Nostalgia reencarnada! Confira os 10 melhores remakes da Nintendo

Analisamos e listamos os melhores remakes que revitalizaram as franquias mais queridas da Nintendo

em 30/03/2014
Como uma empresa tradicional no ramo de games, grande parte do sucesso da Nintendo se dá pelo histórico das conquistas de suas principais franquias ao longo da trajetória da companhia. É claro que a própria Nintendo tem ciência disso, e é com isso em mente que produtos como Super Mario 3D Land, New Super Mario Bros. ou The Legend of Zelda: A Link Between Worlds são elaborados, jogos que tiram proveito e se utilizam do benefício da nostalgia da qual os fãs têm por suas séries favoritas.
Mas a Nintendo não se limita em criar novos produtos que apelam para experiências nostálgicas. Outra linha importante da corporação, que faz uma aplicação bem mais direta e focada da nostalgia, são os seus remakes: clássicos antigos refeitos (muitas vezes até mesmo incrementados com conteúdo extra) em plataformas mais atuais, aproveitando-se de novas tecnologias que ainda não existiam ou da flexibilidade criativa que era limitada pelo desconhecimento da reação do mercado diante da franquia. De todos eles, separamos os dez melhores remakes que mais nos surpreenderam. Confira!

Número 10

Se considerarmos que Ocarina of Time é popularmente conhecido como um dos melhores jogos de todos os tempos, especialmente pelas notas que recebeu da crítica, fica difícil não citar pelo menos um de seus relançamentos. Afinal, The Legend of Zelda: Ocarina of Time 3D pegou como base um dos melhores jogos que já existiu e o melhorou em diversos aspectos. Gráficos mais bem polidos com modelos atualizados e efeitos estereoscópicos aliados a uma nova forma de mira através do sensor de movimento do 3DS além de um sistema mais agilizado de inventário (inclusive tornando as Iron Boots um item usável por atalhos), traziam uma nova brisa para uma obra do entretenimento que já havia passado por vários outros relançamentos.
Ocarina of Time 3D foi importante para esquentar as vendas do Nintendo 3DS em seu lançamento, mas preferiu se manter na simplicidade em questões de novidades
O único problema, talvez, é que Ocarina of Time 3D pouco adicionava na experiência original, além de oferecer um olhar mais belo através das lentes atualizadas do portátil. Rumores como o Temple of Light, que acreditava-se ter sido o lugar onde Link originalmente conquistaria o Light Medallion, não se tornaram calabouços adicionais na nova versão e a Master Quest, mesmo que espelhada, já havia sido vista para aqueles que fizeram pré-venda de The Wind Waker e receberam como brinde o port de Ocarina of Time para GameCube. O único modo exclusivo para essa versão, o Boss Challange, colocava-lhe numa corrida contra o tempo para derrotar chefes já vencidos, mas a falta de mais características únicas do portátil, como StreetPass ou SpotPass para compartilhar seus recordes, tornava a renovada experiência um tanto “mais do mesmo”.

Número 9

Como já foi dito, muitas vezes um produto tem seu alcance limitado pelo desconhecimento da reação do mercado diante da franquia. Isso é o que literalmente aconteceu com a franquia Fire Emblem durante 13 anos. A série sempre existiu desde os primórdios do NES como uma franquia tradicional da Nintendo, mas foi apenas com a popularidade de Marth e Roy em Super Smash Bros. Melee que a Nintendo passou a olhar para o mercado exterior, fazendo sua primeira tentativa internacional com o sétimo jogo da saga, Fire Emblem, para Game Boy Advance. Desde então, a empresa passaria a lançar todos os próximos títulos da franquia em território ocidental assim como no oriente. Entretanto, muitos recém-fãs do ocidente perderam grande parte da biblioteca da série, em particular toda a saga do príncipe Marth, responsável por popularizar a franquia por aqui. Foi pensando nesse público, talvez até mesmo como uma forma de agradecimento, que a Nintendo desenvolveu o remake Fire Emblem: Shadow Dragon para Nintendo DS, uma revitalização totalmente traduzida e localizada de Fire Emblem: Ankoku Ryū to Hikari no Tsurugi, o primeiríssimo título da série lançado no longínquo ano de 1990 para Famicom, o NES japonês.
Shadow Dragon trazia um moderno redesign da série que mal parecia o jogo de origem mesmo para quem conhecia o clássico de NES
Shadow Dragon trazia uma apresentação muito mais refinada e uma mecânica mais prática que se utilizava de melhorias que o Game Boy Advance e o Super Nintendo já haviam trazido anos depois de Ankoku Ryū to Hikari no Tsurugi. Não só o título oferecia aos fãs da franquia o primeiro capítulo da aventura de Marth totalmente recontextualizada e com uma carga ainda mais narrativa (o que o Famicom não era capaz de aguentar) como também trazia capítulos extras, novas classes, multiplayer e muitas outras evoluções comparadas ao original, como poder jogar completamente através da tela de toque, por exemplo. Contudo, o segundo remake para DS, Shin Monshō no Nazo ~Hikari to Kage no Eiyū~ (um remake do terceiro jogo da série) nunca chegou a ser lançado fora do Japão, apesar da popularidade crescente da série por aqui.

