A banda Bit Brigade detona a guitarra e os jogos

Banda com conceito espetacular faz shows únicos que agradam aos olhos e ouvidos.

em 06/09/2014
A banda Bit Brigade foi formada em 2003, pelos guitarristas Bryant Williamson e Jace Bartet, pelo baixista Luke Fields e pelo baterista Mike Albanese, na cidade de Atenas, Estados Unidos. O grupo nasceu como mais uma banda de covers de trilhas sonoras de jogos, "metalizando" as músicas dos games. Seu trabalho era excelente, mas não inédito — já existiam vários artistas americanos com propostas similares, e até mesmo alguns do tipo no Brasil, como o MegaDriver.


Foi somente em 2004 que a banda tornou-se única no cenário de música de jogos eletrônicos, graças à entrada de um novo membro: Noah McCarthy. Seu instrumento? Um joystick. O Bit Brigade seria o primeiro grupo da história a ter um gamer como integrante principal. A ideia era simples: enquanto McCarthy tentava zerar algum jogo o mais rápido que pudesse, os músicos tocariam a trilha sonora o mais alto possível, em perfeita sincronia com a ação na tela.

A presença de McCarthy revolucionou os shows da banda. De uma “mera” performance musical, eles se transformaram numa experiência gamística completa. A plateia reagia a cada movimento feito pelo jogador, comemorando a cada chefe derrotado, vibrando até as cenas de crédito do título. Simplesmente, ouvir o Bit Brigade é um crime; é preciso ver para crer.

Contraband, Ninjaband, Castlebandia e Mega Band

As primeiras apresentações do grupo foram detonando o clássico Contra, de NES — um título insanamente difícil, mas um mero passeio no parque para as habilidosas mãos de McCarthy. Sem truques, sem códigos, sem continues e sem morrer sequer uma vez, o jogador completava o título em pouco mais de 15 minutos.
Até o momento, a banda não se chamava Bit Brigade. Ela assimilava o nome do jogo a ser apresentado. Inicialmente proclamando-se Contraband, o grupo já adotou também as alcunhas Ninjaband e Castlebandia quando zeraram os jogos (advinhe!) Ninja Gaiden e Castlevania, ambos do NES.

Somente em 2006 adotaram o nome atual. Também, naquele ano, fariam aquele que seria considerado um de seus melhores shows: sua primeira interpretação de Mega Man 2 (NES), em sua cidade natal, Atenas. A performance chegou a ser gravada em DVD e publicada independentemente, esgotando logo em seguida.

Subindo no estrelato

Apesar do sucesso em sua cidade natal, os artistas não eram muito reconhecidos no resto do país. Isso mudou com a participação deles na MAGFest (Music and Gaming Festival), um dos maiores eventos de música de jogos eletrônicos dos Estados Unidos, que ocorreu entre 13 e 16 de janeiro de 2011. Ao lado de outras bandas famosas do gênero, como Powerglove, The Minibosses e Metroid Metal, a Bit Brigade fez uma magistral performance de Ninja Gaiden para um público de mais de 3000 pessoas.

O sucesso no evento os levou a participar de outros festivais de música gamística, como Bit Gen, Nerdpalooza e Rockages 2.0. No ano seguinte, retornaram ao MAGFest — desta vez num palco maior, devido a superlotação do último evento —, fazendo outra lendária interpretação de Mega Man 2.
Porém, foi em 2013 que o grupo tocou para sua maior plateia até o momento: 70000 pessoas no Penny Arcade eXpo (PAX) Prime, detonando novamente a segunda aventura do tão amado robô azul. Mas claro, a banda não iria tocar Mega Man pelo resto da vida. No mesmo ano, retornando ao MAGFest como veteranos, fizeram uma apresentação dupla de Castlevania e Contra.

É perigoso ir sozinho!

2014 tem tudo para ser o melhor ano da banda. Logo no início, no mês de janeiro, ela marcou sua já tradicional presença no MAGFest fazendo uma apresentação inédita de The Legend of Zelda (NES). Demonstrando como são capazes de improvisar, os músicos mesclaram o pequeno repertório do jogo original, que tinha apenas cinco trilhas, com músicas de outros títulos da série, como A Link to the Past (SNES) e Ocarina of Time (N64). Em nenhum momento a escolha das músicas pareceu estranha, além de combinarem perfeitamente com as ações de McCarthy.
Logo depois deste ciclo, a banda fez sua primeira turnê internacional pela Europa e já possuem presença confirmada no PAX Prime deste ano e na MAGFest 2015. Será que custa sonhar uma visita ao Brasil?

Revisão: Jaime Ninice
Capa: Sybellyus Paiva
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