Análise: Viva a revolução americana e continue a eterna guerra contra os Templários em Assassin's Creed III (Wii U)!

em 20/10/2013

A franquia Assassin’s Creed é uma das mais importantes criadas nesta geração que já está dando seus últimos suspiros. Com um enredo esp... (por Unknown em 20/10/2013, via Nintendo Blast)


A franquia Assassin’s Creed é uma das mais importantes criadas nesta geração que já está dando seus últimos suspiros. Com um enredo espetacular, que envolve desde ficção científica até a história da humanidade, a série sempre envolveu jogadores de todo o mundo por sua ambientação incrível e jogabilidade única. Infelizmente, os nintendistas ficaram de fora da festa devido às limitações técnicas do Wii, que não permitiam que um jogo de tal calibre fosse lançado para o console. Contudo, com o lançamento do Wii U, as coisas finalmente começaram a mudar. Título de lançamento do console, Assassin’s Creed III marca uma revolução na série, que vinha se desgastando nos últimos anos, e serve muito bem como uma introdução à franquia para um grupo de jogadores que nunca teve a oportunidade de conhecê-la.


Viva a revolução!

Diferentemente de Assassin’s Creed, que se passa na época das cruzadas e Assassin’s Creed II, Brotherhood e Revelations, que se passam na Itália renascentista, o novo jogo da franquia viaja, mais uma vez, no tempo e nos traz diretamente para a guerra de independência dos Estados Unidos. É claro, no entanto, que a guerra oculta contra os templários continua, como sempre, como plano de fundo do enredo, e mais uma vez, encarnamos Desmond Miles, nos dias atuais, que ao utilizar a Animus − equipamento capaz de fazer com que pessoas vivam as memórias de seus ancestrais – deve explorar um mundo e época desconhecidos em busca de pistas e revelações que esclareçam a quase milenar guerra entre templários e assassinos.

O jogo encerra a saga de Desmond Miles
Durante seus tempos em uma América em plena revolução Desmond encarna Connor Kenway, um rapaz meio índio, meio inglês que deseja vingar sua comunidade, que foi vítima da guerra que estava acontecendo no local. A parte interessante é que assim como ocorria em Assassin’s Creed II, em que acompanhamos o crescimento e formação da personalidade de Ezio Auditore (personagem italiano da vez), a Ubisoft decidiu fazer o mesmo com Connor de forma ainda mais profunda. Com isso, envolvemo-nos não apenas nas tragédias que cercaram o crescimento do rapaz, como também nos sentimos em sua pele, já que acompanhamos sua vida desde sua infância.

Prepare-se para acompanhar de perto todo o sofrimento trazido por uma guerra
Além disso, para introduzir e melhorar ainda mais a ambientação da aventura, o jogo começa antes mesmo de Connor nascer! Para muitos, isto pode ser um problema, pois a introdução da aventura é lenta e linear. Contudo, se olharmos com mais cuidado, perceberemos todo o cuidado empregado pela Ubisoft em não apenas atirar o jogador no meio do caos, mas sim fazer com que ele entenda tudo o que estava acontecendo naquela época e viva o processo desde o início. Isso faz com que a experiência seja absurdamente imersiva, desde que o jogador tenha paciência para vivê-la e não espere um título com ação desenfreada desde o início.

Assassin's Creed III é recheado de belíssimas paisagens!
Dito isto, posso dizer que o enredo do título é espetacular e possui alguns dos momentos mais memoráveis de toda a franquia, que já nos presenteou com diversas cenas de fazer qualquer um prender a respiração e levar a mão ao rosto. Como sempre, o trabalho de pesquisa da desenvolvedora foi detalhado e o jogo é, provavelmente, a forma mais eficaz de se estudar a revolução americana e os figurões que viveram nessa época por aquelas bandas.

Nova engine, nova jogabilidade, novos problemas                                                                   

Assassin’s Creed III marca a primeira mudança de engine do jogo desde seu lançamento, em 2007, e a estreia não faz feio. Com controles mais fluidos, novos movimentos e finalizações mais brutais do que nunca, o título não chega a revolucionar os controles da franquia, mas certamente marcam uma evolução que dão uma amostra do quão longe a série poderá chegar nos próximos lançamentos. Como sempre, o jogo é focado em momentos de parkour, os quais se tornaram muito mais jogáveis do que anteriormente, graças às grandes melhorias nos controles e em combates épicos que podem envolver até mais do que dez inimigos.


