A ameaça negra retorna
O mundo de Advance Wars já passou por dois conflitos, ambos causados pelo maligno exército de Black Hole. Strum, seu comandante, foi finalmente derrotado em Advance Wars 2 (GBA) e as nações acreditavam que os problemas tinham finalmente terminado. Para celebrar e manter a paz, os países se uniram e formaram a confederação Allied Nations. Com todos se ajudando, os países foram aos poucos se recuperando das guerras anteriores.Os comandantes da facção Black Hole |
Guerra (quase) intocada
Advance Wars: Dual Strike é um título de estratégia militar por turnos, assim como os jogos anteriores da franquia. O jogador controla diretamente um exército, composto de variadas unidades com forças e fraquezas distintas, disposto em um mapa dividido no formato de grade, como em um tabuleiro de xadrez. O terreno é um fator importante em Advance Wars. Por exemplo, florestas e montanhas provêm maior proteção, mas são mais difíceis de atravessar; cidades provêm fundos para a construção de novas unidades e assim por diante. São inúmeras as possibilidades de estratégia e cada mapa oferece vários caminhos para a vitória. Os exércitos podem ser controlados por meio dos botões ou tela de toque.Outro ponto importante em Advance Wars são os Command Officers (CO). Eles são responsáveis por comandar as tropas e cada um deles têm características únicas. As unidades sob o comando de Jake, por exemplo, têm bônus de 10% de ataque em planícies. A especialidade de Sami é infantaria, logo essa unidade é mais poderosa ao escolhê-la. Já Grit, por preferir golpear à distância, tem unidades de ataque indireto mais poderosas, enquanto tanques e outras tropas de ataque direto são sensivelmente mais fracas. Cada CO conta também com poderes especiais que podem ser ativados quando o medidor é completamente preenchido. Saber escolher o comandante correto para cada situação já é meio caminho andado para a vitória.
Quebrando tudo em dupla
É fácil perceber que a mecânica básica da série foi mantida em Dual Strike, contudo a Intelligent Systems adicionou várias novidades no primeiro título para Nintendo DS. A primeira delas é bem estratégica: agora é possível escolher dois comandantes por missão. Um deles participa da ação, enquanto o outro fica em estado de prontidão. A qualquer momento é possível trocar os dois de lugar. Este sistema de duplas permite construir estratégias mais flexíveis, pois um comandante pode cobrir a fraqueza do outro. Quando ambos preenchem completamente suas barras de ataque especial, é possível usar o devastador Dual Strike: dois poderes especiais podem ser utilizados em sucessão, resultando em dois turnos consecutivos, o que pode mudar completamente o rumo de uma missão. Os comandantes ganham experiência e aprendem habilidades. É possível equipar até quatro melhorias por vez. São bônus como aumentar o poder de ataque, diminuir o custo de construção de unidades, diminuir o custo de movimentação e assim por diante. Outra novidade são fases que apresentam dois campos de batalha, um para cada comandante. Cada uma das telas do portátil exibe um dos fronts e o desafio e dificuldade são dobrados.Como todo episódio da franquia, Dual Strike introduz várias novas unidades e terrenos. O Megatank é extremamente poderoso, mas tem locomoção e munição bem limitados; já a embarcação Black Boat realiza reparos e reabastece unidades. O caça camuflado pode se esconder a qualquer momento, ao alto custo de combustível. Estas e várias outras unidades podem ser desbloqueadas na campanha em missões secretas. O exército de Black Hole conta também com novas armas, como o letal Oozium: a geleia gigante só move um espaço por vez, mas basta um simples toque para destruir completamente uma unidade.
Um mundo de conteúdo
A Intelligent Systems aproveitou o maior espaço proporcionado pelo cartucho de DS para adicionar uma grande quantidade de conteúdo. A tradicional campanha conta com 28 missões, além de uma versão difícil — na qual é possível utilizar qualquer comandante já desbloqueado, inclusive personagens da facção inimiga Black Hole. Outros modos retornaram das versões anteriores: as missões avulsas na War Room e os dois modos multiplayer VS (oito jogadores no mesmo portátil) e Link Mode (cada jogador com seu console e cópia do jogo).Dois modos estrearam em Dual Strike. Na modalidade Survival várias missões são jogadas em sucessão e o objetivo é chegar ao final delas obedecendo restrições de dinheiro, turnos ou tempo. Já o Combat muda completamente a fórmula clássica: ele é um modo de ação, jogado em tempo real. O jogador controla diretamente algumas unidades, destruindo inimigos e capturando cidades. Quatro unidades estão disponíveis, além dos poderes especiais dos comandantes. Por meio do Download Play é possível distribuir uma cópia deste modo para até oito pessoas, que podem jogar em conjunto.
Na sessão History estão disponíveis inúmeras estatísticas de jogo, como quantos tanques foram construídos ou quantas cidades foram capturadas. Ao alcançar certas metas, o jogador é presenteado com medalhas, bem parecido com o sistema de conquistas dos jogos atuais. Quem quiser completar sua coleção de condecorações vai ter que se esforçar: são 300 medalhas desbloqueáveis. O título conta também com uma galeria de ilustrações e músicas, que são desbloqueadas conforme se avança no jogo.
Um conflito viciante
Advance Wars: Dual Strike é o jogo favorito dos fãs da série. É fato que ele é extremamente similar aos títulos de GBA quando o assunto é a parte técnica e jogabilidade básica. Contudo ele apresenta várias ótimas novidades: adições na mecânica de jogo, como o uso de dois comandantes; inúmeros mapas e missões novas; diferentes modos de jogos e o sistema de medalhas. O resultado é um jogo divertido, variado e de longevidade elevada (eu mesmo tenho mais de 150 horas de jogo no meu arquivo), o que explica o motivo dele ser o favorito da série. Este foi também o último título que apresentou visual baseado em desenhos animados, já que Advance Wars: Days of Ruin (DS) seguiu visual mais sério e adulto. E vocês, gostam de Advance Wars: Dual Strike?
Revisão: Marcos Silveira
Capa: Douglas Fernandes