Dillon’s Rolling Western foi um dos principais lançamentos de 2012 da Nintendo para o eShop. O título, que apresenta uma mistura interessante entre os gêneros tower defense e ação, teve recepção variada entre os jogadores: alguns gostaram muito e outros o acharam excessivamente difícil e repetitivo. Dillon’s Rolling Western: The Last Ranger tenta corrigir os problemas de seu antecessor, com novidades para tornar a aventura mais variada e acessível. Será que o objetivo foi alcançado?
De volta ao Velho Oeste
Depois dos eventos de sua primeira aventura, Dillon e Russ sumiram do mapa e ninguém era capaz de encontrá-los. Um ano depois, os Grocks ressurgiram e voltaram a atacar as cidades em busca dos Scrogs, a fonte de renda dos vilarejos. Desta vez as malignas criaturas de pedra passaram a atacar também o trem que distribui recursos entre as cidades. Sem seus heróis para ajudá-los, as vilas aos poucos foram sucumbindo.Contudo a dupla de rangers ouve as notícias e decide retornar à civilização. Além de proteger as cidades, agora Dillon e Russ também têm que garantir que o trem e seus trilhos não sejam destruídos. Eles contam com a ajuda de outros rangers, sujeitos extremamente perigosos, mas que fazem qualquer tarefa em troca de dinheiro: o ganancioso lagarto Gallo, o furioso urso Boone e a exótica lula Nomad (como uma lula sobrevive no deserto é um mistério). Com a companhia destes aliados, Dillon e Russ tentam salvar o Velho Oeste mais uma vez.
Mais ajuda, mais problemas
A mecânica de jogo, que é uma mistura entre tower defense e ação, permanece inalterada em The Last Ranger. De dia, Dillon tem que se preparar para a batalha explorando o terreno, equipando torres com armas e coletando itens. Durante a noite o objetivo é impedir que os Grocks alcancem a cidade, destruindo-os através das armas nas torres e em ataques diretos. Os controles também permanecem inalterados: a tela de toque faz o tatu rolar e desferir ataques, enquanto o Circle Pad controla o personagem. Desta vez existe opção de controles para jogadores canhotos.As principais novidades são os parceiros e o trem. Em certos momentos, os heróis podem contratar outros rangers. Durante o dia eles executam tarefas como coletar dinheiro ou minerar itens nas cavernas, enquanto nas batalhas eles ajudam a derrotar as criaturas de pedra. Já o trem aparece em momentos específicos dos estágios e deve ser protegido a todo custo, assim como seus trilhos. Entretanto, estas novidades não são muito significativas e pouco alteram a jogabilidade básica.
A trama das aventuras de Dillon e Russ nunca foram muito elaboradas, contudo algumas alterações na narrativa deixam as coisas mais interessantes em The Last Ranger. Ao fim das batalhas, o tatu pode conversar com vários personagens no saloon da cidade. Ali é possível controlar o herói livremente e presenciar algumas cenas interessantes, principalmente quando os rangers estão envolvidos. Mesmo que simples, estas cenas deixam a experiência mais imersiva.
Uma aventura mais acessível
Um dos maiores problemas de Dillon’s Rolling Western era a dificuldade: de uma fase para outra a dificuldade aumentava drasticamente, tornando a experiência de jogo algo frustrante. The Last Ranger tenta amenizar isso com algumas mudanças. A primeira delas é a possibilidade de comprar estrelas para liberar novos estágios, eliminando a necessidade de jogar novamente alguma fase anteriormente completada só para isso. Outra adição é a análise de batalha. No fim de cada dia, Russ disponibiliza um relatório que mostra o padrão de ataque dos inimigos, assim como a eficiência das torres. Estas informações são extremamente úteis para montar melhor as estratégias.Sensação de déjà vu
Não é só na jogabilidade que The Last Ranger se parece com seu antecessor. Tecnicamente ele é muito similar ao primeiro game. Os gráficos e modelos estão sensivelmente melhores. A ação é mais fluída, os carregamentos foram encurtados e modelos poligonais substituíram as ilustrações dos personagens nas conversas. Várias novas músicas foram adicionadas e as já conhecidas foram melhoradas, por mais que algumas poucas ainda se repitam muito. O jogo também utiliza do StreetPass para compartilhar cartões contendo informações do jogador e mapas com estratégias. É fácil perceber a evolução e a sensação é que o pacote é bem mais completo, mesmo que seja bem parecido com primeiro.Uma experiência mais completa
Dillon’s Rolling Western: The Last Ranger é mais uma expansão do que um game completamente novo. Todas as mecânicas básicas estão intactas e até os gráficos estão parecidos. Isso não é algo completamente negativo, pois os maiores destaques do antecessor eram justamente estes aspectos. As novidades amenizam problemas do primeiro título e tornam o novo mais completo e acessível, diminuindo a frustração por conta da dificuldade, que ainda é elevada. Se você não chegou a jogar o primeiro título, esta é uma excelente oportunidade de conferir as aventuras de Dillon e Russ.Prós
- Ótima mistura entre os gêneros tower defense e ação;
- Sistema de controles único e preciso;
- Diálogos e cenas não interativas aumentam a sensação de imersão;
- Gráficos e áudio melhorados em relação ao primeiro jogo;
- Novos recursos, como análise da batalha, tornam o game mais acessível;
- Novos tipos de estágios, como as minas, ajudam a quebrar a sensação de repetição;
- Grande quantidade de conteúdo.
Contras
- Muito foi reaproveitado da primeira aventura;
- Mecânicas novas, como parceiros e trens, pouco alteram a fórmula básica;
- Pouca variedade de cenários e música;
- Repetitivo, se jogado por longos períodos.
Dillon’s Rolling Western: The Last Ranger — eShop/3DS — Nota: 8.0
Revisão: José Carlos Alves