Tchau Diddy, oi Banjo!
Mesmo tendo ido para o lado Microsoft da força, a Rare continuou dando suporte para os portáteis da Nintendo, lançando jogos com a ajuda da THQ. Com o fim da parceria com a gigante japonesa, a produtora europeia teve que improvisar e mudar seus jogos que dependiam de franquias que eram da Nintendo (por exemplo, Donkey Kong Coconut Crackers , puzzle game que seria lançado no GBA, teve que ser refeito e foi lançado com outro personagem no lugar do macacão).Anunciado quando a Rare ainda estava com a Nintendo, Diddy Kong Pilot parecia um prêmio de consolação para o GBA. É como se a Rare entregasse um troféu para o GBA dizendo: “você não consegue rodar um Diddy Kong Racing, então toma isso para você”. Quando a parceria Nintendo e Rare acabou, era a chance desse jogo entrar na geladeira ao lado da continuação de Killer Instinct, mas infelizmente alguém da Rare teve a ideia de usar os personagens do Banjo-Kazooie no jogo de corrida com aviões.
Trocando todas as referências do jogo dos macacos para o urso e a pássara, Banjo-Pilot ficou pronto e foi lançado em 2005. Infelizmente.
Voa, voa aviãozinho
Em Banjo-Pilot, você pilota com diversos personagens da série Banjo-Kazooie em pistas majoritariamente planas sem maiores desafios, enquanto usa itens para atacar os adversários. Se as pistas são planas, o que impede os jogadores de cortarem metade do trajeto voando fora da pista (afinal, estão em aviões), hein ? Simples: paredes invisíveis. Porque funciona assim, se o seu portátil não consegue exibir pistas decentemente, coloque essas muralhas transparentes para impedir que qualquer jogador faça o óbvio.
Mas tudo isso seria perdoado se o jogo fosse minimamente divertido. O visual é péssimo (a bela abertura do começo engana), a jogabilidade é sofrível e os itens são tão criativos quanto esse mercado de games que vive de requentar franquias antigas. Seu avião tem um tiro básico quando você não está segurando nenhum item, mas acertar o adversário se torna uma tarefa hercúlea por causa da jogabilidade péssima.
Justificativas, cadê?
E o jogo não tem história. Não que eu esperasse algo para um jogo de corrida, mas não há razão alguma para colocar todos os personagens da série correndo uns contra os outros . E é impossível encaixar esse jogo na história da franquia, porque personagens de momentos distintos estão convivendo harmoniosamente (a Gruntilda está com o corpo que possuía durante o Banjo-Kazooie, porém a Humba Wumba do Banjo-Tooie é selecionável).De todos os defeitos deste jogo, acho que o pior foi a recepção excelente dos reviews da época. A IGN chegou a dar um oito para essa bomba, mas devemos lembrar que isso foi na época que um jogo da Rare obrigatoriamente deveria levar uma nota excelente na imprensa, algo como acontece atualmente com qualquer jogo da Nintendo com “Mario” no nome. Aposto que qualquer avaliador que jogar esse jogo hoje se arrependerá das notas altíssimas que Banjo-Pilot tirou. Caso você leitor queira experimentar, vá por sua conta e risco. Nem mesmo o carisma da franquia da Rare salva esse desastre aéreo.
Revisão: Lucas Oliveira