Apesar de terem melhorado em muitos aspectos, como a utilização de novas armas e uma movimentação mais leve e natural que permite que os jogadores executem contra-ataques de forma mais prática, alguns aspectos pioraram um pouco graças à lentidão que o jogo apresenta quando há muitos inimigos lutando ao mesmo tempo. A situação é um pouco mais séria no Wii U, cuja versão conta com mais momentos de lentidão do que seus irmãos em outros consoles. Mesmo assim, não é nada que atrapalhe muito a jogatina, apesar de exigir um pouco mais de cautela e treino do jogador.

Imensidão devastadora!

Com diversas implementações à jogabilidade, duas merecem grande destaque: o aumento no foco de exploração e as incríveis batalhas navais. A primeira, que mais parece uma evolução natural da franquia, é calcada, principalmente, pela inclusão de uma área chamada Frontier. O local, ainda desabitado e sem a presença de cidades, é um enorme playground onde Connor pode caçar e buscar itens e segredos por lá espalhados. Explorar a área é uma experiência incrível e faz com que o título se estenda muito, já que os mais aficionados por colecionáveis e missões extras se verão em um local que por si só é maior que toda a Roma de Brotherhood. Além disso, o jogo conta com uma enorme quantidade de missões extras, personagens para serem conhecidos, e as duas cidades visitadas no jogo (Nova York e Boston) são cheias de coisas para se fazer o tempo todo.

As batalhas navais são o ponto alto do jogo!
As batalhas navais são, certamente, o ponto alto de toda a aventura. Épicas, grandiosas e muito divertidas, as grandes batalhas fazem com que o jogador se sinta de fato no meio de uma guerra. Com dezenas de coisas acontecendo ao mesmo tempo e o jogador se vendo com a missão de conseguir exercer diversos papéis simultaneamente, as batalhas dão um ar de novidade sem precedentes à franquia, de tal forma que o vindouro Assassin’s Creed IV (Multi) será focado nos tempos de pirataria e navegações.

O grande problema de novos consoles

Assassin’s Creed III no Wii U, infelizmente, apresenta gráficos menos detalhados do que as versões lançadas para PlayStation 3 e Xbox 360. Isso, provavelmente, dá-se pelo fato de que os desenvolvedores já têm prática e conhecimento quanto à programação nos consoles concorrentes enquanto ainda estão aprendendo como fazer no console da Nintendo. Além de gráficos menos detalhados, o jogo ainda apresenta as lentidões já citadas, o que torna a experiência no console da Nintendo um pouco inferior às outras. Contudo, o título continua sendo lindíssimo e é apenas a ponta do iceberg do que o console poderá nos trazer nos próximos anos. O GamePad também é utilizado superficialmente, contando apenas com algumas informações básicas. A mais útil delas é o mapa, já que as localidades do jogo são imensas e cheias de coisas acontecendo ao mesmo tempo e consultá-lo é uma necessidade constante.

O uso do GamePad é bastante limitado

Vitória nintendista

Apesar de alguns problemas, Assassin’s Creed III é um dos melhores títulos de uma das mais bem sucedidas franquias da geração, e mesmo com uma estreia tardia em consoles da Nintendo, o jogo pode ser visto como uma grande vitória dos jogadores, que finalmente poderão apreciar uma das mais incríveis séries contemporâneas dos videogames. Com Assassin’s Creed IV: Black Flag batendo à porta, podemos esperar um jogo mais fluido, que conserte certos defeitos encontrados na aventura de Connor. Mas enquanto isso, podemos aproveitar para nos despedirmos desta grande revolução para o público da Nintendo.

Prós

  • Uma das melhores franquias dos últimos tempos em um console da Nintendo;
  • Imenso e cheio de coisas para fazer;
  • Enredo cativante e imersivo;
  • Batalhas navais são épicas;
  • Melhorias nos controles.

Contras

  • Uso medíocre do GamePad;
  • Jogo apresenta lentidão em certos momentos;
  • Gráficos piores do que da concorrência;
  • Alguns bugs atrapalham a jogabilidade.


Assassin’s Creed III – Wii U – Nota: 8.0
Revisão: Vitor Tibério
Capa: Leonardo Correia
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