Número 8

O lançamento do Nintendo 3DS foi notável por conter diversos remakes e continuações do Nintendo 64 em seu primeiro ano no mercado, e isso faz todo o sentido se pararmos para pensar que a grande atração do sistema era o ambiente 3D e que o objetivo dos jogos para N64 combina com o que o Nintendo 3DS queria demonstrar com sua tecnologia. Além de Ocarina of Time e uma sequência de Pilotwings 64 estrelada em Wuhu Island, o portátil tridimensional recebeu a reelaboração de Star Fox 64, que até hoje é tido pelos fãs como o melhor jogo da franquia, na forma de Star Fox 64 3D.
Segundo Miyamoto, Star Fox 64 era perfeito para o 3DS já que o efeito 3D realçava a imersão no espaço sideral
Mesmo que um jogo de menor duração, se comparado com o remake de Ocarina of Time, Star Fox 64 3D não só tinha gráficos melhorados e controles por movimentos, como no remake da aventura de Link, mas também trazia uma trilha sonora completamente retrabalhada e remasterizada, um novo modo de Score Attack com Medals ainda mais difíceis do que o original e um modo totalmente reformulado de Multiplayer que levava vantagem do Download Play do sistema e da câmera frontal, esta que até hoje foi pouco usada no portátil. Levando em consideração os desvios que a franquia Star Fox havia passado no Nintendo GameCube e no Nintendo DS fica visível a imensa responsabilidade e atenção que a Q-Games deu ao título que, segundo o que o próprio Miyamoto disse em um Iwata Asks, seria um teste para decidir se a franquia seria descontinuada ou não. Mas convenhamos — só de ouvir os novos diálogos (dublados pelos dubladores originais!) regravados para o remake do portátil já temos uma noção da maior dedicação por parte dos desenvolvedores, o que justifica o oitavo lugar nessa lista.

Número 7

Vamos fingir que você é um brasileiro entusiasta de games vivendo em pleno ano de 1985, no qual o NES acaba de ser lançado no ocidente e traz junto o jogo mais vendidos do console e que se tornaria o mais famoso da história da empresa, Super Mario Bros. As chances de você não conhecê-lo na época, assim como os clássicos Zelda, Metroid ou qualquer outro produto da Nintendo, são bastante altas levando em consideração que o país passava, em tempos de ditadura, por uma reserva de mercado que impedia que produtos importados viessem para cá. Seria apenas em 1993 que a Playtronic (uma joint entre a Gradiente e a Estrela) traria uma versão nacional do NES no pacote Action Set, que, em território tupiniquim, incluia bundles com Super Mario Bros. 3, o Power Pad ou a Zapper. O único problema é que o Super Nintendo, lançado dois anos antes nos Estados Unidos, também foi trazido pela Playtronic nesse mesmo ano para o Brasil. Juntamente com ele, Super Mario All-Stars fazia sua estreia num país que nem sequer teve contato direto com os jogos originais do bigodudo, o que tornava o NES completamente obsoleto desde o início. Não é pra menos que ele foi extinto no ano seguinte por custar praticamente o mesmo que o SNES.
Super Mario All-Stars aproveitava a potência superior do Super Nintendo para reilustrar as mais importantes aventuras de Mario
Mesmo assim, é curioso ver os dois lados da moeda de Super Mario All-Stars: mesmo que o jogo reunisse quatro fantásticas aventuras do encanador Mario que nunca chegamos a ver por aqui, ele ainda assim permitia que conhecêssemos os melhores e mais importantes jogos do herói do Reino do Cogumelo em sua melhor forma, com gráficos redesenhados e áudio superior pela tecnologia MIDI em comparação com os chiptunes do NES. No fundo, pouco importava se Super Mario All-Stars era um remake de jogos que já existiram porque, no fim das contas, pouca gente de fato teve acesso a esses clássicos do NES em nosso país durante aquela época. Só o fato de um cartucho reunir as principais aventuras clássicas da franquia já devia ser motivo suficiente para tê-lo — e as chances aumentam drasticamente se você levar em consideração que ele se tornou um jogo incluso no pacote do console depois de dezembro de 1994, em uma recompilação conhecida como Super Mario All-Stars + Super Mario World que incluía também uma versão melhorada da mais recente aventura de Mario até então.

