mais do mesmo… Mas nem tanto

Apesar dos fãs estarem ansiosos para o anúncio de um novo jogo da franquia nos moldes já tradicionais, ninguém quer apenas uma versão em HD de New Leaf. O jogo precisará inovar para garantir o interesse dos jogadores, já que, se para ligar o 3DS, que pode ser usado em qualquer lugar, todos os dias e cuidar de uma cidade exige dedicação, imaginem a força de vontade necessária para fazer o mesmo com o Wii U.

Uma das vontades coletivas é o maior investimento na personalização tanto do interior quanto exterior das casas, além de mais opções de reformas de objetos no Re-Tail — quem nunca se decepcionou com as opções disponíveis daqueles móveis que você tanto gostaria de dar uma nova aparência? Os projetos públicos, seguindo o mesmo exemplo, poderiam também ganhar uma nova cara de acordo com a vontade do prefeito da cidade, tornando realmente cada cidade única.

A interação com os moradores da cidade também poderia ser melhorada. Ao invés de repetir os mesmos diálogos extremamente chatos, como "A sua casa é mesmo a sua cara, prefeito!" e "O que você acha da minha residência?", as reações poderiam variar de acordo com a personalidade do personagem (o que já acontece) e de acordo com a ação do jogador no cômodo, como comentar o que está na programação da televisão ou sobre a música no rádio.

Velhos amigos ainda ao nosso lado

Infelizmente alguns NPCs continuam nos jogos sem tanto destaque para seu potencial, como acontece com o (talvez nem tão) querido Mr. Resetti, que sempre se fez presente na franquia para lembrar ao jogador a importância de salvar a aventura antes de desligar o console. Como se não fosse ruim o suficiente, Resetti caiu ainda mais de posição em New Leaf, sendo acessível apenas em dias de sol antecedidos por dias de chuva — e a única coisa para o qual serve, além das broncas por sair do jogo sem salvar, é para o jogador obter uma fotografia do personagem — muito pouco para um personagem tão carismático.

Como esquecer também de Gracie? Em Animal Crossing, para o GameCube, a girafa fashionista costumava chegar em um estiloso carro até a cidade do jogador e distribuir recompensas de acordo com a limpeza feita no veículo — aproveitadora, não? No DS, Gracie apenas pedia que o jogador respondesse a um quiz, para também entregar os prêmios. Já nas versões para Wii e 3DS, a pescoçuda decidiu se instalar nas cidades para espalhar seu bom gosto em roupas e móveis caríssimos — para isso, o jogador precisaria se mostrar tão estiloso quanto a girafa. Esperamos que a personagem, que causa um misto de sensações nos fãs da franquia, não seja esquecida; inclusive, a limpeza de seu carro talvez ficasse mais fácil utilizando a tela touch do GamePad.

Personagens como Katrina, a pantera vidente, e Redd, a raposa picareta que tenta enganar os jogadores vendendo obras de arte falsificadas, dificilmente serão esquecidos pelos produtores. Além deles, seria incrível se o jogadores pudessem reencontrar Serena, a deusa-chihuahua da fonte da cidade, que entregava aos jogadores machados de prata e ouro após ser invocada com o lançamento de um machado na água, ou Wisp, um pequeno espírito que assombra as madrugadas nos dois primeiros jogos da franquia e se livra de matos e baratas que eventualmente estão espalhados pela cidade ou pinta o telhado da casa do jogador em agradecimento por reunir outros espíritos e retorná-los para o líder.
Melhor que Diddy Kong
Apesar de torcermos para o maior destaque de já conhecidos personagens, não podemos deixar de pontuar a felicidade que foi ver Porter, um simpático macaquinho, como o porteiro oficial da cidade, que impede visitas indesejadas e zela pelo bem estar do prefeito sempre ao embarcar para uma outra cidade. O símio, que lembra muito Champ, personagem que curiosamente não aparece nos mesmos jogos que Porter, tornou-se conhecido no primeiro jogo da franquia e reapareceu em New Leaf após muitos anos sem ser citado em outros jogos. Portanto, leave Porter alone!

Quando será que a Nintendo irá agraciar os fãs com um jogo com tanto potencial? Às vésperas da E3 2015, a empresa se concentra em divulgar o spin-off “Happy Home Designer” para o 3DS: anunciou inclusive, além dos amiibo, uma edição especial japonesa do new 3DS XL, com decoração especial relacionada ao novo jogo. Será que podemos alimentar esperanças de anunciarem um novo jogo da série principal ainda este ano?

Revisor: Alberto Canen
Capa: Ana Carolina


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