Na semana passada, vimos emergir uma petição para a vinda do mangá de Pokémon para o Brasil. Aposto que muita gente vidrada nos monstrinhos de bolso parou para pensar: mas como seria um mangá de Pokémon? Será que vale a pena pagar pela conversão do que jogamos nos nossos portáteis para as páginas monocromáticas de um mangá? Estou aqui para mostrar a vocês o curioso mundo dos mangás da série Pokémon e dizer que, sim, os quadrinhos orientais da franquia são muito interessantes. Na verdade, os mangás de Pokémon estão muito acima da versão em anime da série. Não acredita?
Após se aventurar por Kanto, Johto e por aí vai, Red ruma para o Brasil. Ou pelo menos quem dera |
As jornadas épicas de Pokémon Adventures
Facilmente a maior linha de mangás inspirados em Pokémon, Adventures ganha uma nova saga a cada jogo da série lançado. A proposta de Pokémon Adventures não é a de meramente popularizar os games da série, mas de construir uma verdadeira visão "mangástica" do mundo criado por Satoshi Tajiri.
E há muita coisa que faz de Adventures uma adaptação muito mais interessante do que o anime. Por exemplo, há muitos protagonistas, que se relacionam, se substituem, reaparecem, etc. Também vemos, incrivelmente, monstrinhos morrendo, assim como personagens (Alguém viu a Arbok cortada ao meio abaixo?). Na verdade, o próprio clima de Adventures é muito mais sombrio do que o do anime e até o dos videogames. Aqui, as batalhas não são confrontos regrados de um Pokémon contra o outro, mas, sim, embates de rua nos quais o treinador luta junto com seu monstrinho com o objetivo de derrubar o treinador adversário. Para isso, é possível abusar armas e não interessa quantos Pokémon você usa de uma vez. Basicamente, vale tudo.
E há muita coisa que faz de Adventures uma adaptação muito mais interessante do que o anime. Por exemplo, há muitos protagonistas, que se relacionam, se substituem, reaparecem, etc. Também vemos, incrivelmente, monstrinhos morrendo, assim como personagens (Alguém viu a Arbok cortada ao meio abaixo?). Na verdade, o próprio clima de Adventures é muito mais sombrio do que o do anime e até o dos videogames. Aqui, as batalhas não são confrontos regrados de um Pokémon contra o outro, mas, sim, embates de rua nos quais o treinador luta junto com seu monstrinho com o objetivo de derrubar o treinador adversário. Para isso, é possível abusar armas e não interessa quantos Pokémon você usa de uma vez. Basicamente, vale tudo.
Um dos aspectos mais interessantes de Pokémon Adventures é como as histórias se cruzam e os protagonistas se encontram mesmo após a conclusão de seus arcos originais |
Nenhum Pokémon foi ferido durante a produção deste quadrinho |
Poké-piadas
Mas nem toda adaptação de Pokémon para os quadrinhos japoneses foi séria como Pokémon Adventures. Outras séries preferiram o estilo de comédia para levar o riso aos quase 700 monstrinhos de bolso. Foi o caso de Pokémon Pocket Monsters, a primeira série de mangá da franquia. Nele, temos Ash, seu Clefairy e seu Pikachu em hilárias aventuras por Kanto, Johto, Hoenn, Shinnoh e Unova. A escolha de Clefairy como protagonista provavelmente se deu por ser este monstrinho o primeiro candidato a mascote da série, lugar cedido posteriormente a Pikachu. Diferentemente de Adventures, Pokémon Pocket Monsters foi traduzido para poucos países fora do Japão, justamente pela temática eminentemente nipônica. Trata-se de uma adaptação que foge, em diversos aspectos, à mitologia oficial da série. Por exemplo, aqui os monstrinhos falam como seres humanos, podem evoluir a qualquer momento (inclusive regredir ou pular estágios evolutivos) e apresentam caras e bocas que só mesmo existem em um mangá. Mas talvez o pior furo sejam órgãos sexuais (não só de humanos, mas de... Pokémon também) explicitamente (para não dizer bizarramente) visíveis. É, fãs brasileiros, é melhor não fazer petição para qualquer coisa não.
Temos também diversos mangás em formato 4-koma (ou "Yonkoma", que significa, literalmente, "quatro quadrinhos"), que correspondem às nossas populares tirinhas. São histórias de poucos quadrinhos que contam uma piada envolvendo os monstrinhos de bolso. Há diversos volumes 4-koma de Pokémon, com diferentes estilos, artistas e "nível" de piadas.
O autor deste artigo se abstêm da obrigação de pôr um comentário nessa imagem |
A arte de reciclar |
Da TV para o mangá
Aproveitando o sucesso da série televisiva, muitas adaptações do universo dos monstrinhos de bolso para os quadrinhos japoneses tomaram como base as aventuras de Ash, Misty e Brock. Um mangá que se baseia em anime pode ser justamente o contrário do que normalmente acontece, mas, ainda assim, rendeu páginas e mais páginas de quadrinhos preto e branco. Embora nenhum mangá conte, do início ao fim, toda a saga de Ash, há adaptações de momentos da história e sobretudo dos filmes da série. Praticamente todos os longas-metragens de Pokémon receberam versões em quadrinhos (algumas até coloridas).
Destacamos também The Electric Tale of Pikachu, uma visão alternativa das viagens de Ash pelo mundo Pokémon. Nessa versão , acompanhamos os esforços de Ash para ser campeão nas Liga Indigo e a das Ilhas Laranja, mas com uma participação bem menor dos companheiros Misty e Brock. Apesar de o protagonista ser Ash, o seu visual é inspirado, na verdade, em Red (que aliás, não difere muito do próprio Ash).
Destacamos também The Electric Tale of Pikachu, uma visão alternativa das viagens de Ash pelo mundo Pokémon. Nessa versão , acompanhamos os esforços de Ash para ser campeão nas Liga Indigo e a das Ilhas Laranja, mas com uma participação bem menor dos companheiros Misty e Brock. Apesar de o protagonista ser Ash, o seu visual é inspirado, na verdade, em Red (que aliás, não difere muito do próprio Ash).
Mais alguma Pokébola?
Bom, como já dissemos, o universo dos mangás de Pokémon é extenso. Não nos esqueçamos que mangás são muito populares no Japão, diversas empresas o produzem e a sua leitura é muito associada à cultura de videogames, então é comum que os monstrinhos de bolso caiam nos quadrinhos japoneses. Para se ter uma ideia, até obras inspiradas em Pokémon Trading Card Game existem (à lá Yu-Gi-Oh!). Em suma, se queremos mesmo que os mangás de Pokémon venham para o Brasil, precisamos escolher sabiamente qual desejamos em nosso país. E eu acho que começar por Pokémon Adventures é uma ótima pedida!
Revisão: José Carlos Alves
Capa: Stefano Genachi
Capa: Stefano Genachi