Antes tarde do que nunca: minha primeira aventura pelo Great Sea em Zelda: The Wind Waker HD (Wii U)

em 26/10/2013

Nunca joguei The Legend of Zelda: The Wind Waker (GC) . Isso se deve, em parte, porque minha paixão pela série começou apenas com Skywar... (por Gabriel Gonçalves em 26/10/2013, via Nintendo Blast)


Nunca joguei The Legend of Zelda: The Wind Waker (GC). Isso se deve, em parte, porque minha paixão pela série começou apenas com Skyward Sword (Wii), no final de 2011. Mas o principal motivo era que, para mim, esse era um jogo meio "inacessível". Como não tive um GameCube e só consegui meu Wii em 2009, achei que seria muito trabalho procurar um Memory Card e um controle de GC para jogar um único jogo. 


Enfim, desde que finalizei Skyward Sword, zerei também Ocarina of Time, Majora's Mask e A Link to the Past, todos excelentes e que me deixaram com uma estranha sensação de que eu voltaria a jogá-los. Enquanto isso, The Wind Waker ficava só na vontade. 

Sim, por um bom tempo eu chamei ele de "Zelda". Não me julguem.

E então, no início de 2013, a Nintendo fez aquele anúncio…

A oportunidade

Minha tradição para comprar um console de uma nova geração é esperar seus concorrentes para decidir qual eu considero o melhor. O Wii U foi lançado em dezembro de 2012, e todos estavam curiosos para ver como o mais novo videogame da Big N era. Apesar de Nintendo Land, ZombiU e Lego City: Undercover terem me chamado a atenção, nenhum deles realmente me parecia um jogo que valesse a compra imediata do sistema. Ainda queria ver o que a Sony e a Microsoft tinham na manga.

Mas, em meados de janeiro de 2013, houve um Nintendo Direct, no qual foi anunciado que um remake da aventura de Link pelo Great Sea estava sendo feito para o Wii U. Aquilo era o que me faltava para eu definitivamente optar pelo console da Nintendo. Alguns podem achar isso completamente ridículo, mas, no meu caso, em que nunca cheguei a jogar a versão original de GC, estava valendo. Nada como jogar The Wind Waker pela primeira vez em grande estilo no Wii U, certo?


O tempo passou, a Sony e a Microsoft puseram suas primeiras cartas na mesa, e, apesar de todo o alvoroço, nem o PlayStation 4, nem o Xbox One conseguiram me cativar. Na E3, a Nintendo ainda anunciou o novo Super Smash Bros., Mario Kart 8, Super Mario 3D World e Donkey Kong: Tropical Freeze para o Wii U, o que serviu apenas para aumentar minha vontade de ter o novo console.

Em julho, viajei para os Estados Unidos e finalmente comprei meu lindo console, junto com alguns games. Eventualmente, outubro chegou e consegui pôr minhas mãos no jogo que eu tanto aguardava: The Legend of Zelda: The Wind Waker HD.

E quando consigo meu Wii U Basic, a Nintendo anuncia esse bundle. Legal, hein?

Uma velha nova viagem

The Wind Waker é, embora muitos neguem, uma das aventuras mais icônicas de Link. Seja pela "polêmica" introdução do celshading, seja pelo overworld ser literalmente um "grande mar", teve gente que adorou e teve gente que odiou. Muitos torceram (e ainda torcem) o nariz para o game e negam que ele seja um Zelda legítimo.

Porém, talvez pela emoção, o título me envolveu logo no começo. Link está de aniversário, e a tradição é que, quando os garotos chegam à idade certa, eles devem se vestir por um dia como o tal "herói lendário" de outrora. De repente, a pacífica ilha recebe a visita de alguns piratas e, após uma sucessão de eventos, a irmã de Link, Aryll, é capturada por um pássaro gigante. Depois de uma pequena tentativa de resgate, o garoto se perde em alto mar, onde conhece o King of the Red Lions. A partir daí, temos acesso aos mapas e a aventura começa de verdade.

