Em busca do pai e salvando o mundo
Red G. e Blue G. são irmãos e vivem uma vida tranquila na companhia de Silver G, seu avô. Brown G., o pai dos garotos, é um caçador de tesouros e faz muito tempo que não manda notícias. Um dia, ao explorar uma caverna próxima de casa, a dupla encontra o pai ausente. O homem encontra uma espécie de aeronave e voa pelos céus, sem dar atenção a seus filhos. Os irmãos decidem sair em uma jornada para encontrar seu pai.Logo após Brown G. ativar a estranha máquina, uma série de eventos estranhos passam a assolar o mundo: fadas estão sendo transformadas em cristais e monstros estão atacando as cidades. Os irmãos acabam conhecendo uma garota chamada Rain, que anda sempre na companhia de Ponga, seu macaco de estimação. O grupo passa a viajar junto e descobre que o responsável pelos atuais problemas do mundo é Dark Lord, um ser maligno recém ressuscitado que pretende dominar o mundo com a ajuda de uma besta mitológica. Os amigos tentam impedir os planos nefastos do vilão, enquanto continuam no encalço de Brown G.
Um belo mundo
Como a maior parte dos RPGs da era 16 bit, Treasure Hunter G se divide em momentos de exploração e combate. Por ter sido lançado no fim da vida do SNES, o título apresenta ótimos gráficos. O maior destaque são os personagens: ao invés dos tradicionais sprites, os heróis, monstros e vilões são modelos 3D pré-renderizados, como na série Donkey Kong Country (SNES). Isso permitiu mais liberdade de animações, como movimentação nas oito direções. Como de costume, o mapa-múndi do game utiliza efeitos Mode 7 muito impressionantes para a época.Os heróis viajam por locações comuns de jogos de fantasia, como florestas, castelos, cavernas e vulcões. Os cenários são interativos e é possível quebrar vasos, movimentar objetos e ativar mecanismos. As cidades são repletas de habitantes, por mais que eles não ofereçam missões paralelas e mal conversem. Inclusive o preço da beleza é alto: a aventura é linear e praticamente não oferece objetivos alternativos.
Lutando sem parar
A melhor característica de Treasure Hunter G é seu sistema de batalha. Os confrontos misturam conceitos de ação, turnos e estratégia, o que resulta em algo único. Ao tocar um inimigo no campo, a batalha se inicia. Aliados e inimigos ficam espalhados pelo cenário, que é dividido na forma de grade. Cada personagem tem uma quantidade de pontos de ação à disposição quando seu turno começa. O direcional controla o personagem, enquanto um botão ataca com o armamento equipado. Técnicas especiais podem ser selecionadas em um menu. Cada ação consome uma quantidade específica de pontos de ação.A parte estratégica do combate fica por conta do campo de batalha dividido em grade. Cada região tem um custo específico de pontos de ação, quanto mais próximo dos inimigos maior é a quantidade de pontos necessária para executar os movimentos. Os ataques e habilidades afetam um ou mais espaços, sendo extremamente importante posicionar bem os personagens: os ataques afetam tanto aliados como oponentes. É possível também manipular os inimigos para que suas investidas acertem também outros monstros, o que é uma grande vantagem. É um sistema que oferece inúmeras possibilidades e estratégias.
O fim de uma era
Mesmo sem contar com uma trama elaborada ou personagens profundos, Treasure Hunter G pode ser considerado mais um dos ótimos RPGs de SNES. Os belos gráficos e o sistema de batalha interessante reforçam a qualidade do título. Infelizmente o jogo nunca foi lançado no Ocidente. Não se sabe o motivo, mas é provável que a Square decidiu não localizá-lo por ter saído em Maio de 1996, poucos meses antes do lançamento japonês do Nintendo 64. Treasure Hunter G também marcou o fim da parceria entre Square e Nintendo: a gigante dos RPGs passou a ser parceira da Sony e seu PlayStation, só voltando a lançar um novo jogo para consoles Nintendo em 2002. E vocês, gostariam de jogar este RPG?
Revisão: Alex Sandro
Capa: Daniel Machado
Capa: Daniel Machado