Número 6

Uma das pedras preciosas esquecidas na imensa biblioteca de sucessos da Nintendo, o remake do clássico jogo de arcade do gorilão para Game Boy é oficialmente conhecido apenas por Donkey Kong, mas para diferenciá-lo das versões de NES e fliperama, muitos fãs ainda preferem chamá-lo de Donkey Kong ‘94, como foi apelidado durante o seu desenvolvimento. Ofuscado por grandes títulos como Super Mario Land 2: 6 Golden Coins e The Legend of Zelda: Link’s Awakening, Donkey Kong ‘94 parecia ter uma premissa básica, de início, ao introduzir o jogador nas mesmas quatro fases do antigo clássico. Mas a genialidade desse remake ainda estava por vir, já que, depois de terminado a sequência “original”, os outros 97 estágios ao longo de nove mundos se baseavam em uma mecânica completamente diferente, permitindo que Mario fizesse acrobacias e pegasse itens em um jogo que não dava para acreditar que funcionava em um sistema tão básico como o Game Boy.
É impossível dizer através de fotos, mas Donkey Kong '94 tinha uma mecânica com uma desenvoltura surpreendente para um portátil tão simples
Para quem estiver se perguntando: sim, Donkey Kong ‘94 é basicamente o tataravô de Mario vs. Donkey Kong no que se pode considerar sua sequência espiritual do Game Boy Advance. A diferença é que a versão de GBA se distancia mais ainda das suas origens de arcade ao dispensar completamente os estágios antigos com barris e elevadores. Independente disso, ainda assim era inacreditável imaginar um jogo como Doneky Kong ‘94 com uma mecânica tão flexível e com tanto conteúdo em um cartuchinho preto e branco do clássico “tijolão”, e o mérito de ressucitar a série de arcade de Donkey Kong — que anos mais tarde se tornaria uma série mais voltada aos puzzles em suas encarnações para DS — deve ser atribuída unicamente a essa maravilhosa peça de engenharia nipônica.

Número 5

Assim como Donkey Kong ‘94, Kirby Super Star também é um brilhante caso de expansão da obra original. Isso porque muitos podem não ter reparado, mas Super Star tecnicamente é um remake direto de Kirby’s Dream Land, o primeiro jogo de toda a carreira da bolota rosa que foi lançado para Game Boy, e de longe o mais ofuscado por Kirby’s Adventure, lançado apenas um ano depois para NES. Dentre os motivos, certamente o maior deles foi que Kirby’s Adventure é o responsável por criar a marca registrada de Kirby, sua habilidade de cópia de poderes, enquanto Dream Land possuia apenas alguns mundos e nenhuma capcidade de absorção de habilidades. Em Kirby Super Star, entretanto, a aventura original de Kirby’s Dream Land foi parcialmente reencarnada no sub-jogo Spring Breeze, mas dessa vez permitindo que o herói fofinho pudesse engolir os inimigos e copiar suas habilidades.
Diante do sucesso que a habilidade de cópia de Kirby’s Adventure havia causado, um redesign da aventura original que não havia aproveitado dessa mecânica era uma ótima ideia
Apesar disso, os jogadores de Super Star reconhecem que Spring Breeze é apenas uma fração do que o pacotão de jogos do Kirby podia oferecer, mas mesmo assim é interessante perceber que a melhor coletânea de jogos que a série Kirby já teve nasceu de um remake reestruturando o primeiro jogo da franquia. Vários anos depois, o sucesso dessa coletânea voltaria a ser provado quando Kirby Super Star Ultra foi lançado para o Nintendo DS incluindo ainda mais modos, minigames e novidades no que podemos chamar de um “remake de segundo grau” da clássica e pioneira aventura de Game Boy.

