Just Dance 2015 começa a demonstrar sinais de saturação mas ainda diverte

Fora o aplicativo de celular que promete infinitos números de jogadores e competição online, o jogo continua “mais do mesmo”.

em 22/06/2014
Muitos consideraram a Ubisoft uma das grandes “vencedoras” da E3 2014, contando com diversos títulos de peso e boa parte deles com gameplay e não somente CGI. Assassin’s Creed Unity, The Crew, Tom Clancy’s the Division, Far Cry 4 e o sensacional Rainbow Six novo eram apenas alguns dos títulos que levaram os gamers à loucura. Infelizmente, de todos os títulos da Ubi, apenas um está vindo para o Wii U e, como era de se esperar, trata-se de Just Dance 2015.

O problema da anualidade e falta de foco

Outra das franquias da Ubisoft que se tornou anual, JD chega à sua sexta iteração (desconsiderando os spin-offs) e começa a demonstrar sinais de desgaste e falta de comprometimento com os usuários nintendistas. Pode-se perceber que as coreografias, agora ainda mais malucas e elaboradas, foram concebidas tendo em mente uma câmera de captura de movimentos, e não um controle. Por mais divertido que seja dançar ao tema de Tetris, boa parte dos movimentos são tão sutis ou involuntários (alguém que está te movendo) que é fácil o Wii Remote não interpretar ou interpretar errado, algo que não necessariamente acontece com o Kinect, por exemplo, que era o aparato que a Ubisoft usava para demonstrar o jogo em seu estande.
As danças com duas duplas realizando rotinas diferentes também é uma das novidades
Hits como “I Love it” e “What Does the Fox Says” juntam-se à playlist do sexto título. O contexto do jogo de dança, que requer músicas novas constantemente, é o único fator que realmente justifica a compra do título, visto que muito pouco mudou em relação ao anterior.
Uma das poucas novidades é o World Dance Floor mode, no qual o jogador compete online com setlists e músicas contra outros jogadores, tentando conseguir o maior ranking em leaderboards globais.

O modo ainda permite se gravar dançando para que outros acompanhem sua coreografia ao invés da realizada pelo dançarino “oficial” do jogo. Isso é outra evidência de que o jogo fora idealizado para o sistema de captura de movimentos da Microsoft, ja quê, para fazê-lo no Wii U, precisa-se colocar o GamePad parado em frente a TV para que ele grave o jogador com sua câmera frontal de baixíssima qualidade.

Uma única música que quase justifica a aquisição do jogo

Infinitos dançarinos… na teoria

Algo bacana, mas com mais potencial para ser mais roubado do que simplesmente chacoalhar o Wii Remote, é o aplicativo Just Dance Now, para celulares. Em teoria, o app grátis permitiria qualquer um que o baixasse se juntasse a qualquer partida de Just Dance 2015 que estivesse rolando, permitindo assim um número ilimitado de jogadores. Não podendo testar o jogo através do app (somente via consoles e seus respectivos controles) e duvidando da capacidade de qualquer celular captar os movimentos corretamente, ainda estou cético e dou uma de São Tomé: é ver pra crer.

Quero só ver no que vai dar...
Mas para os fãs da festa que é jogar Just Dance, o jogo continua muito bacana. As coreografias, como disse, continuam seguindo o padrão descompromissado e nonsense, fazendo parecer dessa vez que eles realmente se firmaram nesse caminho e pararam de tentar competir com a seriedade de Dance Central. A Ubisoft tem a manha de colocar as músicas certas que fazem com que o consumidor queira comprar o título anualmente, mas parece que ela está se esgotando de ideias (salvo a hilária dança do Tetris). Se continuar no mesmo caminho, a franquia provavelmente irá trilhar os passos dos “Guitar Heroes” da vida e em breve chegará seu ápice da saturação. Enquanto isso não acontece, continue chamando a galera pra uma social na sua casa e rindo uns dos outros quando estiverem dançando as bizarras rotinas.

Revisão: Vitor Tibério
Capa: Hugo H. Pereira
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