Iwata falou sobre futuro da Nintendo e sobre não fazer jogos para "dispositivos smarts"

em 11/06/2013

Durante a E3, nosso grande pequeno homem Satoru Iwata concedeu uma entrevista ao portal do The Wall Street Journal, para falar sobre o fu... (por Lucas Palma Mistrello em 11/06/2013, via Nintendo Blast)


Durante a E3, nosso grande pequeno homem Satoru Iwata concedeu uma entrevista ao portal do The Wall Street Journal, para falar sobre o futuro da Nintendo e das decisões anunciadas pela desenvolvedora japonesa na feira. O jornal, que é direcionado, como o próprio nome denuncia, a uma abordagem mais econômica, fez primeiro perguntas a Iwata questionando sobre a pequena queda no valor das ações da Nintendo após o Nintendo Direct especial E3 de hoje:
"Eu tenho consciência que existem hoje algumas tendências no mercado que vão em uma direção diferente da qual estamos seguido. Se você quiser pensar a curto prazo, pensar nos valores imediatos das ações, então eu sou um presidente muito ruim. Mas eu não acho que seja tão ruim no que diz respeito a aumentar o valor da Nintendo a longo prazo." 
O entrevistador, então, seguiu perguntando se essa queda nas ações e as dificuldades que a Nintendo supostamente estaria passando com o Wii U não renderiam a ela uma pressão em direção a forçar a desenvolvedora japonesa a trabalhar com outros dispositivos, como smartphones e smart tvs:
"Se eu estivesse preocupado em gerenciar a Nintendo para este ano ou para o próximo - e não pensando em como esta empresa estará daqui 10 ou 20 anos - eu, provavelmente, diria que estou falando bobagem. Mas daqui a uns 20, ao olharmos para trás e pensarmos sobre a decisão de não fazer jogos da Nintendo para celulares e smartphones vamos concluir que foi isso que manteve a companhia até aquele momento."
A questão do jornalista era claramente uma alfinetada no sentido de uma análise difundida que muitos fazem sobre a Nintendo ter "parado no tempo" em seus jogos e consoles. Percebendo o movimento da pergunta, Iwata completou:
"A capacidade dos dispositivos como smartphones e smart tvs está crescendo e o que só um console próprio para games pode fazer está diminuindo se não fizermos nada para concorrer. Então os consoles de jogos precisam se expandir no sentido de coisas que os dispositivos smart não podem fazer. Uma vez que não conseguirmos fazer mais isso, esse será o ponto no qual não poderemos mais trabalhar com console para jogos." 
Para fechar a rápida entrevista, Iwata foi questionado sobre o desempenho fantástico de Animal Crossing: New Leaf (3DS) nos Estados Unidos em sua semana de lançamento, assim como já tinha ocorrido no Japão. A pergunta foi se existem jogos capazes de fazer os fãs comprarem um console apenas para jogá-lo, os "system sellers", sobre isso, o japonês comentou:
"As pessoas vão comprar um console por causa de um jogo em especial se o jogo for muito atraente. E fazer isso é muito difícil, mas se conseguirmos superar essa barreira do custo-benefício, acreditamos sim que existem jogos que vendem consoles."
As declarações de Iwata parecem ser bem conscientes e coerentes com a proposta da Nintendo de seguir como desenvolvedora de jogos e para jogos. E ele tem toda a razão no sentido que os consoles precisam se mexer para oferecerem características as quais os dispositivos "smarts" não podem oferecer.

A Nintendo não fugiu totalmente das tendências, há possibilidade com a Nintendo Tvii, mas essa não é, de longe,  a proposta central. Mas só futuro dirá se Iwata e a Big N estão certos. 
Embora não tenha mencionado claramente nada nesse sentido, é possível perceber que a Nintendo não compartilha da proposta de vídeo games como "centrais de entretenimento". Essa perspectiva seria inclusive um verdadeiro tiro no pé das desenvolvedoras. Pelo fato de que esta é uma função que os dispositivos como as smarttvs já podem fazer, e serão funções que elas dominarão no futuro, deixando os vídeo games para escanteio.

Eu particularmente acho que é uma visão correta, e que me agrada. No entanto, resta saber se os consumidores irão comprar essa ideia (e um Wii U) e por quanto tempo os consoles conseguirão resistir aos smarts-qualquer-coisa. E se não foi ela própria quem deu um tiro no pé - especialmente porque há também outras questões da interação entre os consoles e os outros aparelhos no ponto de vista técnicos, como a arquitetura de hardware do Wii U, muito mais distante da dos computadores e dos concorrentes.

Fonte: The Wall Street Journal via Nintendo Everythig 
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