Relembre a velocidade insana de F-Zero GX (GC)!

em 30/06/2013

Algumas das mais importantes franquias da Nintendo estão, infelizmente, sendo deixadas para trás com o passar das gerações. Entre tanta... (por Unknown em 30/06/2013, via Nintendo Blast)


Algumas das mais importantes franquias da Nintendo estão, infelizmente, sendo deixadas para trás com o passar das gerações. Entre tantas que não recebem mais lançamentos, F-Zero e Star Fox são as que mais fazem falta nos corações e consoles dos nintendistas das antigas. A primeira sempre utilizou ao máximo os recursos de hardware disponíveis na época em que cada título foi lançado, desde a já longínqua estreia da série no Super Nintendo em 1991, em que a Nintendo testava o Mode 7, uma engine que possibilitava a simulação de gráficos tridimensionais em seu console 16-bit. A franquia recebeu versões para o Game Boy Advance, a qual muito se assemelhava à versão de SNES, e uma espetacular adaptação para o Nintendo 64 com F-Zero X, título que mostrava bastante o potencial do console e da própria franquia, que ousava colocar 30 competidores simultaneamente nas mais insanas pistas sem o menor sinal de lentidão. Mas só depois de doze anos F-Zero chegou ao seu ápice com as versões AX e GX, para Arcade e GameCube, respectivamente.

Um Arcade dentro de nossa sala!

F-Zero AX foi anunciado como um ambicioso projeto desenvolvido através de uma parceria entre Nintendo, Namco e Sega. O projeto, conhecido como Triforce, consistia no desenvolvimento de um título da franquia de corrida para os Arcades que abusasse de gráficos realistas no intuito de criar um dos melhores e mais frenéticos jogos de corrida de todos os tempos. O desenvolvimento seguiu tão bem que a Nintendo decidiu aproveitar a oportunidade para lançar outra versão, GX, para seu console de mesa da época, o GameCube. O desenvolvimento do título ficou sob responsabilidade da Amusement Vision, subsidiária da Sega, e o jogo foi lançado em 2003.

Infelizmente, AX mal deu as caras no Brasil
Durante o desenvolvimento dos títulos, as desenvolvedoras tiveram a brilhante ideia de adicionar elementos que integrassem as duas versões do título. Com isso, entradas para os Memory Cards de GameCube foram incluídas no cockpit de AX para que os jogadores caseiros pudessem, quando jogassem a versão Arcade, fazer o download de novos personagens, pistas e recordes que podiam ser transferidos para GX. A mania tomou conta do Japão e dos EUA, mas, infelizmente, mal chegou a dar as caras por aqui (haviam pouquíssimas máquinas pelo Brasil).

Redefinindo um gênero

F-Zero é conhecido por suas corridas frenéticas e sua dificuldade aterradora. Felizmente, GX e AX levavam tudo a um novo patamar até então inimaginável e até hoje não superado por nenhum outro título de corrida. A versão cúbica do jogo contava com um modo Grand Prix, com mais de quinze pistas inéditas e extremamente criativas e um rol de personagens gigantesco. As corridas, assim como na versão de Nintendo 64, eram disputadas por 30 corredores e o nível de dificuldade era altíssimo. Logo de cara, o que impressionava era a sensação de velocidade absurdamente alta que exigia reflexos extremamente rápidos dos jogadores. Os controles, refinados e responsivos ao extremo, tornavam o jogo muito gostoso de se jogar, mesmo com a grande dificuldade. Os jogadores eram instigados a tentar novamente mesmo depois de 30 tentativas frustradas de vencer, já que os controles eram tão perfeitos que a derrota era puramente por falta de habilidade dos jogadores. E não pense que para vencer basta correr sem bater em obstáculos! Seus competidores possuíam uma IA extremamente bem programada e eles faziam de tudo para impedir as ultrapassagens. Isso adicionava mais um ponto na jogabilidade: a direção ofensiva. Era possível, por exemplo, bater com a lateral de seu veículo no de seus rivais, o que podia resultar até na saída dos competidores daquela prova. As corridas de GX são selvagens e perigosas, e é praticamente impossível vencer sem eliminar na porrada alguns dos competidores.

As corridas eram intensas, com 30 competidores se digladiando pela vitória!
As pistas possuíam um design único e cada uma delas era completamente diferente da anterior. Alguns cenários se passavam apenas dentro de tubos cheios de obstáculos em que era possível correr todo o percurso de cabeça para baixo. Outros consistiam em saltos de alturas absurdas em que era necessário manter o controle para voltar à pista sem bater em outros competidores ou mesmo nos obstáculos na pista. Ainda haviam pistas no meio de rios de lava ou em túneis submersos no oceano. A variedade era tanta que o jogo sempre parecia novo e dificilmente cansaria qualquer jogador.