Número 4

Quando o Nintendo DS foi lançado ao mercado no fim de 2004, um dos principais pontos do produto era ter um poder de processamento gráfico tridimensional que se assemelhava ao do Nintendo 64. Para os fãs nintendistas que viveram até então de portáteis com gráficos exclusivamente bidimensionais, essa notícia já era o suficiente para querer um. Pensando nisso, a Nintendo não hesitou em reforçar esse ponto atrativo do portátil ao relançar Super Mario 64 em formato de bolso. O que seria, entretanto, um feito já impressionante se fosse um mero port, Super Mario 64 DS acabou por se tornar uma experiência expandida do original, com gráficos modernizados da era GameCube, minigames adicionais que traziam utilidade à tela de toque e, especialmente, três personagens completamente jogáveis ao lado de Mario.
O Multiplayer cooperativo prometido no DS não chegou à versão final, mas ainda era possível jogar partidas competitivas entre portáteis pelo Download Play
Fãs do original de Nintendo 64, responsável por introduzir a Nintendo inteira no mundo dos jogos 3D, talvez lembrarão do famoso hoax “L is the real 2401”, que sugeria que coletar todas as supostas 2401 moedas ao longo dos mundos do jogo destrancaria Luigi como um personagem jogável. Esse rumor criou popularidade porque Super Mario 64, de fato, tinha a intenção de ter um modo de dois jogadores onde Luigi poderia ser usado. Mas, na prática, Luigi de fato só apareceu oito anos depois, ao lado de Wario e Yoshi, como um personagem extra do remake de DS. Além de cada um ter a sua própria habilidade especial e características peculiares, novas estrelas espalhadas por mundos exclusivos totalizavam 150 Power Stars, 30 à mais do que o original. A quantidade de conteúdo era imensa e a compilação era um ótimo negócio para quem pretendia comprar o Nintendo DS perto do lançamento.

Número 3

Grande parte dos fãs da franquia Pokémon reconhecem que um dos melhores títulos já lançados da série é Pokémon Gold & Silver. Logo, a segunda aventura no mundo dos monstrinhos se provou uma das melhores até hoje não só por ter incluído 100 novas criaturas (incluindo diferenças de sexo e os raros Shinies) e os tipos Dark e Steel, mas a possibilidade de explorar a região de Kanto completamente uma vez que a Elite 4 é vencida, com direito a poder batalhar novamente com os 251 Pokémon originais e líderes de ginásio da região que mudou nos três anos depois da aventura de Red em Pokémon Red, Blue e Yellow. Pokémon Crystal levava esse conceito ainda mais adiante permitindo que o jogador escolhesse uma avatar feminina, confrontasse a Battle Frontier e redescobrisse a história de Gold & Silver com a inclusão das três bestas lendárias, Raikou, Entei e Suicune. Anos depois, com o lançamento do remake Pokémon FireRed & LeafGreen para Game Boy Advance, muitos fãs ficaram na expectativa de poder reviver a mais caprichada aventura até então. Esse desejo foi finalmente realizado uma geração depois com Pokémon HeartGold & SoulSilver no Nintendo DS.
HeartGold & SoulSiver se baseava tanto na popularidade que o primeiro remake da série, FireRed & LeafGreen, tiveram entre os novos jogadores quanto na força nostálgica do que é considerado o melhor jogo da série
Se Gold, Silver e Crystal já homenageavam a primeira geração com a inclusão de Pokémon antigos e da região de Kanto para ser explorada, HeartGold & SoulSilver era uma carta de amor à qualquer pokefanático. Além das melhorias óbvias trazidas pela quarta geração de Pokémon Diamond, Pearl e Platinum como a Global Trade Station e funções extras da tela de toque, o remake também contava com funções nostálgicas dedicadas especialmente aos fãs, como o item GB Sounds, que transformava a música do jogo em chiptunes de 8-bit inspirados no Game Boy Color. Também era possível permitir que um Pokémon lhe seguisse pelo mapa (como o Pikachu fazia em Pokémon Yellow), uma função querida que até hoje nunca mais foi vista nos jogos da série.

