Miyamoto fala sobre Mario em Splatoon (Wii U) e diz qual seu console favorito

Produtor concedeu entrevista falando sobre curiosidades de sua carreira.

em 19/03/2015

Quando Shigeru Miyamoto fala, qualquer fã da Nintendo faz questão de ouvir. Sempre que o criador de algumas das franquias mais bem-sucedidas do mundo dos games, como Mario e The Legend of Zelda, resolve dar entrevistas é certeza de que detalhes ou fatos interessantes vão aparecer, e dessa vez não foi diferente. Miyamoto conversou com a revista Time e abordou algumas curiosidades de sua carreira. Durante o bate-papo, ele revelou qual seu console preferido e também que sugeriu Mario como protagonista de Splatoon.


Confira agora o que de mais interessante rolou nessa entrevista.

Mario em Splatoon?
"O que mais preocupava era o protagonista. Parecia que ele poderia ser encontrado em qualquer jogo e faltava-lhe singularidade. Por isso, eu disse aos produtores do game para considerarem usar Mario caso não conseguissem encontrar o personagem ideal.

Algumas semanas depois, os produtores cautelosamente se aproximaram de mim com outra sugestão de personagem e decidimos que essa era a direção certa. O diretor e os outros profissionais que nervosamente me apresentaram o protagonista devem ter ficado surpresos com a minha reação positiva".
Seus jogos são feitos para uma determinada faixa etária?
"O ideal é fazermos jogos que possam ser apreciadas pelo maior número possível de pessoas. Quando fazemos algo que queremos que as crianças usem, tentamos sempre desenvolver com um nível de qualidade e de conteúdo para os adultos também apreciarem. Fazer jogos para as crianças pode ser ainda mais difícil do que criar pensando no público adulto".
Sua reputação intimida o restante de sua equipe?
"O que tento fazer é não criar um ambiente onde os produtores sintam que têm que fazer melhor do que eu ou que têm que me agradar. Baseado na minha experiência, encorajo a equipe a trabalhar naquilo a que se propuseram. Minha tarefa é questionar se o game irá oferecer a experiência que os jogadores imaginaram, mas tento não ficar profundamente envolvido no conteúdo dos jogos que a equipe está desenvolvendo".
Imagina ser diferente criar a história de um game e de um filme ou livro?
"Eu disse, no passado, que filmes e livros são meios passivos e os criadores dessas mídias podem controlar como suas histórias são reveladas ao público, de forma independente ao que o espectador imagina que acontecerá na sequência. Em comparação, é mais difícil para nós criarmos um tipo de entretenimento que força os jogadores a abraçarem nossas próprias expectativas sobre como eles devem experimentar as histórias, pois os jogos são um meio ativo em que os gamers pensam de forma independente sobre a ação a ser tomada em seguida.

Qualquer que seja o meio que estivermos falando, inspirar a imaginação do público além daquilo que eles já leram ou viram e levá-lo a ficar envolvido é a essência fundamental do entretenimento. Apesar de os livros serem constituídos apenas por palavras escritas numa página, eles têm o poder de desbloquear as imaginações de seus leitores de uma maneira ilimitada, ainda mais do que os filmes ou games que têm a vantagem de contar com imagens. Imagens essas que têm a capacidade de passar mensagens mais facilmente a um público mais vasto

Jogos de videogame, por outro lado , têm a capacidade única de gravar as imagens na memória do jogador devido ao seu papel ativo na escolha do caminho que os levou a cada lugar. É nesta área que acho que eu sou bom, então não tenho a ilusão de que me tornaria um diretor de filmes ou escritor de livros".
A obsessão pelos lucros prejudica a criatividade?
"Se o desenvolvimento de produtos criativos é ditado por aqueles que priorizam as vendas e lucros, as possibilidades para o futuro do entretenimento serão limitadas. Então, o que deve ser feito para evitar isso? Na Nintendo, continuamos a nos esforçar para inovar o quanto for possível e estamos constantemente trabalhando em novas ideias".
Qual o futuro dos hardwares da Nintendo?
"Vamos continuar utilizando novas tecnologias para criarmos outros modos de jogar. Porém, ao invés de simplesmente fazer mais jogos para uma plataforma pré-definida, o nosso trabalho é continuar desenvolvendo novos consoles que nos permitam proporcionar divertidas maneiras de jogar".
E, finalmente, qual seu console favorito?
"Sempre criei jogos com a perspectiva de que o trabalho do designer é o de nivelar as características positivas do hardware enquanto, simultaneamente, compensa suas fraquezas. Trabalhar no Nintendo DS e no Wii foi particularmente divertido, devido à forma como esses consoles nos apresentaram o desafio de inventarmos novas formas de jogar".
Fonte: Time
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É jornalista e obcecado por games (não necessariamente nessa ordem). Seu vício começou com uma primeira dose de Super Mario World e, desde então, não consegue mais ficar muito tempo sem se aventurar em um bom jogo. Diretor de Redação do Nintendo Blast.