Competitivo 101: Aprendendo a montar seu time competitivo em Pokémon

Aprenda como elaborar uma equipe eficiente em Pokémon, dominando o uso dos cores, da sinergia entre membros e aprendendo a interromper times inimigos.

em 18/04/2014
Boa tarde e bem-vindos a mais um Competitivo 101, onde aprendemos um pouco mais sobre o cenário competitivo de Pokémon. Após tantas aulas com as funções de cada Pokémon, com a situação presente dos metagames mais jogados e até mesmo um guia para iniciantes, é chegado o momento que muitos de vocês mais aguardavam: a formação do time. Ajeitem-se em suas cadeiras e peguem seus blocos de notas, porque esse assunto vai ser bem mais complexo do que pensam.

O objetivo de um time

O meta atual está
cheio dessa
belezinha.
Antes de partir para a seleção de Pokémon, é preciso ter um conhecimento prévio do que forma uma boa equipe. O primeiro passo é conhecer o metagame no qual você irá participar e entender o que é popular nele ou não, pois isto vai definir as ameaças que você encontrará enquanto estiver jogando por aí. Conheça o que seus oponentes podem usar contra você, e assim poderá se preparar para o combate.

Mas claro, formar um time é muito mais do que apenas enchê-lo de Pokémon que possam enfrentar esses problemas. O ponto principal para desenvolver o seu time é pensar em seu eixo, seu centro, porque todo bom time tem um objetivo. Isso depende muito do seu estilo de jogo, mas basicamente a sua equipe deve ter um foco que você consiga trabalhar bem. Conheça a si mesmo e elabore um foco, e esteja pronto para o que podem usar contra você.
Prevenir e remediar: existem duas formas de se lidar com ameaças populares, e essas formas são através do uso de checks e counters. Os primeiros são Pokémon que podem entrar no campo com certa facilidade contra determinados Pokémon, de modo a averiguar do que aquele monstrinho é capaz o forçando a usar alguns de seus ataques. Já o outro vai um pouco além, podendo entrar em campo na frente do oponente sem dificuldade, resistir aos seus ataques e ainda nocauteá-lo com os próprios. Um exemplo de checker é Heatran diante de um Celebi, e de counter é Gliscor contra um Terrakion.
O estilo de jogo pode variar muito de pessoa para pessoa, mas são muitas as estratégias possíveis quando se vai jogar. Primeiro se decide se irá partir para um time mais ofensivo, com Sweepers e Tanks que possam derrubar seus adversários com rapidez e eficiência (modelo conhecido como "Hyper Offense") ou com uma abordagem mais defensiva, com Walls e Supporters que drenam seu oponente pouco a pouco através de dano indireto e/ou residual (modelo "Stall"). Um híbrido e equilibrado também é uma opção, então não tenha medo de inovar.

Cuidado, seu time de Trick
Room pode ficar inútil
sem o efeito!
Outra decisão importante é no que o seu time irá se especializar. Ele pode ser apenas um agrupado de Pokémon com boas capacidades combativas, ou pode se focar em um determinado clima. Alguns golpes de alteração espacial também são muito populares (em especial Trick Room, devido ao metagame rápido), mas sua duração é sempre perigosa. No fim, todas estratégias sofrem com o mesmo problema: sem ela, o time desanda.

O terceiro passo da formação do time é não deixar sua equipe dependente do seu objetivo. Por exemplo, se sua equipe só funciona com chuva e seu Politoed caiu, ela ficará em desvantagem. O melhor é ter um ou mais objetivos que tenham sincronia, ou ao menos uma estratégia alternativa que permita que o seu time atue independente da situação.

