Relembre a insanidade portátil de Dementium: The Ward (DS)

em 03/11/2013

Todos sabem do histórico da Nintendo em relação aos jogos “adultos”: ela sempre manteve-se um pouco afastada. Para isto, basta comparar... (por Diego Leon em 03/11/2013, via Nintendo Blast)


Todos sabem do histórico da Nintendo em relação aos jogos “adultos”: ela sempre manteve-se um pouco afastada. Para isto, basta comparar as versões de Mortal Kombat para SNES e Mega Drive e a enxurrada de jogos de terror para PlayStation e PlayStation 2 – enquanto N64  e GameCube acenavam na lanterninha. A história se repetiu com o DS: uma enxurrada de jogos, mas poucos no gênero terror. Até que em 2007 a então desconhecida Renegade Kid- que mais tarde alcançou sucesso com Mutant Mudds -  lançou um clássico para a plataforma: Dementium.

Clichês que funcionam

Que tal uma brincadeira?
Dementium usava vários clichês de videogames e filmes de terror: um hospital que dá calafrios, crianças possuídas, monstros pelos corredores, paredes manchadas de sangue. No início do game, William, o protagonista do conto de terror, encontrava um bloco de notas escrito “porque você fez isso?” e um monstro que carregava uma garota ensanguentada para uma sala. Com o decorrer do jogo, novas pistas eram encontradas para solucionar (ou tentar solucionar, pois a história era realmente confusa) a história do psicótico William. A trama do jogo, que se apresentava em flashbacks ou nas pistas, era apenas um dos ingredientes para a insanidade de Dementium.

Gráficos de ponta e som de arrepiar

E a saúde que não anda bem...
Em todas as análises do jogo que você encontrar por aí, um fator é sempre elemento comum: os gráficos. A desenvolvedora do jogo conseguiu extrair o máximo do pequeno DS e ainda hoje Dementium desponta em listas no quesito gráfico. Os efeitos de sombra e iluminação eram competentes. Além disso, o jogo rodava liso a 60 FPS e não haviam slowdowns. Ponto positivo para a Renegade Kid.

No entanto, a grande crítica em relação aos gráficos era a repetição das texturas. Em determinados momentos esta repetição levava o jogador a pensar: “mas já não estive aqui”? A repetição também atingia alguns inimigos – eram os mesmos, apenas com leves alterações nas cores.

A lanterna dava o toque especial para o jogo. Com ela você podia iluminar os sombrios corredores do hospital, mas o sistema não permitia que o jogador carregasse uma arma e a lanterna ao mesmo tempo. Assim, em alguns momentos o campo de visão era limitado – o que elevava ainda mais o medo.

E o ápice do conjunto era a trilha sonora. É claro que os monstros não assustavam muito – com certeza você já viu coisas piores por aí - mas os efeitos sonoros... estes sim são tenebrosos! Desde sons sutis, como o cair da chuva, passando pela respiração dos monstros ou os batimentos cardíacos e até mesmo a ausência de som, tudo levava ao medo. Jogar Dementium com fones de ouvido era uma boa experiência do terror no DS.

Jogabilidade Intuitiva

Sem revólver... vai no cassetete mesmo!
Dementium tinha influências de Metroid Prime: Hunters (DS) em relação à jogabilidade. A movimentação era realizada com o direcional e a mira ao arrastar a stylus na tela sensível de toque. Para atirar ou bater, utilizava-se o gatilho L. A precisão dos controles elevava a qualidade do título.

A decisão da desenvolvedora de poder carregar apenas um item – a lanterna ou a arma – pode ter desagradado alguns jogadores, mas aumentava o desafio do jogo – bem como a sensação de claustrofobia.

E lembram o bloco de notas encontrado no início do jogo? Ele era extremamente útil, pois o jogador podia escrever anotações nele, como os caminhos percorridos e algumas combinações para abrir portas. 

A tela de toque também funcionava como inventário. Toda ação se passava na tela superior e a tela inferior exibia os itens que podiam ser utilizados (como a lanterna e a espingarda), que eram acessados através do toque. Além disso, a tela inferior também mostrava os batimentos cardíacos – que regulavam a vida do personagem. É aquele clichê: verde está tudo bem, no vermelho corra atrás das pílulas para recuperar a vida!

Nunca se sabe o que se encontra por aí...

Uma experiência de medo portátil

Como há poucos jogos no gênero terror para o DS, Dementium acabou tornando-se o jogo obrigatório para aqueles que gostam de sentir calafrios com o controle na mão. Mas não engane-se: Dementium tinha suas qualidades que o tornaram um excelente jogo – bons gráficos, jogabilidade fluida e aquelas músicas tenebrosas que garantem a imersão. É um jogo obrigatório para os amantes do terror. E não se esqueça dos fones de ouvido e de jogar no escuro! 


Capa: Vitor Nascimento
Revisão: José Carlos Alves

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