As pistas eram muito variadas e cheias de obstáculos
GX ainda possuía o Garage Mode, modo em que era possível customizar seu veículo com novas peças, que melhoravam a performance, e até mesmo criar designs para eles. Para os mais pacientes e aficionados por customização, era possível criar, do zero, desenhos para serem pintados nos veículos do jogo. Hoje isso pode parecer pouco, em uma época de jogos completamente customizáveis pelo jogador, mas há dez anos era quase algo de outro mundo!

Era possível customizar todos os veículos 

Como se não bastasse tudo isso, ainda havia o Story Mode, modo que trazia um grande ar de novidade para o gênero. A Nintendo e a Amusement Vision decidiram expandir o criativo mundo de F-Zero inserindo um modo de missões, intercaladas com algumas das mais lindas CGs vistas no cubo mágico da Nintendo. O universo de F-Zero era muito rico e cheio de personagens que poderiam vir a ser tornar importantes para a Big N, e o modo Story abusa desse potencial, apresentando com maestria as histórias e motivações de cada corredor presente no jogo. As missões saíam do esquema tradicional de corridas e colocavam os jogadores em situações inusitadas e extremamente difíceis. O desafio do modo Grand Prix era muito intensificado por aqui, e só os jogadores mais habilidosos eram capazes de finalizar o modo e destravar novos veículos e corredores para utilizar nas competições.


O GameCube não era muito famoso por suas funcionalidades online, sendo que apenas a franquia Phantasy Star Online tentou se aproveitar um pouco dos limitados recursos online do console. Contudo, a Amusement Vision conseguiu encontrar uma solução para criar leaderboards: a cada tempo realizado, o jogador recebia um password para ser digitado na página oficial do jogo. O código inseria o jogador em um ranking mundial, o que adicionava ainda mais ao fator replay quase infinito do jogo. Apesar de um pouco limitado mesmo para a época, a solução foi criativa e mostrou a capacidade da desenvolvedora em não deixar sequer um buraco em sua criação.

Algumas fases causavam até tontura nos jogadores menos acostumados com a franquia!

Colírio para os olhos

F-Zero GX é um dos jogos mais lindos criados para o GameCube. Impressionante até os dias de hoje, o jogo contava com uma sensação de velocidade absurdamente alta e com trinta corredores simultâneos na tela. Os efeitos de luz eram dinâmicos e era possível enxergar boa parte do percurso logo no começo da prova, sem muitos carregamentos de cenário durante o percurso. Tudo isso rodava suavemente a 60 quadros por segundo, mesmo no modo multiplayer Split-Screen para até quatro jogadores. Até hoje isso é um feito incrível da desenvolvedora, já que o hardware do GameCube apesar de forte, não parecia poder fazer milagres até aquele momento. As CGs do modo Story eram fantásticas e cheias de pequenos detalhes que tornavam aquele mundo crível e belo. A trilha sonora abusava de trilhas eletrônicas que se fundiam com rock da melhor qualidade, dando o clima perfeito para as situações presenciadas pelos jogadores. Para completar, as dublagens eram extremamente convincentes e combinavam perfeitamente com os personagens da franquia.

Os gráficos muito realistas davam o toque final à qualidade do título

Pérola atemporal


F-Zero GX é um dos melhores jogos de corrida já criados, se não o melhor! Otimizado nos mínimos detalhes e claramente desenvolvido por grandes fãs da franquia, o título chegou a níveis estratosféricos de qualidade, o que foi bem mostrado pela mídia na época, que esbanjou elogios e notas altíssimas para o jogo. Com um fator replay praticamente infinito e um desafio fora do comum, mas extremamente estimulante, o jogo levou a franquia ao patamar de grandes clássicos da Nintendo e ganhou uma legião de fãs por todo o mundo. É uma pena, no entanto que F-Zero não deu mais sinais de vida desde Legends para Game Boy Advance e que em recente entrevista, Miyamoto disse que enquanto não houver novas ideias, a franquia continuará na geladeira. Bem que ele podia aplicar essa lógica à New Super Mario Bros. e nos presentear com uma belíssima versão do título de corrida para o necessitado Wii U. Só nos resta torcer!

Revisão: Alan Murilo
Capa: Diego Migueis

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