Desafiando deuses
Jin é um jovem espadachim em treinamento que vive tranquilamente com sua irmã Nami. Um dia o rapaz sai em uma expedição para melhorar sua técnica com a espada e encontra uma estranha criatura chamada Wokuu. A besta afirma ser, na verdade, uma garota sob um feitiço antigo e pede ajuda para quebrar tal maldição. O espadachim acredita em Wokuu e promete ajudá-la.Uma aventura de várias perspectivas
Ao tocar algum inimigo ou ao entrar em algum calabouço, a visão é alterada para lateral, como em um jogo de plataforma 2D. Curiosamente estas sessões funcionam por turnos, de maneira similar à série Mystery Dungeon. Cada ação – seja ela andar, atacar ou usar algum item – consome um turno, sendo que os inimigos realizam ações em conjunto com o herói. Os movimentos são ativados apertando botões, sendo que um menu aparece somente ao utilizar itens. Jin pode desferir ataques com a espada, defender com um escudo mágico e executar várias técnicas especiais que atingem vários inimigos simultaneamente. Wokuu também participa do combate e exploração, sendo utilizada principalmente para alcançar locais de difícil acesso.
Para conseguir adentrar a torre do Deus do Oceano, os heróis precisam recolher inúmeras magatamas, jóias curvadas características do período Jomon da história japonesa. A principal maneira de obter estes itens é derrotando inimigos. Por mais que o combate seja interessante, a tarefa acaba se tornando maçante. Para evitar isso, existe um sistema de bônus: basta derrotar os inimigos utilizando uma pequena quantidade de turnos. Não é uma tarefa trivial, sendo necessário pensar bem e montar estratégias para conseguir os magatamas extras. Jin conta também com uma habilidade que permite analisar o cenário e inimigos, sendo possível encontrar segredos por meio disso.
Um belo Japão feudal
Por ter saído no fim da vida do SNES, Bushi apresenta belos sprites 2D. Os personagens e cenários são grandes e detalhados, por mais que não exista muita variedade de cenários – o que costuma ser fato recorrente em jogos cujo o tema é o Japão feudal. Outro ponto interessante é o desenho dos personagens: idealizado por Ken Sugimori, o traço lembra fortemente os primeiros jogos da série Pokémon. A música é de autoria de Junichi Masuda, que também trabalhou na trilha sonora das aventuras dos monstrinhos de bolso.Lenda oriental
Bushi Seiryuuden: Futari no Yuusha é um dos jogos mais ousados da Game Freak. O título mistura vários conceitos diferentes e em pouco lembra os outros jogos da desenvolvedora. O maior destaque é o sistema de batalha único, que pega emprestado características de vários gêneros diferentes. Assim como Drill Dozer (GBA) e HarmoKnight (3DS), Bushi mostra que a Game Freak consegue produzir títulos criativos e completamente desvinculados da série Pokémon. E vocês, gostariam de testar este jogo?
Revisão: José Carlos Alves
Capa: Sybellyus Paiva