Número 2

A desenvolvedora independente Next Level Games nunca contou com muita experiência no mercado, e a sua primeira tentativa de aliança com a Nintendo, no que resultou na série Super Mario Strikers, divide opiniões pela falta de qualidade e direção de arte contraditória com o que a Nintendo construiu até então para a franquia do encanador. Quando foi revelado em 2008 que a Nintendo confiaria mais uma vez na companhia para reviver um dos ícones mais importantes da era 8 e 16-bit da Nintendo e que fazia falta aos fãs, essas mesmas dúvidas dividiram alguns fãs. Felizmente, o suspense resultou em uma ótima surpresa: Punch-Out!! para Wii não era simplesmente um remake dirigido ao primeiro título da franquia, para NES, mas um completo reboot modernizado que colocaria a franquia de volta ao lado de outras séries icônicas revividas como Kid Icarus e Pilotwings.
Punch-Out!! para Wii não era apenas um mero remake, mas sim um reboot que buscava reviver a franquia através de personagens cheios de carisma e personalidade
A diferença entre um mero remake e um reboot completo se dá em um nível mais complexo do que apenas no jogo: Em um reboot, a marca, os personagens e especialmente a identidade visual da franquia são repensados como um todo visando a revitalização da propriedade intelectual. Era difícil acreditar que a desenvolvedora do contraditório jogo de futebol do Mario, em apenas quatro anos, conquistou tamanha experiência e profissionalismo à ponto de repaginar de uma forma tão brilhante um ícone tão importante como um clássico da Nintendo. Decisões importantes, como trazer personalidades vívidas à personagens da era NES e aplicar uma direção de arte moderna mas ainda assim condizente com as raízes da franquia, foram tomadas com total liberdade pela desenvolvedora, sem muitas restrições da Nintendo. Não é por menos que Little Mac chegou a entrar no novo Super Smash Bros. como um personagem jogável, tudo isso graças ao espaço conquistado entre os nintendistas depois desse seu fantástico renascimento.

Número 1

Depois do lançamento de Super Metroid em 1994, a franquia Metroid passou por uma longa escassez de títulos até que a sub-série Prime fosse criada no Nintendo GameCube, colocando a heroína Samus em cenários tridimensionais na perspectiva de primeira pessoa, uma experiência bem diferente da tradição da série. Em 2002, Metroid Fusion retomava a perspectiva sidescroller com algumas mudanças das mecânicas tradicionais, como um limite maior de exploração. Mesmo assim, Fusion não resgatava a sensação de liberdade que os jogos mais antigos traziam. É por isso mesmo que o primeiro colocado dessa lista também se coloca no tênue limite entre um remake e um reboot: Usando o motor de jogo já pronto de Fusion, a Nintendo decidiu dar um grande passo para a franquia Metroid ao revitalizar uma das principais e icônicas aventuras da caçadora de recompensas — a missão de Metroid para NES — em um formato portátil e de bandeja ainda por cima definir de uma vez por todas a aparência da propriedade intelectual, assim como a personalidade de Samus. Metroid: Zero Mission foi lançado em 2004 e foi responsável por reestabelecer as raízes clássicas de uma das principais franquias da Nintendo.
Metroid: Zero Mission não tinha o simples objetivo de evocar memórias nostálgicas, mas sim o objetivo de aproveitar essa nostalgia para reencarnar vividamente um capítulo importante e esquecido da aventura de Samus Aran
Tendo uma importância similar à reimaginações modernas como New Super Mario Bros. ou The Legend of Zelda: A Link Between Worlds, Zero Mission tinha como propósito reviver a origem da franquia para audiências mais novas repensando todos os aspectos do antigo jogo de NES com o intuito de encaixá-los na imagem atual que a propriedade intelectual até então tinha conquistado com sua evolução pelo Super Nintendo e pelo GameCube. Um level design todo retrabalhado, por exemplo, mantinha o senso de exploração e solidão da primeira missão de Samus enquanto se esforçava para ser mais convidativo para novos jogadores que queriam conhecer melhor a franquia. Sua mecânica excepcionalmente polida, baseada na flexibilidade da versão de SNES, também foi fundamental para  Metroid: Other M, que é basicamente uma transição dessas mesmas mecânicas para um espaço 3D. A criação de uma Samus com mais personalidade através do capítulo bônus de Zero Mission também foi imprescindível para a elaboração da heroína em aventuras posteriores, como Metroid Prime 3: Corruption, e tornou definitivo o que os fãs devem esperar de Samus quando ela está sem a sua icônica Power Suit. Esse símbolo se tornou tão forte que, depois de Zero Mission, todas as aparições “fora da armadura” de Samus ao longo de seus jogos (inclusive em Super Smash Bros. Brawl) contaram com o design estabelecido do remake de Game Boy Advance.
Agora é com você, leitor! Você tem algum nostálgico e querido jogo da Nintendo que gostaria de ver refeito e atualizado para consoles atuais? Diga nos comentários!
Revisão: José Carlos Alves
Capa: André Perez Segato

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