As consequências de uma arte proibida
Dual Sympathy usa a trama do anime de 2003, que é sensivelmente diferente dos acontecimentos do mangá e da segunda adaptação animada de 2009. No mundo de Fullmetal Alchemist, existe a arte da alquimia, que permite alterar a matéria de acordo com a vontade de seu usuário. O uso desse poder não é ilimitado, e ele segue o conceito da “troca equivalente”, cujo o princípio dita que nada pode ser obtido sem se sacrificar algo de igual valor. Ou seja, só é possível transmutar um objeto em algo de massa e características parecidas.Quebrar tudo é a resposta
Além de serem alquimistas excepcionais, os irmãos Elric são também versados em artes marciais. É justamente nesta última característica que a jogabilidade de Dual Sympathy é construída: o objetivo primário é derrotar todos os inimigos que aparecem pelo caminho, como um tradicional beat’em up. O jogador assume o comando de Edward que, em alguns momentos, é acompanhado por outros personagens controlados pela inteligência artificial. O jovem alquimista tem à disposição vários ataques diferentes como chutes, socos e até mesmo seu característico braço mecânico transformado em lâmina. Infelizmente não existe muita variedade de ataques e combinações de golpes, o que torna a jogabilidade repetitiva.Revivendo a jornada dos irmãos
Por seguir de perto a trama do anime, Dual Symphathy retrata as principais localidades visitadas pelos irmãos Elric em suas aventuras. Os gráficos em duas dimensões são bons e os personagens contam com animações fluídas. Entre um estágio e outro, cenas não interativas retratam a história e mesmo quem nunca assistiu à animação consegue entender a trama. Além de detonar os inimigos nas fases, Edward participa também de minigames e resolve alguns puzzles simples por meio da tela de toque. Estes momentos ajudam a quebrar o ritmo repetitivo do jogo.Uma vez terminado o modo principal, vários extras são desbloqueados. Além de um modo mais difícil, outros personagens como Roy Mustang, Alphonse Elric e Scar são liberados. Cada um deles tem características e ataques únicos, o que aumenta a longevidade do título. Infelizmente isso não altera a simplicidade das mecânicas de jogo. Também está disponível uma galeria de itens como ilustrações, vozes e músicas, que são liberados conforme o progresso geral do jogo.
Uma adaptação razoável
Fullmetal Alchemist: Dual Sympathy é um divertido jogo baseado em anime, que sofre com a simplicidade muito comum nesse tipo de conversão. Os controles são precisos e os gráficos são bons, mas a jogabilidade limitada e repetitiva cansa rápido. Ao menos vários personagens extras e minigames estão disponíveis e ajudam a tornar a aventura mais longa. Fãs do anime vão se divertir ao visitar as locações familiares e ao enfrentar inimigos conhecidos, já aqueles que desconhecem a série dificilmente vão ter motivos para jogá-lo mais de uma vez. E vocês tiveram a oportunidade de jogar este título? O que acharam?
Revisão: Rafael Neves
Capa: Diego Migueis