Análise: Corra por mundos desconhecidos e faça músicas com seus movimentos em Bit. Trip Presents Runner 2: Future Legend of Rhythm Alien (Wii U)

em 31/08/2013

Bit. Trip Runner foi o jogo que provavelmente mais se destacou no WiiWare do aposentado Wii, e sua sequência Bit. Trip Presents Runner 2:... (por Luciana Anselmo em 31/08/2013, via Nintendo Blast)

Bit. Trip Runner foi o jogo que provavelmente mais se destacou no WiiWare do aposentado Wii, e sua sequência Bit. Trip Presents Runner 2: Future Legend of Rhythm Alien não faz por menos no eShop do Wii U. Além de ter um nome absurdamente maior, tudo mais foi aprimorado, desde os visuais detalhados e coloridos em alta definição em vez dos charmosos pixels até as músicas que vão se formando de maneira fascinante de acordo com nossos movimentos. É quase impossível não se encantar por esse jogo de plataforma rítmico que nos relembra de como os games mais simples podem causar sorrisos inesperados em seus jogadores.

Corra, Runner, corra!

Tudo começa quando nosso herói, Commander Video, tenta proteger seus amigos de um raio lançado por um inimigo e é sugado para uma dimensão desconhecida. Claro que a única coisa que podemos fazer é deter todo o mal deste lugar. Uma história simples, que acerta em não tentar se levar a sério e divertida para um jogo com estas mesmas qualidades. A tal dimensão é dividida em cinco mundos bem diferentes e com nomes bem-humorados (um deles poderia ser traduzido como “A montanha triste”), sendo que cada um conta com quatorze fases normais e outras cinco fases bônus. Claro, sendo um bom jogo, enfrentamos um “chefe” na última fase de cada mundo. Os cenários de fundo são muito bem detalhados e vivos, e mesmo tendo nossa atenção sempre no que devemos fazer, vale muito a pena observar todas as coisas divertidas que acontecem ao fundo. O ponto negativo é que estes cenários não diferem muito nas fases de um mesmo mundo.


O objetivo principal de todas estas noventa e cinco fases é extremamente simples: chegar até o final da tela sem encostar em nenhum inimigo/obstáculo e sem cair das plataformas. Pois é, parece bem fácil, mas a situação é diferente quando começamos a jogar. Como percebemos pelo nome, nosso protagonista é um corredor, e ele faz isso sem parar, ou seja, nós não controlamos esta ação e não podemos pará-lo. Então é bem óbvio que temos que encontrar diferentes maneiras de desviar dos perigos iminentes que encontraremos em nosso caminho. Mas isso é resolvido facilmente quando somos introduzidos às diferentes habilidades de Commander Video. Gradualmente, recebemos instruções dos comandos que precisaremos usar, quase como um tutorial, mas como são coisas simples como: “Pressione A para pular”.


Mexe a cadeira!

A maioria dos comandos são ensinados logo no começo, mas alguns estão guardados para níveis um pouquinho mais avançados. O ponto positivo é que estes movimentos são disponibilizados no momento certo, ou seja, você terá um bom tempo para se acostumar com cada um, nada será ensinado muito rápido ou devagar. As principais habilidades especias do nosso protagonista são: pular, deslizar pelo chão, chutar, usar um escudo e dançar (que só serve para ganhar mais pontos), mas outras atividades que envolvem uma interação rápida com o cenário aparecerão em peso também. E não se preocupem achando que isso é pouco quando comparado à quantidade de fases do jogo, pois logo vocês terão que combinar estes movimentos de diversas maneiras e sem muito tempo para pensar.


Além de desviar dos obstáculos a qualquer custo, temos itens espalhados pelos cenários, como barras de ouro, que podem ser coletados e que nos garantirão um placar perfeito (se pegarmos todos, é claro) e a chance de ganhar pontos bônus ao atirarmos nosso querido Commander Video em um alvo no fim de cada tela. Mas tanta coisa acontecendo e tantas possibilidades ao mesmo tempo trazem uma recompensa melhor que pontos e que é basicamente a parte mais especial do jogo todo: a música. Uma trilha sonora normal é ouvida durante cada fase do game, mas elas evoluem de acordo com nossos movimentos. Isso mesmo, cada movimento que fazemos, cada item que coletamos, gera um “som” e ao acertarmos tudo, estes sons vão se juntando à trilha sonora, formando uma música envolvente e carismática que facilmente nos fascina sem percebemos. A harmonia perfeita entre a trilha sonora e a maneira com que jogamos também nos ajuda a jogar sem pensar. É difícil explicar, mas assim que você se envolve no ritmo da música, simplesmente saberá como agir e o que fazer sem ter que pensar em suas ações e é realmente algo mágico. Infelizmente, algumas fases podem ter trilhas um pouco repetitivas, algo até minimizado por nossos movimentos nunca serem iguais, mas mesmo assim é bem perceptível.


