O eterno dilema: moto ou kart?
Ambos veículos estão bem mais balanceados dessa vez |
Falando em veículos, embora a Nintendo tenha frisado que, de forma geral, não há vantagem absoluta entre usar ou karts ou motos – ao contrário do que acontecia em Mario Kart Wii –, estes dois veículos possuem muita diferença entre si. Apesar das motos não mais empinarem para ganhar boost de velocidade e não estejam restritas a apenas um nível de drift, controlar motos e karts se tornou muito mais distinto do que em seu predecessor. Com as motos fazendo curvas mais fechadas e os karts fazendo curvas bem mais abertas, a sempre constante derrapagem acaba necessitando uma precisão muito maior no seu timing para que não se atinjam as paredes. Embora a diferença da derrapagem já existisse, ela está mais acentuada nessa versão.
O pobre do ATV (all terrain vehicle), coitado, não brilha muito por não passar de um kart com menos velocidade e melhor performance off-road. |
A antigravidade faz tanta diferença?
É claro que a principal novidade do jogo não poderia deixar de ser explorada a esmo na demo. Embora o jogo só contasse com oito pistas novas ( Mario Kart Stadium, Mario Circuit, Electrodome, Sunshine Airport, Sweet Sweet Canyon, Cloudtop Cruise e Water Park), todas as principais mecânicas podiam ser experimentadas (voo, aquática e etc.), mas o foco era majoritariamente pistas que fizessem usos diferenciados da mecânica antigravitacional e a seleção foi excelente para mostrar o quão distintas essas sequências são em relação aos trechos mais tradicionais.Primeiramente, prepare-se para derrapar, e muito. Pelos pneus não tocarem o chão, os veículos perdem muita aderência, o que resulta em se mover muito para os lados ao realizar drifts. Além disso, temos o sistema do “spin boost”, que ocorre ao se chocar contra outros corredores ou elementos específicos do cenário. Embora simples à primeira vista, é necessário muita prática para obter a máxima eficiência da mecânica. Tal como esbarrar em qualquer outra coisa, há um certo ricochete caso você o acerte de frente; o segredo é encostar em tais elementos com a lateral de seu kart, para não sofrer com o recoil ao atingir o obstáculo e ao mesmo tempo conseguir o boost.
A inclinação das pistas consegue pregar peças e confundir o jogador em certas ocasiões, embora não fique não evidente no primeiro momento pois a câmera se mantém, em boa parte do tempo, numa visão frontal. É interessante, principalmente, quando se anda sobre as paredes e a câmera fica num ângulo de 30 graus – nesses momentos a sensação é incrível, e sem precedentes. O jogador consegue se sentir num “Mario Kart Galaxy” sem a menor dificuldade.
Os submarinos da montanha-russa de Water Park enganam o jogador: embora pareçam um obstáculo, sua conexão com a pista na realidade fornece um spin boost! |
Soberba atenção aos detalhes
Sim, todos nós já sabemos que o jogo está lindo, mas é somente com essa beleza rodando na sua frente que se pode ter a dimensão dessa beleza e a extensão do quão detalhado o título está. De Toads feitos de biscoito em Sweet Sweet Canyon a um novo tipo de Piranha Plants (uma versão negra, feita completamente de luzes LED que mudam de cor) que piscam no ritmo da música de Electrodome, o espetáculo visual é constante. Cada vez que você corre na pista, percebe algo novo ao seu redor.Embora não tão visível nas fotos, a baixa qualidade da plateia cria um contraste desagradavél |
Embora exista essa pequena ressalva, o jogo ainda esbanja muito carisma. As animações estão muito mais detalhadas e divertidas do que em Mario Kart Wii e Mario Kart 7 (com Metal Mario fazendo poses clássicas mas de uma forma bem robótica a Bowser olhando para trás e dando uma baforada de fogo) e as interações especiais, como os outros corredores se assustarando ao ouvirem uma buzina ou um rindo da cara do outro ao acertar um casco verde, definitivamente acrescentam um bem-vindo toque de humor ao jogo.
Electrodome é uma das pistas mais bonitas, vibrantes e divertidas que já joguei em qualquer Mario Kart! |
Mais uma eficaz campanha em prol do título
No geral, a experiência foi excelente. Embora não tivesse sido possível experimentar nenhuma pista retro ou algumas das pistas as quais eu mais estava ansioso (nominalmente, Mount Wario, Twisted Mansion e Dolphin Shoals), a jogada de marketing da Big N foi efetiva e fez com que não só eu, mas vários outros consumidores saíssem da GameStop com uma cópia de Mario Kart 8 garantida.
Revisão: José Carlos Alves
Capa e texto: Hugo H. Pereira