Crônicas de um viciado de verdade
Não tem como dizer que não é fanático. |
Não demorou muito para que aquilo se tornasse uma febre entre meus amigos da escola, que com o tempo foram comprando Game Boys (Color, Pocket, etc) para podermos trocar monstrinhos e batalhar, já que essa era a parte mais divertida do jogo.
Pouco depois, soube da existência dos Mall Tour, por meio da revista Pokémon Club (tenho todas até hoje), que ficavam cerca de 20 minutos de minha casa. Claro que meu pai foi forçado a me levar. E como era mágico aquele lugar. Como se não bastasse aquele Ford Ka em formato de Pikachu, no porta-malas dele tinha um televisor 29" (que era ENORME para aquela época) com um Nintendo 64 e Pokémon Stadium. Podíamos usar nossos Pokémon do Game Boy para lutar em três dê!... 3D! Era o futuro!
Saiu dos campeonatos mas ainda treina Pikachu. |
O anime seguiu por um caminho não muito agradável. Até meados da terceira temporada, em minha opinião, estava tudo bem. Parei de assistir o desenho pouco antes de Ash enfrentar a Miltank de Whitney, em Johto (desafio que me rendeu muito ódio no jogo). A terceira geração quase matou a franquia (no jogo e no anime), fiquei assistindo apenas os filmes, sem motivação para acompanhar os episódios semanais.
E hoje temos "Pokémon: The Origin". Um especial recheado de nostalgia com o treinador de Red/Blue escolhendo o Charmander e enfrentando Brock no melhor estilo possível. É como se aqueles dias de Mall Tour, Stadium e tudo mais voltassem de uma vez pra mim. Não posso explicar como estou empolgado com isso.
Choremos como criancinhas!
Jameson Sheen, redator do GameBlast
O fanático tardio
Bisharp parece vilão do Megaman. |
Chegava na escola, jogava Pokémon com meus amigos, voltava pra casa e assistia Pokémon e Dragon Ball Z no Cartoon Network. Depois de um tempo, acabei adquirindo Pokémon Blue e fiquei conhecendo a história original, em que controlamos Red, o adversário final de Pokémon Gold. Agora, voltando para 2013, o anuncio de Pokémon: The Origin me deixou sem palavras. Quando assisti ao trailer, inicialmente não soube direito o que estava acontecendo. Como assim? É o Red, é o Gary/Blue? Depois entendi que simplesmente a história mais épica, a primeira história, será propriamente contada em um anime. Estou extremamente ansioso por esse lançamento. Seja dublado ou legendado, é algo que certamente atingiu o coração de muitos Pokémaniacos no Brasil e no mundo. E, com o lançamento do Pokémon X e Y nos próximos meses, nunca foi tão bom ser um fanático por Pokémon.
Pablo Montenegro, diretor de vídeo do GameBlast
O artista pokemaníaco
Houndoom desenhado pelo autor deste depoimento! |
Eu estudava em tempo integral, e no dia da estreia do anime eu obviamente estava na escola. A euforia dos pequeninos era tanta, e o desejo de assistir o programa era tão grande, que as professoras naquele dia cederam, e ao invés de mostrar o filme planejado, nos deixaram assistir o primeiro episódio da saga de Ash.
Mas os anos passaram, eu cresci e o Ash não. O anime pra mim acabou se tornando muito infantil e parei de acompanhar depois da chegada ao continente de Hoenn. Os games continuaram como os meus favoritos, mas perderam um pouco do brilho e daquela sensação de frescor. Isso até eu conseguir Pokémon White no ano retrasado. De lá pra cá, uma chama avassaladora de amor pela franquia se acendeu e estou mais fissurado do que antes. Com mais de 600 horas dividas em 3 dos últimos jogos da franquia principal, estive acompanhando assiduamente as novidades de X e Y e acabei me deparando na ultima semana com o trailer que mais me levou perto da sensação de jogar Pokémon Blue pela primeira vez.
Aquele Gengar e aquele Nidorino marcaram uma geração, e esse especial inspirado nela servirá para dar inicio a uma nova etapa, que promete vir com tudo. Que venham X e Y com força total, mas que lembrem sempre da essência que conquistou os fãs desde sua Origem.
Hugo Henriques Pereira, ilustrador do GameBlast
Tá, mas e o autor dessa matéria?!
Mesmo sendo fã das antigas, Halt (meu Hydreigon) é o favorito! |
Apesar de Crystal ser claramente mais polido, eu comecei a jogar Red antes, porque reconhecia os nomes dos lugares, como Pallet Town e Pewter City. Mesmo sendo novato nos jogos da franquia, sempre fui fã das aventuras de Ash, ao menos até a fórmula se tornar tão desgastada que assistir ao anime se tornou uma experiência tão surpreendente quanto assistir minha roupa sendo lavada. De qualquer maneira, era mágico poder me sentir no controle de “Ash”, o protagonista de Pokémon. Talvez meu eu do presente daria uma bronca no meu eu do passado por ele achar que um personagem era o outro, mas quero crer que não fui o único a fazer isso. Comentem se o fizeram também. Faz bem pra minha autoestima.
Meu inglês era tão bom quanto os colégios permitiam na década de noventa, e por esse motivo eu sempre sofri pra entender o que estava havendo. Acredito que levei semanas até aprender como se entrava em Saffron City! Minhas esperanças caíram em um vizinho mais velho, que chamava para me ajudar a passar por essas dificuldades linguísticas. Infelizmente, acabamos nos mudando e eu perdi contato com ele, uma perda significativa para mim. Me pergunto se ainda vamos nos esbarrar um dia desses.
Embora também goste do Cloyster! E sim, jogo competitivamente. |
Dez anos se passaram, meus queridos leitores. Eu cresci (não muito), a situação da minha família melhorou, saí do colégio e fui pra faculdade, meu inglês fluente me deu grandes oportunidades, meu amor por jogos também. Hoje escrevo pro Blast com o mesmo carinho que eu tiro a poeira de velhos consoles, que assim como esse texto, me trazem de volta boas lembranças que foram cruciais para o meu crescimento. Agora, é anunciado o que esperei por mais de 3600 dias. Que reação eu poderia ter senão a do alvoroço provocado por esse turbilhão de memórias?
A única parte difícil é esperar sem explodir de empolgação.
E vocês, leitores, quais foram suas reações após essa grande revelação? Compartilhem conosco assim como compartilhamos com vocês!
Revisão: Samuel Coelho
Capa: Vitor Nascimento