Estamos sendo abarrotados por diversos jogos indie de qualidade e isso é um bom sinal. Aliás, os indie estão tomando cada vez mais força e essa tendência promete, além de já dar sinais de inspiração na cadeia da indústria de entretenimento eletrônico atual. Em vista disso, muitos jogos desenvolvidos por empresas pequenas também pegam carona em franquias de peso, mas incluindo novos aspectos, uso novo da jogabilidade e características de mundo diversos, agregando qualidade ao conteúdo, como é o caso que veremos agora, no platformer Paper Monsters Recut.
Um maravilhoso mundo de papel
Logo que você inicia o jogo, dá para ver que tudo ao seu redor é feito de papel — mais precisamente papertoys — e elementos que nos remetem ao mundo dos tecidos e crochês. A jogatina segue a ordem comum dos jogos desse gênero. A cada sequência de fases, enfrentamos um chefe, mas também passamos por estágios bônus. O mundo é aberto até certo ponto, mas necessita de certa quantidade de clipes coletados para passar de alguns trechos (onde será que já vimos isso antes?).
Muitas inspirações o aguardam neste rico jogo
Combata mutantes de papel
A qualidade gráfica é um dos seus pontos fortes. Entre os cenários apresentados, vemos repressentações nas mais diversas localidades, a citar: velho oeste, cidades de gelo, espaço lunático, florestas, e mais. Todos são muito bem assumidos e guardam como característica a existência de três clipes e um botão dourado, para completar com 100% cada missão.
O jogo sai da mesmice ao lhe colocar em situações diferentes, e com propósitos diversos. Você se verá, em certas partes, transformado-se para acessar pontos estratégicos. Entre as mutações que alteram nosso visual e comportamento nas fases, estão veículos como helicóptero, tapetes de gelo, submarino lançador de mísseis, entre outros.
Um mundo enorme a ser explorado com meu submarino!
Super Rayman Country 2: Turbo Edition!
Karts à la DKCReturns...
Outra das coisas que agradam em Paper Monsters Recut é que tudo nos remete a uma franquia. Plataformas soltas, cenários característicos, transições entre profundidades — que lembram muito os estágios de Donkey Kong Country Returns — são coisas bonitas de se ver e funcionam muito bem. E mais um detalhe: elas sempre carregam um toque característico especial da aventura em pauta.
Ah... nada como um solzinho pra esquentar minhas páginas
O jogo apresenta um misto de portais de estágios, vindos de Rayman Legends; com clipes fazendo a vez dos cristais, como em Captain Toad; incluindo um botão dourado, em vez dos moedões de Yoshi’s Island, e o palco de chegada, como na série Super Mario. Ainda temos viagens ao espaço, lutas contra chefões, paradas em checkpoints de catavento, Piranha Tesouras (em vez de Plants), baús como caixa de papelão, construções em movimento, e muito mais, todos altamente caracterizados e dispostos com o ambiente do jogo. Ou seja, assim como seu amigo Guacamelee, o game é repleto dessas referências e as utiliza à sua maneira, em um mundo próprio, para prender o jogador do início ao fim.
A beleza está em telas lindas e complexas
Pontos a melhorar e jogabilidade
Pulando de rampa em rampa
Mas nem pense que tudo são as mil maravilhas. Paper Monsters Recut também tem seus defeitos, como a trilha sonora que, quando não se repete, falha ao não ajustar uma continuação para acertar com o loop. Sua física também não agrada muito (os pulos de Super Mario não fizeram tanto sucesso à toa), mas pode-se dizer que bons momentos podem ser experienciados neste game, como nas vezes em que sofremos mutações e controlamos o personagem de uma outra forma.
Uma papelada de coisas a fazer
Paper Monsters Recut possui uma penca de coisas para se fazer. Um platformer tradicional, com belos visuais como se fossem feitos à mão, e muitos pontos para alcançar, não lhe deixarão sem vontade de jogá-lo repetidas vezes. Produzido pela Mobot Studios, portado de versões para celulares, o jogo faz bem seu papel e aporta como um dos melhores indies do console, e tudo ao custo de $7.99, nada mal.
Prós
Belos cenários e ideias em sintonia;
Boa quantidade de colecionáveis dão um ar de resgate e continuidade ao jogo;
Jogabilidade simples e fácil de assimilar.
Contras
Músicas repetitivas, por vezes, e falha no loop;
A física não empolga tanto como nas aventuras de Super Mario.
Jaime Ninice
Jaime Ninice é cravista, formado pela UFRJ, e mestre em música na mesma instituição. Sua paixão por games, eventos e revistas o levou a escrever e revisar artigos desde 2010 no @Blast. Hoje é redator das publicações impressas sobre retrogames WarpZone.me
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