Bom mesmo era antigamente...?
O jogo se inicia com um acidente de avião, em que o protagonista é deixado em uma ilha misteriosa e precisa sobreviver a todos os tipos de inimigos e intervenções da natureza em seu caminho. Com referências óbvias ao clássico do Atari, Pitfall, tanto em aparência quanto nos obstáculos, a experiência de um jogo tão simples, que usa apenas as setas direcionais e os botões A (pular) e B (correr), é incrível tanto para os que enfrentaram crocodilos e troncos de árvores rolantes nos anos 1980 quanto para os que não tiveram esta oportunidade.Ao contrário do que estamos acostumados sobre movimentação de personagens, 50 Pinch segue as Leis da Física para essas ações — ou seja, sem saltos impossíveis, energia infinita para correr, respiração na água sem limites e outras bizarrices com que frequentemente nos deparamos nos jogos. Inclusive, ao pular de um precipício, o personagem chegará do outro lado amortecendo joelhos, o que pode ser um atraso se estiver correndo de uma gigantesca rocha rolando atrás de você — esta que vos escreve ficou tempos e tempos até finalmente superar tal corrida, que foi sucedida por coisas bem piores.
A morte é inevitável
O jogo é composto por fases curtas e contínuas, com plaquinhas identificando o início da próxima. Não é possível retroceder após finalizar o nível, o que vem como uma vantagem: ao morrer, não será necessário recomeçar sua trilha desde o início, o que facilita para o jogador não ter um ataque de raiva e quebrar o console ao precisar jogar a mesma cena mais uma vez. O ranking mundial do jogo é contado pelos minutos que você leva para completar todas as missões, com o cronômetro disparado ao iniciar a fase — alguns jogadores conseguiram terminar o jogo em pouco mais de 10 minutos. Ao contrário de Pitfall, este jogo não tem limite de tempo para ser finalizado.A simplicidade dos controles pode justamente atrapalhar o jogador ao precisar de movimentos rápidos e manobras cuidadosamente calculadas — é muito provável que em algum momento os comandos não funcionem como deveriam em um jogo que exige velocidade e seu personagem vá diretamente de encontro à morte — e essa probabilidade aumenta consideravelmente quando é necessário nadar. Depois de experimentar os comandos debaixo d’água, você nunca mais vai reclamar dos mundos aquáticos em jogos como a série Mario.
E depois, o que fazer?
Definitivamente, o maior problema do jogo é ele não ter nenhum atrativo após terminar as 50 fases. Não existem side quests, nem pós-jogo, a única coisa oferecida é um replay de suas infinitas mortes no jogo — o que não é sequer divertido, já que ninguém quer passar raiva ao reviver as cenas lamentáveis de enfrentamento de crocodilos, piranhas, cobras e tubarões, além de ursos descontrolados, paredes de lava e até mesmo zumbis. E talvez a grande diversão do jogo, a dificuldade, não tenha mais tanta graça após chegar ao fim da missão pela primeira vez.Apesar de ser um jogo que exige prudência e calma, quem gosta de um bom desafio, mesmo que de aparência simples, terá um tesouro em mãos com 50 Pinch Barrage!!! — apenas tente não jogar em momentos que prefere relaxar.
Prós
- Difícil na medida certa;
- Traz o sentimento de nostalgia aos fãs do Atari;
- Coloca as Leis da Física como um desafio a mais.
Contras
- O jogo não tem nenhum conteúdo extra;
- A única função online é o ranking;
- Controles simples, mas inadequados ao tipo de jogo.
50 Pinch Barrage!!! — 3DS — Nota: 7.0
Revisor: Vitor Tibério
Capa: Angelo Gustavo