Parecia que o lendário robô azul não estava muito a fim de marcar presença na geração 16-bits. Emplacando um título atrás do outro no antigo Nintendinho, os fãs já se perguntavam se Mega Man seria capaz de ter o mesmo sucesso nas novas plataformas. E a sua primeira aventura foi um marco para os jogadores do mundo todo, com Mega Man X detonando no SNES.
Depois do sucesso estrondoso do primeiro game de Mega Man para Super Nintendo, agora na sua versão X, a Capcom, que nunca foi boba (leia-se, nunca deixou de querer sugar nosso dinheiro), não demorou a lançar uma continuação da sua “nova” série para o console de 16-bits da Nintendo.
Uma continuação eletrizante
Lançado em 16 de dezembro de 1994 para SNES, Mega Man X2 retornava em grande estilo ao mundo dos games, causando alvoroço nos fãs entusiasmados e nas revistas de games da época. Uma das novidades tratadas pelos periódicos impressos que fizeram sucesso nesse período, era o acréscimo de um chip novo no cartucho do game: o chip especial C4. Essa turbinada traria novos e inéditos efeitos tridimensionais para o novo título do Blue Bomber versão X.O game se passa seis meses após os acontecimentos finais da primeira versão de Mega Man (sim, estranhamente X é chamado de Mega Man durante esse game) no Super Nintendo. Nessa nova aventura, X assume a liderança dos Maverick Hunters, mesmo em meio à rebelião. Contudo, nosso herói azulado e os outros Maverick Hunters cercaram e derrotaram os inimigos remanescentes em uma fábrica de Reploids. Mesmo exterminando o inimigo, Mega Man não tem sua tarefa concluída dessa vez. Três Mavericks; Violen, Serges e Agile, formaram um grupo conhecido como "X-Hunters", robôs criados para seguir e matar o protagonista dessa eletrizante jornada. Além de perseguir Mega Man, os X-Hunters acabam por juntar todas as partes de Zero para reconstruí-lo novamente como um Maverick, o que se torna uma isca para atrair o nosso herói.
Nessa continuação eletrizante, todas as habilidades de Mega Man, e claro, suas, serão postas a prova em desafios ao melhor estilo plataforma, enquanto você tenta salvar Zero e destruir os temíveis robôs controlados por Sigma. Pois é, o vilão do primeiro título retorna, ainda mais forte e destemido a vencer o azulzinho.
Mais do mesmo nunca é de mais
O game é no bom e velho estilo de sempre da série: aventurar-se nos oito níveis iniciais, com certa liberdade, dependendo das suas habilidades, até absorver todos os poderes de cada chefão e partir para os estágios finais contra os poderosos X-Hunters e, por fim, Sigma.As fases são relativamente curtas, mas repletas de segredos, inimigos e desafios espalhados por cada canto do cenário, tornando uma jornada que parecia simples e rápida em desafiadora e complicada. Os controles de Mega Man X2 são impecáveis, como em toda a série X, respondendo de forma imediata aos reflexos do jogador, podendo ser considerado o ponto alto da aventura. Pode parecer complicado para os novatos recém-chegados, na época, ao mundo dos games, mas os títulos do pequeno herói azul ajudaram a formar uma geração de excelentes jogadores de títulos de plataforma. Depois de encarar os dois primeiros jogos, Mario, Donkey Kong e Sonic tornavam-se moleza.
Os gráficos são incríveis para época. Os cenários de fundo, inimigos e o próprio protagonista são cheios de detalhes, cores e belas animações. Tudo seguindo numa suavidade ótima para os padrões técnicos da geração, agora com o acréscimo do chip C4, que trazia efeitos 3D, transformando objetos e inimigos em figuras tridimensionais espetaculares.
A trilha sonora é daquelas de prender na mente por um bom tempo, mantendo o excelente padrão da série. Canções memoráveis que podem até hoje ser ouvidas em versões modernizadas no YouTube, ou em bandas de Rock que tocam canções de games. Mega Man X2 é eletrizante em cada nota.
Se no primeiro game já era incrível, em Mega Man X2 a caçada pelos Sub-tanks, corações e partes da armadura espacial é ainda mais prazerosa e desafiadora. É preciso vasculhar cada canto dos cenários em busca dos segredos do game. E por falar em segredo, a Capcom mais uma vez guarda uma surpresa para os fãs da série do azulzinho atirador e que curtem a sua principal franquia de lutas. Assim como no titulo anterior, X pode obter um golpe especial vindo direto das ruas agitadas de Street Fighter. Mega Man, após uma série de eventos e itens coletados, pode adquirir o lendário Shoryuken.
Por fim, mantendo o ritmo do seu antecessor, X2 foi um dos games mais marcantes do Super Nintendo, marcando presença em qualquer lista de jogatinas inesquecíveis da era 16-bits. Com jogabilidade apurada, gráficos belíssimos, dificuldade na medida certa, exploração, ação e aventura de sobra, o segundo jogo da saga X marcou uma geração de gamers apaixonados pelo herói de armadura azul. Mesmo esquecido atualmente, e os péssimos títulos que finalizaram a saga X nos consoles de mesa, ainda vale a pena conferir essa jornada, seja no bom e velho Super Nintendo, ou mesmo no Wii U, através do virtual console, onde o game está disponível para venda em formato digital.
E você, caro leitor? Guarda boas recordações desse excelente título da Capcom para o SNES? Sofreu em algum estágio? Ou conseguiu terminar o jogo dando um Shoryuken no chefe final?
Revisão: Alan Murilo
Capa: Wellington Aciole