Os visuais do jogo me impressionaram. The Wind Waker para GameCube tem ótimos gráficos, que conseguem se manter fortes ainda nos dias de hoje, em boa parte por causa do celshading. É incrível como, no Wii U, a aparência do game consiga se manter tão parecida e, ao mesmo tempo, tão diferente do título original. O que mudou foi para melhor. Há mais brilho, mais detalhes; o grande oceano do jogo parece realmente vivo. Alguns podem me apedrejar por dizer isso, mas o visual cartunizado é o que mais combina com a série. The Legend of Zelda é uma franquia de fantasia, diversão, desafios e perigos, e o gráfico de desenho animado do título consegue capturar todos esses quesitos.

Ok, agora me fala com a cara séria que o gráfico não mudou nada.
O mundo em si é imenso. Várias vezes me peguei desviando do caminho da quest principal para explorar alguma ilha perdida, coisa que nunca tinha feito com nenhum outro título da série Zelda. Navegar por aí com o King of the Red Lions foi extremamente imersivo, ainda mais com a Swift Sail, a nova vela do jogo que torna a movimentação do barco mais rápida e fácil. 

A versão do Wii U ainda recebeu outro brinde: as Tingle Bottles. Com elas, Link literalmente escreve uma "mensagem na garrafa" e atira para o mar. A mensagem, então, pode aparecer no jogo de qualquer pessoa que esteja jogando, desde que ela esteja online. As mensagens ainda podem ser respondidas, o que torna o recurso bom para quem quer alguma dica ou saber como se passa de alguma parte. As bottles foram extremamente úteis para mim, quando eu ficava preso em algum puzzle de algum calabouço ou quando queria informações sobre como completar alguma sidequest. A maioria do pessoal que já jogou fica feliz em ajudar como pode. Sem falar que procurar as garrafas pelo oceano é um passatempo bem divertido.

A Pictograph Box também passou a ser usada como recurso adicional para mensagens no Miiverse. Quem vasculhar na comunidade do jogo vai encontrar diversas fotos divertidas de Link em suas aventuras pelo Great Sea.

Essa vai pro Facebook!
A música é algo muito presente no jogo. A franquia Zelda sempre se relacionou muito bem com melodias e canções, basta olhar Ocarina of Time, Skyward Sword e Spirit Tracks. Em The Wind Waker, temos a posse de uma batuta mágica, que tem poderes relacionados principalmente com o vento. No início achei um pouco confuso, mas depois peguei a prática. No Wii U é possível controlar para onde se aponta a varinha usando o analógico direito ou a stylus no touchscreen do GamePad. Pessoalmente, achei mais fácil e legal usar a tela do controle. Além disso, as canções aprendidas são mostradas em tempo real nela.

A trilha sonora em si é muito bela, e cada faixa combina com o momento certo. Sinceramente, o tema do Great Sea grudou na minha cabeça, e acho ela tão boa (talvez até um pouquinho melhor) que o tema de Hyrule Field de Ocarina of Time.

Um clássico incompreendido

The Legend of Zelda: The Wind Waker é um verdadeiro clássico. Em HD, pelo menos, é um dos melhores jogos que eu já joguei. Apesar do controverso visual cartunesco, o game apresenta tudo que um bom Zelda tem a oferecer: aventura, exploração, itens legais e muito conteúdo. 

Quem não teve oportunidade de jogar a versão original para GameCube deve seriamente considerar adquirir o jogo no Wii U. Quem já jogou… bem, revisitar um clássico melhorado sempre é uma boa experiência que reserva ótimas surpresas para os fãs. 

Realmente espero que esse remake dê a oportunidade que eu tive para outros: a de visitar pela primeira vez o Great Sea e conhecer Tetra, o King of the Red Lions e outros personagens memoráveis em grande estilo no novo console da Nintendo. E se você ainda torce o nariz para o jogo por causa de seus gráficos ou da mudança (nem tão) drástica em sua temática, é hora de engolir o orgulho e encarar os fatos: The Wind Waker foi, é, e sempre será uma das melhores aventuras que um videogame pode proporcionar.

Revisão: Vitor Tibério
Capa: Stefano Genachi
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