Por mais famoso, poderoso e carismático que seja um personagem, ele sempre precisará de um coadjuvante. Aquela típica figura secundária que, por vezes, trabalha mais do que o protagonista, mas é sempre deixada à margem dos holofotes e nem por isso deixa de se provar leal a seu eterno parceiro. Durante toda a trajetória da Nintendo, diversos personagens assumiram esse papel e alguns foram de meros coadjuvantes a atores principais de alguns títulos. Hora de pôr à prova as figuras que só não são favoritos do público por que não estão no centro da capa de seus jogos.
10. Toad
No Reino do Cogumelo, Mario e sua turma não podiam contar com um coadjuvante mais multi-tarefa e prático do que o Toad. Na verdade, "Toad" não é apenas o nome do personagem, mas a designação de toda a espécie de baixinhos com cabeça de cogumelo que desempenham as mais diversas funções secundárias. Toad avisam-no que a princesa está em outro castelo, garantem-lhe bônus extra nas Toad House, habitam as cidades de Toad Town e Decalburg e estão sempre a acompanhar Peach. Toad ganhou um pouco mais de importância quando tornou-se personagem jogável em Super Mario Bros. 2 (NES) e em New Super Mario Bros. (Wii), mas não deixou de ocupar o papel que melhor desempenha: coadjuvante. E tem que ser um coadjuvante com muita auto-estima para aguentar a declaração de Miyamoto: ele é o personagem que o mestre menos gosta em Mario Kart.
"Coadjuvante? Eu sou o protagonista desse jogo, ouviram?" |
9. Louie
Se Olimar referencia Mario tanto em anagramas de seu nome quanto por ser mais uma obra de Miyamoto, não seria estranho que uma versão de outra cor desse extraterrestre surgisse para um modo multiplayer. Assim nasceu Louie, que pelos mesmo motivos pode ser associado a Luigi. Sua primeira aparição foi em Pikmin 2, como coadjuvante para o modo de dois jogadores desse incrível game para GameCube. Louie acaba tornando-se o leal parceiro de Olimar, ajudando-o não só nas missões com os Pikmin, mas também para dinamizar as cutscenes do jogo. Embora não tenha seguido seu parceiro na estréia de Olimar em Super Smash Bros. Brawl (Wii), esperamos que esse coadjuvante tenha maior relevância em Pikmin 3 (Wii U).
8. Palutena (Kid Icarus)
Pit pode até ser um anjo valente e poderoso, mas não é nem um pouco auto-suficiente. Ele poucas vezes sabe detalhes de suas missões e nem mesmo voar por si só é capaz. É aí que entra Palutena, a versão Nintendo da deusa Atena, sempre a guiar Pit por suas celestiais aventuras. Se, no primeiro Kid Icarus (NES), ela não era muito mais do que uma versão divina de Peach, é em Kid Icarus: Uprising (3DS) que Palutena ganha mais relevância. Tão tagarela quanto Navi, Palutena não apenas guia Pit e lhe permite voar nesse jogo, como também acaba participando de uma grande e inesperada reviravolta em seu roteiro. Uma das mais queridas coadjuvantes femininas, Palutena tem muito o que crescer na Nintendo.
A vida dos coadjuvantes atrás das câmaras |
7. Mumbo Jumbo (Banjo-Kazooie)
Banjo e Kazooie, juntos, já dão vazão a uma infinidade de mecânicas de gameplay em Banjo-Kazooie (N64). Mas, como todo urso louco por mel e todo pássaro doido por alguém para pirraçar, ambos são bastante ambiciosos. Eles não dispensam uma chance de se transformar em outros animais e até objetos para diversificar ainda mais a jogabilidade do título. E é para transformá-los com seus poderes mágicos que existe o estereotipado xamã Mumbo Jumbo. De mero transformador, Mumbo tornou-se personagem jogável em Banjo-Tooie (N64). Ainda assim, sua participação é tão restrita que deixa ainda mais claro a sua sina: eterno coadjuvante. O mesmo se repete em Grunty's Revenge (GBA) e em Banjo-Kazooie: Nuts and Bolts (X360) . Quem sabe teria um pouco mais de atenção em Banjo-Threeie...
"The Bear & Bird are Back"? E Mumbo, onde é que entra? |
6. Navi (Zelda)
Há quem diga que são as pessoas com as quais nós mais brigamos que, na verdade, provam ser as que mais gostamos. Talvez Navi seja o melhor exemplo dessa adoração às avessas. Apesar de bastante útil servindo como Z-Targeting e apresentando a Link o mundo de Hyrule, essa fadinha, embora não tenha boca, é pra lá de tagarela. Quem já jogou The Legend of Zelda: Ocarina of Time (N64) sabe que Navi torra a paciência dos jogadores com seus constantes avisos e dicas óbvias. Ainda assim, desempenha papel importante como tradutora da mudez de Link, afinal, alguém precisa dar com a língua nos dentes para o enredo ir para frente.