8 Bits ou HD?

Caso não tenha ficado claro, este é um jogo de grande dificuldade e vocês podem ter certeza que baterão de cara em um inimigo ou obstáculo diversas e diversas vezes. Mas o interessante é que a jogabilidade é praticamente perfeita e dificilmente vocês se sentirão frustrados com este jogo, já que é completamente perceptível que quando “morremos”, a culpa é apenas nossa e não de um design defeituoso ou de um botão que não responde aos comandos. Para nos ajudar, o game ainda difere da maioria, que nos levam à tela principal quando perdemos a partida. Em Runner 2, Commander Video simplesmente é levado ao início da fase ou ao checkpoint se trombarmos com algo ou cairmos das plataformas. Simples assim, sem telas de carregamento e sem ter que escolher a mesma fase milhares de vezes na tela principal, porque sim, vocês morrerão muito e isso faz uma grande diferença no fim das contas.


Além dos noventa e cinco níveis nos quais podemos nos divertir, ainda podemos encontrar cadeados e baús que servem para destravar personagens e roupas para eles. Mas o mais especial, pelo menos para mim, é o fato de termos vinte e cinco fases retrô, que se assemelham muito ao primeiro Bit. Trip Runner (inspirado pelos jogos do Atari 2600) e que fazem jus aos jogos da era 8-bits. Estas fases podem ser destravadas quando achamos “cartuchos” em algumas das fases ao longo do jogo e, quando encontradas, ficam disponíveis para serem jogadas a qualquer momento. O fato do game também contar com um Leaderboard online, que mostra um ranking com os pontos de todos os seus amigos, acaba incentivando os jogadores a refazerem as fases em níveis mais difíceis diversas vezes para conseguir o maior número de pontos. Tudo isso, desde as conquistas até as fases e personagens destraváveis aumenta muito a vontade de simplesmente continuar jogando,  e pelo game ser tão simples e divertido, não tem como não voltar pra ele mesmo quando já fizemos tudo o que era possível.


It’s a me, Runner!

Caso vocês não saibam, contamos com o grande Charles Martinet, que vocês devem conhecer como a voz do nosso querido encanador Mario, como o narrador do jogo. Ele conta toda a história de Commander Video através de curtas e divertidas cutscenes, além de fazer propagandas de produtos falsos que nos divertem e tiram nossa atenção das telas de carregamento que passam despercebidas. São pequenas coisas que aumentam o carísma do game. Agora, umas das coisas que certamente fazem diferença na versão do Wii U é a possibilidade de jogar apenas no Gamepad com o recurso Off-TV Play, já que sendo um jogo tão viciante, é meio difícil não monopolizar a televisão com ele. Mas tenho que dizer que na verdade eu preferi e joguei praticamente apenas no Gamepad, não simplesmente pela praticidade mas porque como é um jogo que exige muita concentração e agilidade nas decisões, é muito melhor tê-lo bem a frente de seus olhos. Talvez seja algo que vocês entendam melhor com a experiência própria.


Bem, eu seria louca se não o recomendasse à vocês, pois certamente é um dos melhores (senão o melhor) jogos do eShop do Wii U. Caso ainda estejam em dúvida sobre comprar, corram e baixem a demo que está disponível. Foi essa mesma demo que eu baixei descompromissadamente e que me surpreendeu e me conquistou em pouco minutos. Não tive como não comprar este simples, mas carismático jogo que, acreditem ou não, conseguiu me divertir não apenas com suas músicas envolventes, mas também todas as vezes que eu “morria” e tinha que começar de novo. Já faz algum tempo que o tenho e que fiz quase tudo o que era possível e, mesmo assim, continuo voltando para mais. Creio que o melhor jeito que posso explicar é dizendo que Bit. Trip Runner 2: Future Legend of Rhythm Alien me lembrou de como jogos ainda podem ser simplesmente viciantes e divertidos. Mas talvez vocês entendam tudo isso melhor assistindo o trailer:


Prós:

  • Trilha sonora que contrasta com a forma que você joga;
  •  O ritmo ajuda o jogador a agir certo sem pensar muito no que tem que fazer;
  • Tantas opções destraváveis prolongam a longevidade do game;
  • Os cenários de fundo têm detalhes muito divertidos e vivos;
  •  É extremamente viciante e envolvente

Contras:

  • As músicas podem ser um pouco repetitivas em certas fases;
  • Os cenários de fundo não têm muita diversidade em fases de um mesmo mundo
Bit. Trip Runner 2: Future Legend of Rhythm Alien

eShop/Wii U - Nota: 9,5
Revisão: Alex Sandro de Mattos
Capa: Diego Migueis



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