Domine a arte da alquimia e quebre tudo em Fullmetal Alchemist: Dual Sympathy (DS)

em 13/11/2013

Transformar animes de sucesso em jogos é algo muito comum na indústria . Infelizmente não é sempre que estas adaptações ficam boas. Em gra... (por Farley Santos em 13/11/2013, via Nintendo Blast)

Transformar animes de sucesso em jogos é algo muito comum na indústria. Infelizmente não é sempre que estas adaptações ficam boas. Em grande parte das vezes, as adaptações são simplórias e os títulos não são muito inspirados. Fullmetal Alchemist: Dual Sympathy é um jogo que fica no meio termo das conversões de animes, não sendo nem horrível, nem imperdível. Em Dual Sympathy o jogador acompanha a aventura cheia de pancadaria dos irmãos Elric, alquimistas que tentam recuperar seus corpos após um trágico acidente.

As consequências de uma arte proibida

Dual Sympathy usa a trama do anime de 2003, que é sensivelmente diferente dos acontecimentos do mangá e da segunda adaptação animada de 2009. No mundo de Fullmetal Alchemist, existe a arte da alquimia, que permite alterar a matéria de acordo com a vontade de seu usuário. O uso desse poder não é ilimitado, e ele segue o conceito da “troca equivalente”, cujo o princípio dita que nada pode ser obtido sem se sacrificar algo de igual valor. Ou seja, só é possível transmutar um objeto em algo de massa e características parecidas.


Edward e Alphonse Elric são dois irmãos que, após serem abandonados pelo pai quando eram bem jovens, passam a estudar alquimia. A dupla vivia tranquilamente com sua mãe, até que ela ficou terrivelmente doente e faleceu. Desesperados, os irmãos tentaram trazê-la de volta à vida por meio da alquimia. O que os dois não sabiam era que transmutação humana é considerada tabu, pois envolve a vida e seres vivos. A tentativa de ressurreição foi fracassada e os irmãos sofreram danos físicos terríveis: Alphonse perdeu todo o seu corpo, enquanto Edward perdeu uma perna. Sacrificando seu braço, Edward conseguiu fixar a alma de Alphonse em uma armadura de metal. Após este terrível acontecimento, Edward coloca próteses mecânicas e, junto com seu irmão, sai em uma jornada para recuperar o que ambos perderam.

Quebrar tudo é a resposta

Além de serem alquimistas excepcionais, os irmãos Elric são também versados em artes marciais. É justamente nesta última característica que a jogabilidade de Dual Sympathy é construída: o objetivo primário é derrotar todos os inimigos que aparecem pelo caminho, como um tradicional beat’em up. O jogador assume o comando de Edward que, em alguns momentos, é acompanhado por outros personagens controlados pela inteligência artificial. O jovem alquimista tem à disposição vários ataques diferentes como chutes, socos e até mesmo seu característico braço mecânico transformado em lâmina. Infelizmente não existe muita variedade de ataques e combinações de golpes, o que torna a jogabilidade repetitiva.


Os ataques especiais são feitos por meio de alquimia. O herói pode executar dois tipos de transmutação: uma para ataque e outra para defesa, ambas ativadas por meio da tela de toque do portátil. Ao tocar o símbolo de canhão na tela inferior, Edward conjura a arma para atacar os inimigos. Durante a aventura, é possível adquirir outras transmutações ofensivas por meio de livros escondidos. Já o ícone defensivo cria uma parede que absorve os golpes dos oponentes e pode ser utilizada para alcançar locais de difícil acesso. Em concordância com o conceito da troca equivalente, executar ataques de alquimia tem um custo: cada transmutação gasta “pontos de alquimia”, que podem ser recuperados ao coletar esferas azuis deixadas pelos inimigos. Versões mais fortes dos ataques podem ser ativadas ao manter pressionado um dos ícones da tela de toque.


Revivendo a jornada dos irmãos

Por seguir de perto a trama do anime, Dual Symphathy retrata as principais localidades visitadas pelos irmãos Elric em suas aventuras. Os gráficos em duas dimensões são bons e os personagens contam com animações fluídas. Entre um estágio e outro, cenas não interativas retratam a história e mesmo quem nunca assistiu à animação consegue entender a trama. Além de detonar os inimigos nas fases, Edward participa também de minigames e resolve alguns puzzles simples por meio da tela de toque. Estes momentos ajudam a quebrar o ritmo repetitivo do jogo.


Uma vez terminado o modo principal, vários extras são desbloqueados. Além de um modo mais difícil, outros personagens como Roy Mustang, Alphonse Elric e Scar são liberados. Cada um deles tem características e ataques únicos, o que aumenta a longevidade do título. Infelizmente isso não altera a simplicidade das mecânicas de jogo. Também está disponível uma galeria de itens como ilustrações, vozes e músicas, que são liberados conforme o progresso geral do jogo.


Uma adaptação razoável

Fullmetal Alchemist: Dual Sympathy é um divertido jogo baseado em anime, que sofre com a simplicidade muito comum nesse tipo de conversão. Os controles são precisos e os gráficos são bons, mas a jogabilidade limitada e repetitiva cansa rápido. Ao menos vários personagens extras e minigames estão disponíveis e ajudam a tornar a aventura mais longa. Fãs do anime vão se divertir ao visitar as locações familiares e ao enfrentar inimigos conhecidos, já aqueles que desconhecem a série dificilmente vão ter motivos para jogá-lo mais de uma vez. E vocês tiveram a oportunidade de jogar este título? O que acharam?


Revisão: Rafael Neves
Capa: Diego Migueis

é brasiliense e gosta de explorar games indie e títulos obscuros. Fã de Yoko Shimomura, Yuzo Koshiro e Masashi Hamauzu, é apreciador de roguelikes, game music, fotografia e livros. Pode ser encontrado no seu blog pessoal e nas redes sociais por meio do nick FaruSantos.
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