Banque o abelhudo exterminador de insetos em Buck Bumble (N64)

em 29/07/2013

A nova era tridimensional do Nintendo 64 foi marcada por bastante ceticismo pelos desenvolvedores de terceiros, que optavam por uma produç... (por Anônimo em 29/07/2013, via Nintendo Blast)

A nova era tridimensional do Nintendo 64 foi marcada por bastante ceticismo pelos desenvolvedores de terceiros, que optavam por uma produção mais barata através da mídia ótica do Playstation, o que acabou tornando o N64 um dos consoles Nintendo com a menor variedade de jogos à disposição. Contudo, o mais bacana é que isso não impediu que a plataforma recebesse ótimos títulos third-party de outras produtoras. Buck Bumble, desenvolvido pela britânica Argonaut Games (que também co-produziu o primeiro Star Fox) e lançado em setembro de 1998, é um exemplo perfeito que ilustra o quanto a biblioteca do N64 se beneficiou da variedade e da criatividade dos desenvolvedores que ainda apostavam na tecnologia de cartuchos para deixar memoráveis, icônicos e nostálgicos clássicos na história da empresa.

Exterminador (de pestes) do Futuro

O jogo começa dando ao jogador uma breve noção de um futuro não muito distante: No ano (fantasiosamente futurista) de 2010, um vazamento de materiais radioativos de uma indústria química em Londres começa a dar os primeiros sinais de como o reino dos insetos próximos à área foi afetado pelo desastre, tornando-os monstros mutantes e letais. Os mais perigosos desses bichos unem-se para formar a "Horda", uma super-raça de insetos que, comandados pela Rainha da Horda Maligna, pretendem dominar os jardins e eventualmente o mundo todo.

É aí que Buck Bumble, uma abelha mamangava que se submete à implantes de tecnologia ciborgue para ficar armada até os dentes, entra em ação a favor da Resistência na luta de dimensões minúsculas contra o exército da Horda.
O que os olhos não vêem, os insetos sentem!

Livre como uma Abelha

Seu objetivo na “pele” de Buck Bumble é navegar pelas missões encontrando e vaporizando seus inimigos através da ajuda não só de seu arsenal futurista, mas também de seu radar sônico que indica a presença de ameaças através da sua capacidade extrasensorial de abelha. Dependendo da missão, seu objetivo também exige que você leve uma bomba em segurança até o final da fase.

Voar com Buck através de cogumelos, bueiros e outras pequenas estruturas do mundo dos jardins ainda continua sendo uma experiência bem diferente do que se pode encontrar hoje em dia em qualquer jogo. Na época do Nintendo 64, essa sensação era ainda maior: Loops, U-turns e todos os tipos de manobras aéreas podia de alguma forma serem executadas para te ajudar a esquivar e combater as tropas da Horda. Mesmo que as fases sejam bem lineares e geralmente separadas por salas conectadas por portais, o espaço para manobrar é o bastante para dar ao jogador um gostinho maior de liberdade em suas opções estratégicas.
Apesar de lineares e delimitados, os cenários são bem expansivos e passam ao jogador a perspectiva minúscula do protagonista abelhudo.
Como se isso não bastasse, nos momentos em que uma mira firme é crucial, você pode pousar e andar no chão para ter um controle melhor de sua pontaria. Mas o jogo ainda incentiva o jogador a voar por aí em busca de munição e néctar de flores (que restauram a energia de Buck) já que essa é a única forma de obter esses recursos.

Aposentando os Ferrões 

Como a própria história sugere, Buck está equipado para combater a invasão das pestes da Horda melhor do que qualquer outro dedetizador. Confira a lista de armas que são possíveis adquirir ao longo do jogo:
  • Pistol: A pistola inicial é bem fraca se comparada a qualquer outra arma. Ela sempre está no seu inventário por padrão e é recomendada somente em casos de emergência, quando nenhuma outra tiver munição, já que é a única com munição ilimitada.
  • Magnum: Uma versão mais forte e de disparos mais rápidos do que a Pistol convencional, a Magnum atira raios verdes em uma velocidade confortável. É a opção mais básica e confiável contra a tropa da Horda, já que carrega a maior quantidade de munição e sua força não deixa a desejar.
  • Spreader Grenades: Um grupo de granadas poderosas contra inimigos terrestres. Útil para lidar com turrets terrestres poderosas (se todas as acertarem) e contra grupos de inimigos, uma vez que elas se espalham quando lançadas. Cuidado com a munição!
  • Machine Gun: Uma metralhadora de (que surpresa!) ferrões. É a arma com a maior taxa de disparo do jogo, apesar de ser um pouco fraca e ter projéteis lentos, exigindo aproximação do alvo.
  • Laser Gun: Tamanho não é documento para essa pistola: Os projéteis de laser vermelho da Laser Gun conseguem disputar com os insetos mais fortificados da Horda, e até destruir alguns deles em apenas um tiro!
  • Homing Tesla Laser: Apesar do seu tamanho colossal, a lança-raios tem projéteis lentos que não compensam muito a sua força. É bastante útil para limpar áreas cheias de pestes graças à sua ampla área de dano, mas é praticamente ineficaz contra chefões ou outros inimigos solitários.
  • EMP Cannons: Um lança-granadas poderoso que deve ser usado com uma precisão extra, já que seus projéteis cedem à gravidade e caem ao chão logo que disparados. Recomendado contra estruturas terrestres fortificadas.
  • Stun Gun: Uma arma de munição infinita encontrada apenas na 11ª missão, útil para paralisar (mas não machucar) os inimigos. Depois dessa missão, você não a carrega mais.
  • Laser Buster: Uma arma que praticamente imita a função de um spray inseticida, a Laser Buster lança vários pequenos projéteis que perseguem todos os inimigos ao redor. Não se empolgue no extermínio, contudo, já que sua munição é consumida bem rápido.
  • Homing Missile Launcher: Uma arma útil quando você precisa de mais um pouco de força, o lança-mísseis persegue inimigos terrestres e aéreos, contanto que eles estejam próximos à origem do disparo. Ao contrário, o foguete continuará em linha reta até acertar uma parede e desperdiçar munição preciosa.
  • Guide Rocket Launcher: Uma arma idêntica à lança-mísseis, com a diferença de que você pode controlar os projéteis teleguiadamente, ampliando o limite de distância da versão original. Contra certos chefes ligeiros e perigosos de lidar cara-a-cara, como a própria Rainha, é uma das melhores opções. Os foguetes tem combustível que dura apenas alguns segundos, entretanto.
Com um arsenal desses a disposição, não tem minhoca mutante que sobreviva!