Por fim, um bom time sabe interromper o objetivo do adversário. Nunca se esqueça que, assim como você tem uma estratégia para colocar em ação, o seu oponente também tem. Bloquear o adversário de usar sua tática é a melhor forma de derrubá-lo, já ganhando uma vantagem no início da luta. A melhor forma de fazer isso é conhecendo bem os Pokémon do metagame, assim podendo identificar a estratégia do oponente antes de ele iniciá-la; diversos Pokémon lentos pode indicar um time de Trick Room, a presença de Ninetales denuncia um time de Sunny Day, e por aí vai. Saiba impedir que seu oponente coloque sua estratégia em ação e a vantagem será sua.
Coloque a isca em campo: nenhum Sweeper é imparável, todos eles sofrem com algum Pokémon em específico que resiste aos seus STABs ou que consegue servir de Wall, check ou counter para ele. É para isso que muitos times possuem uma isca para esse(s) Pokémon em específico, monstrinhos estes denominados lures. O trabalho dos lures é trazer ao campo os inimigos do seu Sweeper, ou trocar para quem pode derrubar esse adversário, ou até mesmo nocauteá-lo já na troca. Um exemplo é colocar um Tyranitar em campo para atrair um Gliscor do oponente, apenas para pegá-lo de surpresa com Ice Beam e deixar o caminho livre para seu Terrakion espalhar a destruição.
Versatilidade é o que faz um bom time. Mesmo equipes focadas num único tipo podem ser extremamente versáteis em mãos habilidosas. O perigo não mora no Pokémon usado, mas na forma de se atuar com ele. Sabendo como a estrutura básica de um time deve ser, podemos agora partir para a decisão mais importante: quais monstrinhos usar.

Selecionando a sua equipe

É aqui que mora o perigo. O mais difícil dessa seção é que cada pessoa possui diferentes parâmetros para a seleção de seus Pokémon. Eu sou a favor de sempre jogar com seus favoritos, pois são os monstrinhos que você mais conhece, e assim pode extrair o máximo deles, mas existem pessoas que preferem selecionar Pokémon fortes ou que sirvam ao propósito da vitória. Não é uma discussão ética sobre qual lado está certo, apenas tenha certeza de criar um time que você se divirta ao usar. Eu, pessoalmente, nunca vou abandonar meu querido Hydreigon em meus times sérios.

Dito isso, o primeio passo da escolha de seus titulares é a seleção do capitão do seu time. Não confunda isso com o monstrinho que entrará primeiro em campo, o Lead, pois o capitão nada mais é que o Pokémon no qual o seu time gira em volta. Nesta geração o capitão costuma ser a Mega Evolution, por ser justamente o mais forte da equipe, mas isso não é uma máxima. O importante é escolher um bom capitão para que o seu time possa atuar de modo a maximizar a eficácia deste Pokémon.

Em seguida a coisa começa a ficar mais complexa. Após selecionar qual será o eixo do seu time, é preciso escolher Pokémon que complementem sua capacidade e lhe deem o suporte adequado, então agora o objetivo é estimular a sinergia do seu time. Se o seu Pokémon capitão é lento, pode ser uma boa investir em usuários de Thunder Wave ou Trick Room para que ele possa ter mais chances de colocar seu poder em campo. Se ele encontra dificuldades em derrubar oponentes de um determinado tipo, é viável ter alguém que derrote esse elemento.
O núcleo da equipe: são conhecidos por cores (ou “núcleos”) grupos de dois ou mais Pokémon que cubram suas fraquezas de modo ofensivo e defensivo. Eles podem trocar livremente perante as ameaças e ajudar uns aos outros a eliminar o que lhes impedem de atuar com todo potencial. Um exemplo é a dupla Drapion e Latios; a única fraqueza de Drapion é Ground, a qual Latios é imune. Enquanto isso, ele resiste dois tipos que atingem com super eficácia o Dragon/Psychic, além de poder abater as outras fraquezas com seus golpes (em especial Fairy). Enquanto isso, Latios pode tranquilamente derrubar os inimigos que podem atingir o Poison/Dark onde lhe é mais frágil!
O interessante é formar uma equipe que não tenha repetição de fraquezas e que possa resistir o maior número de tipos possível, assim garantindo mais switches e ajudando a encontrar a melhor combinação possível com o adversário. Batalhas Pokémon são um confronto de momentum, então quem conseguir a vantagem momentânea primeiro pode definir todo o desenrolar do combate.