Link não vê a hora de se ver livre de Navi em Majora's Mask, mas mal sabe que logo encontrará Tatl. |
5. Paula Polestar (Mother/EarthBound)
Se já é difícil encontrar alguém inteirado na ofuscada franquia Mother, mais complicado ainda é quem conheça seus coadjuvantes. Mas se você jogou EarthBound (SNES), e tem motivos de sobra para fazê-lo, deve conhecer Paula, grande companheira de Ness em sua missão de salvar o planeta. Mesmo ficando à sombra do garoto, Paula não demonstra nenhum sinal de raiva ou revanchismo - muito pelo contrário, é uma moça das mais pacíficas. Ainda assim, é uma grande combatente, sobretudo em habilidades PSI. É claro que não podia faltar um suposto romance juvenil entre Paula e Ness.
Tem que ser uma coadjuvante muito paciente pra seguir Ness pra tudo quanto é lado |
4. Helper (Kirby)
Embora seja o personagem mais guloso da Nintendo (rivalizando apenas com Yoshi), Kirby deixou sua gula de lado para dar espaço a um companheiro de aventuras. O Helper é seu parceiro em Kirby Super Star (SNES), surgindo na forma de qualquer poder de Kirby (confira todo o arsenal dessa bolota rosa na 25ª edição da Revista Nintendo Blast). Dando vazão à jogatina multiplayer, Helper é um coadjuvante ofuscado por Kirby, que não só determina quando ele pode nascer e quando irá desaparecer, como também dita quais poderes ele pode usar. O Helper expressa-se como uma variação do inimigo que originalmente detinha o seu poder e, na versão para DS, recebeu um game próprio: Help the Helper.
Um gesto de gratidão... seguido por uma baita sacanagem. |
3. Diddy Kong (Donkey Kong)
Donkey Kong pode ser um grande personagem, mas convenhamos que ele é pesado, intimidador e bobo demais para as diversas aventuras pelas quais passou. Talvez por isso Diddy Kong combine tão perfeitamente como seu companheiro, por ser mais ágil, esperto e descolado. O sobrinho de Donkey começou como mero coadjuvante em sua jornada por Donkey Kong Country (SNES), mas não demorou a arranjar uma namorada para explorar Crocodile Isle em Donkey Kong Country 2: Diddy's Kong Quest (SNES). Já no terceiro do jogo da série, ele ocupa o posto de "donzela em perigo" ao ser raptado. Apesar de todas os papeis que fez, incluindo o de astro de um jogo de corrida, Diddy voltou ao posto de coadjuvante no recente Donkey Kong Country Returns (Wii).Coadjuvante? Talvez... Otário? Com certeza, não! |
2. Midna (Zelda)
Não é que não gostemos de Navi, muito menos que não reconheçamos seu valor como eterna guia de Link, mas o fato é que, se algum coadjuvante conseguiu desenvolver um carisma e personalidade tão ímpares na série Zelda, esse alguém é Midna. Afinal, não é qualquer personagem que dá nome a um dos mais incríveis títulos dessa igualmente incrível franquia: The Legend of Zelda: Twilight Princess (vulgo Midna). Inicialmente, Midna pareceu ser uma mera aproveitadora dos talentos de Link para seu próprio benefício, mas, com o passar das dungeons, essa habitante do Twilight Realm provou ser uma grande companheira do nosso herói e uma peça crucial do enredo de Twilight Princess.
1. Luigi (Mario)
Luigi não é apenas um coadjuvante. Luigi talvez seja a origem do termo coadjuvante no mundo dos videogames. Criado meramente para ser uma opção para o segundo jogador, ele nasceu como uma versão recolorida de Mario, com um nome para lá de sugestivo: "Ruigi" (pronúncia japonesa de Luigi) significa "parecido" na Terra do Sol Nascente. E, mesmo depois de se diferenciar cada vez mais de seu irmão, Luigi continuou no posto que nasceu para ocupar: o número 2. Seja transformando-se em prata quando Mario transforma-se em ouro em New Super Mario Bros. 2 (3DS), seja tendo de abrir mão da Peach para o Mario ao fim das aventuras juntos. Bom, mas estamos no Ano de Luigi, então vai que esse "Mario verde" não passará a chamar seu irmão de "Luigi vermelho"?
"Acho que eu preferia ser coadjuvante mesmo..." |
Revisão: José Carlos Alves
Capa: Vitor Nascimento