Blast Test: Monster Hunter 3 Ultimate (3DS)

em 03/03/2013

Após um longo tempo de espera pela sua chegada no ocidente, enfim temos Monster Hunter 3 Ultimate (3DS) vindo para as lojas por estas ban... (por Fellipe Camarossi em 03/03/2013, via Nintendo Blast)

Após um longo tempo de espera pela sua chegada no ocidente, enfim temos Monster Hunter 3 Ultimate (3DS) vindo para as lojas por estas bandas. Para ir aliviando a vontade, a Capcom disponibilizou no eShop semana passada o demo do jogo, para os jogadores irem se familiarizando com a jogabilidade proposta no portátil da Big N. Mas será que essa foi uma jogada inteligente? Como está essa demo? Qual o público alvo dela? Bem, só tem uma maneira de descobrir, e é jogando e analisando em mais este Blast Test!

E a história é apresentada!

Mas o visual é estonteante.
Fim. Não, sério, fim. Não tem história. A demo não apresenta nem uma pitada sequer de qual a proposta de enredo do jogo, ele simplesmente te joga no meio do nada e fala “resolva esse problema”. Claro que demos não devem possuir fatos importantes sobre o enredo, mas é sempre bom ter uma noção do ambiente que estamos entrando antes de jogar. Outras demos costumam te dar um pedaço do início do jogo sem muitas informações (como foi o caso de Kingdom Hearts 3D: Dream Drop Distance e de Castlevania: Lords of Shadow – Mirror of Fate), mas o suficiente pra você entender quem é e o que está fazendo, enquanto aqui temos uma única frase de “cace esse monstro” e pronto, estamos no território.

O real problema disso é que fica parecendo que a Capcom não deseja que novos jogadores venham a aderir sua franquia, e sim somente aqueles que já são fãs. Pude notar isso porque aqueles que já jogavam Monster Hunter antigamente não viram problema em serem jogados numa missão sem explicações, mas os novos jogadores ficaram completamente desnorteados perante tal abordagem. Pessoalmente, creio eu que seja algo importante dar ao jogador uma pequena noção do com o que está lidando em uma demo antes deste comprar o jogo, pois tudo que ele poderá verificar pra saber se quer ou não o título deveria estar em uma demonstração – e qualquer jogador novo vai imaginar que o verdadeiro título será tão direto e pouco explicado como a demo.

Vamos à caçada!

Mas enfim, história à parte, temos ainda a jogabilidade para analisar. Temos duas missões disponíveis, uma fácil e outra difícil (ou, para novos jogadores, uma difícil e uma impossível). Para cumprir os objetivos, temos à disposição doze diferentes personagens, cada um com o seu próprio estilo de combate. As armas variam muito de espada e escudo, duas lâminas, lanças, arcos, machados, são muitas possibilidades. Eu testei todos e posso afirmar que há um problema recorrente a todos: são lentos. Sério, a jogabilidade é muito lenta, os personagens não correm e os combos são complicados de serem executados – mas depois que se aprende, os inimigos parecem cair com uma facilidade que lhe faz perguntar: “como eu sofri pra derrotar isso?”. Isso não se aplica aos chefes, contudo.

Um golpe dessa espada com certeza deve deixar marca.

O jogador cai então no cenário e deve caçar um monstro. O local em que o monstro alvo está aparece no mapa, então não é difícil encontrá-lo. O problema real é quando você o encontra; os velhos jogadores já sabem o que estou prestes a dizer, mas os novatos podem se assustar com o fato de que os inimigos não possuem barra de HP e demoram muito pra morrer. A única maneira de verificar se o adversário está cedendo é pelo seu comportamento: se ele tropeça, ofega, foge. Isso é algo genial para um jogo, um realismo que é característica marcante da série, mas ao mesmo tempo é intimidador. Se está procurando um jogo que você espanca o botão de ataque e vence, procure outro título (ou outra demo).

"COME AT ME, BRO!"

Esta demonstração não é compatível com o Circle Pad Pro, embora a versão final seja. É provável que ela facilite muito o uso, pois o controle de câmera fica a desejar. Na tela de toque foi colocado botões de direcional para suprir a falta do CPP e controlar assim a câmera, mas ainda assim é um bocado difícil de se habituar ao seu uso e muitas vezes você vai preferir se virar sem ter de recorrer ao recurso. O que mais dificulta é a lentidão do personagem para se mover, que muitas vezes vai deixar o jogador impaciente e agoniado. Bom, isso e o fato do jogo não contar com nenhum tipo de tutorial explicando o que cada botão faz.

Ótimo prato, péssima entrada

Os jogos da série Monster Hunter são indubitavelmente ótimos e inovadores, o realismo dos combates é ao mesmo tempo uma incrível e perigosa característica, tornando a série única no que faz. Entretanto, acredito que essa demo não foi uma das melhores jogadas da Capcom. Graficamente falando, é um dos melhores jogos mostrados até agora para o portátil da Big N, e o uso do 3D foi muito inteligente para aumentar ainda mais a beleza do jogo. Entretanto, a jogabilidade não é muito convidativa para novos jogadores.

Mas ainda assim, vale experimentar!

Por favor, não entendam errado! Não estou dizendo “se você não conhece Monster Hunter, nem tente começar por este”! Monster Hunter 3 Ultimate (3DS) é um dos melhores títulos do console, mesmo com suas limitações (como os problemas pra multiplayer e a quase necessidade de Circle Pad Pro). Só é um jogo exacerbadamente difícil, o que não é realmente algo ruim. Se quer um desafio, vale a pena arriscar no título e praticar com esta demo – só não espere da demonstração algo mais do que o próprio nome diz: uma mera demonstração (mais gráfica do que total).

Revisão: Rafael Becker

Escreve para o Nintendo Blast sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0. Você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.
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