Sableye pode dar um grande
suporte na equipe!
Após escolher seu capitão e formar seu core, provavelmente ainda terá de dois a três espaços vagos no seu time. Use estes espaços para estimular o potencial dos seus outros Pokémon, seja de forma ofensiva ou defensiva. Monstrinhos capazes de abater as ameaças dos seus atacantes podem se encaixar aqui, como checks, counters e lures. Supporters que deixam o campo favorável ao seu time são uma ótima ideia, seja com movimentos de status ou de mudança no campo, ou mesmo Spinners que limpem a arena de Entry Hazards perigosos à sua equipe. As vezes vale a pena gastar um espaço da equipe para ter algo para abater uma grande ameaça do metagame que o resto do seu time pode ter dificuldades. São seis membros de mais de 700 Pokémon, as possibilidades são infinitas.

Na prática, podemos escolher como capitão o Mega Garchomp. Sua velocidade cai durante a Mega Evolution, então é algo que precisamos pensar; usaremos uma Chansey com Eviolite para atingir os alvos dele com Thunder Wave e curá-lo como uma Cleric. O potencial máximo do capitão só pode ser adquirido durante uma Sandstorm, então Tyranitar é uma opção viável. Este último faz um core excelente com Aegislash e Landorus, num círculo de imunidades bem interessante. O último espaço pode ser ocupado por um bom Pivot como Rotom-W, que pode dar status negativos nos oponentes (inclusive o previamente citado Thunder Wave) e resiste aos tipos que mais afetam seus companheiros de equipe, Fire e Ice. Feito, temos um time!

Aprimorando sua equipe

Depois que seu time estiver concluído, é hora de colocá-lo em prática. Eu recomendo testá-lo nos simuladores online para poder ver como ele se sai contra outras equipes do metagame, desta maneira será mais simples de encontrar possíveis ameaças que podem ser capazes de furar o seu time. Com isso, poderá fazer desde pequenas adaptações, como mudanças nos movimentos dos seus Pokémon, até grandes alterações, como trocar alguns monstrinhos ou até laborar um novo core.

Sabe o que fazer ao
encontrar um destes?
Foi o que pensei.
Uma coisa que devem ter em mente é que usar Pokémon que são fortes e populares pode ser uma boa, mas também costumam ser bem previsíveis. A imprevisibilidade é uma arma que deve ser usada sabiamente. Mais uma vez citando A Arte da Guerra, Sun Tzu diz que “se deve atacar onde o inimigo está desprevenido e utilizar caminhos que, para o inimigo, são inesperados”. Um time imprevisível é difícil de se derrubar, então compensa usar alguns Pokémon mais obscuros ou com movesets bem variados, pois o adversário só vai saber do que o seu monstrinho é capaz quando ele já tiver aberto um buraco no time.

Por fim, não deixem uma derrota desanimá-los. Perder é um fato quando se entra em qualquer cenário competitivo, vocês vão perder muito ainda e precisam se conformar com isso. Contudo, se aprende muito mais na derrota do que na vitória, pois é onde podemos ver onde falhamos e onde precisamos melhorar. Pratiquem sempre que possível e dominem seus times como se fossem partes de vocês. É assim que um verdadeiro Mestre Pokémon deve ser com a sua equipe: um só.

Isso conclui mais essa etapa do Competitivo 101, enfim explicando algo que muitos de vocês já queriam. Infelizmente a nossa jornada de aprendizado está chegando ao fim e já não resta muito para ensiná-los, mas mantenho meu compromisso de lhes passar tudo que sei até o final dessa empreitada. Por isso, não tenham medo de perguntar, tirem suas dúvidas e nos vemos semana que vem na parte final das nossas aulas. Guardem o material e o último a sair apaga a luz!
Revisão: Leonardo Nazareth
Capa: Felipe Araujo
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