Um resgate arriscado
A trama de Harmony of Dissonance acontece 50 anos após Castlevania II: Simon’s Quest (NES) e tem como protagonista Juste Belmont, neto de Simon Belmont e descendente da feiticeira Sypha Belnades, uma das protagonistas de Castlevania III: Dracula's Curse (NES). Tudo começa quando Juste é escolhido como o herdeiro do Vampire Killer, a arma e tesouro da família Belmont. Maxim Kischine, amigo de Juste, decide partir em uma expedição para conseguir lidar com o fato dele não ter sido selecionado como o novo dono do chicote lendário. Dois anos depois, Maxim reaparece e pede ajuda a Juste: Lydie Erlanger, amiga de infância de ambos, foi raptada.A dupla segue para a região onde Lydie foi vista pela última vez. Lá, encontram um castelo que não se encontrava ali anteriormente. Os heróis decidem explorar o lugar separadamente, em busca de sua amiga. Juste percebe que o castelo é na verdade Castlevania, morada de Drácula. O Belmont descobre também que Maxim reuniu os restos mortais do Lorde das Trevas, numa manobra desesperada de provar seu valor pelo Vampire Killer, mas algo deu errado. Juste continua explorando o local, a fim de desvendar todos estes mistérios e o paradeiro de Lydie.
Uma aventura familiar
A jogabilidade de Harmony of Dissonance segue a fórmula já consagrada em Castlevania: Symphony of the Night (PS): Juste tem que explorar o castelo do Drácula, que tem duas versões dessa vez. Relíquias especiais concedem novas habilidades, como pulo duplo e rasteira, necessárias para acessar áreas anteriormente indisponíveis. Conforme derrota inimigos, o Belmont acumula experiência e sobe de nível, o que aumenta atributos como ataque, defesa e sorte. Itens como anéis e armaduras podem ser equipados e contam com variados efeitos.A novidade deste capítulo é o sistema de magia. Vários tomos mágicos estão espalhados pelo castelo e seus poderes podem ser combinados com a arma secundária. O resultado são feitiços poderosos, que podem ser conjurados em troca de pontos de magia. Entender qual tomo deve ser utilizado em cada situação é crucial, já que os inimigos têm fraquezas elementais. Outra adição é um movimento rápido ativado através dos botões L e R, essa esquiva permite escapar de investidas inimigas e se locomover rapidamente pelos cenários.
Beleza inconsistente
Uma das maiores reclamações de Circle of the Moon foram seus cenários escuros e difíceis de ver na tela do portátil. Este problema foi corrigido em Harmony of Dissonance. As salas do castelo são bem mais claras, sem perder sua atmosfera gótica e misteriosa. Os gráficos estão bem mais refinados e contam com inúmeros detalhes e belos efeitos. Um dos destaques do game são os inimigos, que apresentam animações mais fluídas e ricas. Infelizmente o mesmo não pode ser afirmado do protagonista: Juste conta com animação precária e sprites simplificados, destoando completamente do resto do game.Enquanto a parte gráfica contou com melhorias, a música sofreu uma regressão absurda. As composições não são ruins, mas a qualidade do áudio é muito baixa, lembrando jogos de NES. Segundo os desenvolvedores, a culpa é dos gráficos. Para conseguir criar um visual rico, o áudio teve que ser sacrificado e compactado. Por conta disso a trilha sonora do título é considerada uma das piores da série. Outro ponto muito criticado foi a dificuldade. A maioria dos jogadores considerou a aventura muito fácil e os cenários muito lineares, com poucas sessões de plataforma. Ao menos a Konami tentou compensar com vários modos extras.
Refinando a fórmula
Castlevania: Harmony of Dissonance não foge muito do consagrado estilo metroidvania e é bem similar a seus antecessores. O objetivo ainda é derrotar toda criatura que aparece pela frente, com algumas novidades como a esquiva, o que torna a jogabilidade mais ágil. O destaque fica por conta da evolução gráfica em relação a Circle of the Moon, por mais que o áudio tenha sido sacrificado para isso. De qualquer maneira, Harmony of Dissonance é divertido e é outro ótimo título da série para GBA. E vocês, tiveram a oportunidade de jogá-lo?
Revisão: Marcos Silveira