N64

The Legend of Zelda: Ocarina of Time (N64) é um jogo perfeito?

Mecânicas precisas e inovadoras, design inteligente e uma história cativante. Relembre e debata conosco o sensacional jogo da Big N.

em 17/08/2014
O que é um jogo perfeito? Aquele que permanece nas memórias e corações de milhares de jogadores por muitos anos? Um título impecável, que é lapidado em todos os aspectos de um game do seu gênero? Ou as duas coisas? Nas próximas semanas vamos discutir a perfeição aqui no Blast: dez jogos considerados extraordinários, maravilhosos e sem falhas por grande parte da crítica e do público. E para começar essa série especial nada melhor que o título que é apontado por muitos como sendo o melhor videogame de todos os tempos: The Legend of Zelda: Ocarina of Time.


Lançado em 1998 para Nintendo 64, é o único jogo que possui média 99 no site Metacritic, além de estar presente em qualquer lista de melhores jogos de todos os tempos, sempre nas primeiras posições senão no topo. Foi, também, o primeiro jogo a conseguir nota 40/40 na publicação japonesa Famitsu. Contando com um currículo invejável e o amor incondicional de muitos jogadores, seria The Legend of Zelda: Ocarina of Time o melhor exemplo de um game impecável? Confira a opinião da equipe GameBlast.

Jaime Ninice

Sim — Além de diversos enigmas, gráficos ainda interessantes, história grande e concisa, com personagens e localidades de características únicas, OoT arrebenta até nos seus chamados “bugs”. Sim, é isso mesmo, este é o jogo com a maior quantidade de bugs considerados interessantes de todos os tempos! Não bastasse toda a grandiosidade do jogo e seu alto fator replay (não só pelas Skultulas, mas por ser interessantísimo completá-lo diversas vezes), ainda podemos fazer tudo isso com visão em primeira pessoa, cavalgando em pé na Epona, criando Deku Sticks indestrutíveis, pegando fadas infinitas, e isso é só o começo.

Como fã da série, também posso ser considerado suspeito para falar, mas parece que eventos diários totalmente dedicados ao mundo desta lenda estão cada vez mais em alta no Brasil… e que venham mais!

Lucas Pinheiro Silva

NÃO — É um jogo excelente e que levou bastante tempo para ser superado (alguns até acreditam que ainda não foi), mas tem seus problemas. Alguns puzzles são bem bestinhas e foram colocados só para aproveitar a Ocarina, sem justificativa maior — sinceramente, qual o esforço mental de simplesmente tocar Zelda’s Lullaby sempre que você vê uma Triforce no chão?

Além disso, acho as partes de stealth tediosas e com level design mal planejado. Zeldas posteriores fizeram seções de stealth de modo muito mais interessante e melhor, em especial Wind Waker.

Outra coisa que me incomoda é que ele é um tanto quanto verborréico. Entendo que o jogo tem que ser claro por possuir um público-alvo abrangente que inclui crianças e adultos, mas qual a necessidade de dizer como se usa bombas pela enésima vez quando você já está no castelo de Ganon? E nem falemos da Navi...

Thomas Schulze

NÃO (SIM) — pois chamar essa obra de arte de “perfeita” seria um eufemismo. Ocarina of Time representa a Nintendo em sua melhor forma: uma companhia que ousa e estabelece paradigmas de qualidade que serão seguidos e estudados por anos a fio.

Do incrível Z-targetting (copiado até os dias de hoje) à história épica e trilha sonora memorável, cada detalhe da obra transborda genialidade. Daqui a alguns anos, quando as pessoas forem estudar os videogames, Ocarina ainda será lembrado como um dos pontos mais altos de sua história, quiçá o mais alto.

Alan Kottwitz

Não — Eu joguei primeiro Majora’s Mask e depois joguei Ocarina of Time, um ano depois para ser mais exato. MM foi meu primeiro Zelda, acho uma obra-prima, o jogo me proporcionou uma atmosfera de melancolia, preocupação e tensão. Porém, ao jogar OoT motivado por MM eu me frustrei bastante. Pensei: “Ué? É só isso?”. O sentimento é simples de ser explicado: na primeira vez que vi Castle Town em ruínas eu nem me importei, para mim o cenário quase passou despercebido. Mas quando assisti à lua caindo em direção a Clock Town pela primeira vez, aquilo me bateu uma agonia. Eu acho que faltou emoção e simpatia em OoT. Ganon é malvado, temos que detê-lo e salvar o dia, urrá! Mas o Skull Kid possuído pelo Majora é sádico… fez uma porção de crueldades e ainda se divertia. Ganon está para Lex Luthor, tanto quanto Majora está para o Coringa.   

O motivo que leva muitos a atribuírem o título como “perfeito” é por que o jogo foi inovador, deixou de ser isométrico para ser tridimensional, trouxe uma mecânica diferente e eficiente (mesmo para aquele controle extremamente desconfortável do N64). Mas Wind Waker, Twilight Princess e Skyward Sword há muito superaram seu antecessor.

Gilson Peres

Sim — Existem poucos jogos que definem uma geração e Ocarina of Time definiu, pelo menos, duas. Nenhum jogo single player apresentou até hoje um fator replay tão cativante, nenhuma história envolvendo viagem no tempo foi tão bem trabalhada e, acima de tudo, poucos jogos foram tão originais quanto ele. 

Por isso The Legend of Zelda: Ocarina of Time deve ser respeitado e considerado perfeito. Sua originalidade de enredo, jogabilidade, controles, arte e level design, sejam simples ou não, servem de referência até hoje no mundo dos games.

Feitiço do Tempo

The Legend of Zelda: Ocarina of Time pode ou não ser o maior exemplo de um game impecável. O que não é discutível, no entanto, é a importância do título para os videogames, bem como o feitiço que continua a causar em milhões de crianças, jovens e adultos. Mesmo que não seja perfeito com certeza é eterno.
E você, jogou esse jogão? Não deixe de nos contar sua experiência com Ocarina of Time e se você considera o título perfeito! Como julgar um jogo é algo polêmico, pedimos apenas que os comentários respeitem a equipe do Blast e os outros leitores
E não deixem de conferir, na próxima semana, a segunda matéria da nossa série especial. Preparem-se para embarcar na Epoch!

Revisão: Vitor Tibério
Capa: Stefano Genachi
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