A aventura online da SEGA no GameCube - Phantasy Star Online Episode I & II

em 19/10/2013

Como todos já sabem, o Gamecube não foi um console conectado. Lá nos idos da década de 2000, a Microsoft preparava sua robusta rede online... (por Diego Leon em 19/10/2013, via Nintendo Blast)

Como todos já sabem, o Gamecube não foi um console conectado. Lá nos idos da década de 2000, a Microsoft preparava sua robusta rede online e a Sony engatinhava neste novo mundo. A Nintendo optou pelo caminho contrário: o fortalecimento de suas franquias. O Gamecube foi privilegiado com as grandes séries do mundo Nintendo: o retorno triunfal de Metroid com a série Metroid Prime, Mario em um ambiente mais tropical em Super Mario Sunshine e o épico The Legend of Zelda: The Wind Waker. Ainda sobrou tempo para incrementar o portfólio e lançar Animal Crossing e Pikmin. Mas e os jogos online? Essa tarefa coube à antiga inimiga, a SEGA.

A SEGA e seu pioneirismo nos jogos online

Aos novatos no mundo dos games, pode parece estranho descrever a SEGA como inimiga da Nintendo, afinal Mario e Sonic protagonizam os jogos das Olimpíadas e o ouriço até fez uma ponta em Smash Bros Brawl. No entanto, durante a década de 90, ou você era da turma do azul cobalto mais veloz do mundo ou era da turma do encanador italiano bigodudo. E enfim, por uma série de razões estratégicas, a SEGA decidiu abandonar o barco dos consoles e direcionar as suas ações aos jogos.

Mas antes de Microsoft e Sony, foi a SEGA que colocou os consoles no mundo online com o pioneiro Dreamcast. O pequeno console branco rendeu muitas horas online com Quake III: Arena, Bomberman Online, Speed Devils e a grande joia perdida do console: Phantasy Star Online. O jogo foi revolucionário para os anos 2000, misturando um RPG online de ação com a mitologia da saga Phantasy Star. Foi um sucesso garantido. E com a descontinuidade do console da Sega, o jeito foi migrar para outros barcos.

O design elegante e futurístico é marca registada de PSO

A salvação online

Uma aventura offline
Phantasy Star Online foi lançado para Gamecube e posteriormente para Xbox. Durante algum tempo, surgiram rumores que seria também lançado para PS2, o que não se concretizou. O jogo foi bem recebido pela comunidade do Xbox e para o lado da Nintendo representava a salvação do mundo online, pois era o primeiro jogo disponível para o cubo.

Phantasy Star Online narra a história da colonização do planeta Ragol. Os habitantes do planeta Coral, devastado por um desastre, começam a buscar outro planeta para habitá-lo. Assim, é lançada a nave Pioneer 1 que dá início à colonização em Ragol. Alguns anos depois é lançada a segunda nave, Pioneer 2, que quando se aproxima da órbita do planeta, causa uma gigantesca explosão na superfície de Ragol e todo o contato com Pioneer 1 é interrompido. Agora cabe ao jogador desvendar os mistérios que envolvem o planeta e a colonização da Pioneer 1.  Ao longo do caminho, você segue as pistas deixadas por Red Ring Rico, um Hunter que também investigou as causas do incidente.

O multiplayer offline de PSO
Ao iniciar o game, há a opção de personalizar o personagem, escolhendo a classe, cor do cabelo, olhos e roupa. Cada classe tem seus atributos específicos: HUnters se saem bem com armas de curto alcance, RAngers se especializaram nas armas de fogo e a última classe, FOrce, são os magos de suporte.

Pode-se escolher entre os modos online e offline. No modo offline, o jogador poderá escolher missões na Hunter’s guild e ajudar os habitantes de Pioneer 2 ou ainda poderá seguir o modo história e desvendar os acontecimentos catastróficos em Ragol. Diferentemente da versão original para Dreamcast, é possível jogar em multiplayer offline com a tela dividida. Já no modo online, o jogador se conectava ao servidor e entrava em uma equipe com quatro integrantes para enfrentar os desafios do jogo. Infelizmente, os servidores oficiais da SEGA foram desativados alguns anos atrás.

Um RPG de ação

A série Phantasy Star, que nasceu no Master System, era um RPG baseado em turnos. Phantasy Star Online renega a tradição se transformando em um RPG de ação. Uma sequência de botões pode desferir um combo ou lançar uma magia. Dessa forma, é possível customizar uma paleta especificando a utilidade de cada botão (A, X e Y e ainda a combinação do R com estes três botões – RA, RX e RY), como desferir um ataque, conjurar uma magia ou utilizar um item. Para trocar a arma, foi utilizado o intuitivo botão C. Com poucos toques, é possível lançar uma magia e ainda trocar de arma no meio do combate.

Os labirintos determinam os caminhos que o jogador deve percorrer. Após enfrentar os inimigos é liberada uma nova parte do mapa. O jogo consiste basicamente em enfrentar os inimigos, liberar novas áreas e encontrar o chefe de cada local. As áreas também divergem entre si, como florestas e cavernas, com características climáticas específicas, bem como os monstros locais.

Esse é o primeiro boss em PSO. Esteja preparado!
O combate é simples: a mira é travada no monstro em que se deseja acertar e utilizar ataques corporais ou magias. Nos ataques físicos, é possível realizar um combo com até três ataques. As magias, ao longo da evolução do personagem, também vão se tornar mais destrutivas. A câmera se mostrou competente na jornada e também pode ser controlada pelo jogador com o botão L.

Também é possível mandar mensagens escritas para os membros da equipe. Para facilitar a comunicação, foi lançado um teclado específico para o GameCube, posteriormente também utilizado em Phantasy Star Online Episode III.

Um item raro para os fãs do GameCube

Um novo mundo futurista

Esqueça os ambientes medievais dos RPGs – em Phantasy Star Online tudo é futurista. Lembro-me de uma revista que o classificou como um jogo “tecno-chic”. Os gráficos são extremamente bonitos para o Gamecube – levemente aperfeiçoados da versão Dreamcast. Nota para alguns efeitos de luz: realmente belíssimos.

A música também cumpre o seu papel, mas nada de memorável. Alguns efeitos sonoros marcaram o espírito do jogo e foram reutilizados nas versões de PSO para PC, PSP e DS.

As diversas classes disponíveis no mundo de PSO

Conclusão – Um clássico esquecido

Infelizmente não podemos hoje presenciar o grande poder de Phantasy Star Online, já que seus servidores foram fechados. Mas isso não nos impede de chamar três amigos ou mesmo se aventurar sozinho pelos labirintos de Ragol. Na época de seu lançamento, o jogo foi aclamado pela crítica com notas altas, então porque não revivermos esta aventura com gráficos competentes, jogabilidade fluida e a incessante busca por itens que mantém o jogador preso em um mundo criado pelo Sonic Team?

Revisão: Jaime Ninice
Capa: Wellington Aciole

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