Doce como Mel

Mesmo comparado à jogos da mesma época, Buck Bumble não é um bom exemplo de superioridade visual pelos seus gráficos bastante poligonais e texturas pouco nítidas, mas se excede em vários aspectos. A escala das fases é imensa, dando ao jogador uma sensação de imersão no “micromundo” dos insetos, que é reforçada pelo nível de detalhe e na quantidade de plantas e flores que você encontra pelo caminho em suas missões. Além disso, a direção visual no geral contribui para a ambientação futurista e sombria do jogo.
A música também é outro forte aspecto do jogo. A trilha ouvida durante as missões e outras telas é bem básica mas sempre mantém o estilo “funky” que é apoiado ao longo do game. Já a música-tema de Buck Bumble, que toca no Menu Principal, é uma peça à parte, possuindo até voz, o que, para a época, já era uma baita proeza!

Diversão em Enxame

Além do tradicional modo de um jogador separado por missões, Buck Bumble também conta com um modo multiplayer para mais um colega. Eles são separados entre os modos Buzz Battle, o mata-mata tradicional aéreo que conta com a maior parte do arsenal das missões de um jogador, e o Buzz Ball, que envolve chutar uma bola para dentro do gol adversário. Nele, só se pode usar duas armas diferentes para afetar a direção da bola, mas ainda é possível usá-las para machucar seu oponente, então fique alerta!
E você achando que abelhas só "produziam mel"...

O Orgulho da Colméia

Confira as dicas para se tornar o exterminador de vespas favorito da Abelha-Rainha!
  • Como em qualquer outro jogo de tiro, a melhor estratégia para se manter protegido contra ataques é manter-se próximo a paredes, já que isso diminui os lados que você pode receber ataques e delimita melhor seu campo de visão.
  • Quando necessitar de uma precisão extra na sua mira e for perigoso demais pousar, segure B para brecar no ar e atirar nos inimigos sem se mover. Apenas assegure-se de fazer isso quando não estiver na mira de muitos deles.
  • Apesar de não andar nas paredes ou no teto, Buck consegue permanecer de pé em rampas bem íngremes, sem escorregar ou cair. Às vezes, é muito mais útil usar o terreno ao seu favor graças a essa habilidade do que voar e se expor.
  • Poupe as gotas curativas de néctar das flores para quando você realmente precisar. Elas são um recurso escasso, limitado por missões e que não se regeneram depois de usado.
  • Por mais óbvio que seja, você acaba tentando uma hora ou outra, mas fique atento: Não mergulhe na água! Mesmo com próteses futuristas, Buck não tem a capacidade de nadar e se afogará. Se você encostar por acidente em alguma poça, pressione A rapidamente para ter uma chance de escapar.
  • Abuse das manobras evasivas aéreas. Pode não parecer muito, mas elas costumam salvar a sua vida bastante, especialmente quando um projétil está te perseguindo.
  • Mísseis inimigos podem ser destruídos com seus próprios tiros, mas ainda é mais recomendável manter-se em movimentos para desviar deles. Aproveite essa vantagem somente em casos de emergência, quando estiver encurralado.
Toda dica é válida quando você estiver cara a cara com os mais potentes insetos da Horda!
Voar no comando de uma abelha superpoderosa esmagando vespas, aranhas e formigas pelo caminho com seu arsenal futurista continua sendo uma das sensações mais satisfatórias e nostálgicas que apenas o Nintendo 64 podia e ainda pode oferecer. Em meio a tantas IPs e sequências novas, ainda está para nascer um jogo que ofereça esse leque de opções e a versatilidade de ação que apenas uma abelha armada podia oferecer como em Buck Bumble. Com a falência da Argonaut Games em Outubro de 2004, só nos resta torcer para que a abelhinha mal-encarada faça, no mínimo, uma aguardada e nostálgica visita ao eShop, no formato de Virtual Console.

Revisão: Rafael Neves
Capa: Igor Silva

Escreve para o Nintendo Blast sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0. Você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.
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