Blast from Japan: Live A Live (SNES)

em 14/03/2013

Por toda a história da humanidade, alguns padrões se repetem. A luta do bem contra o mal é recorrente, mesmo contando com representações d... (por Farley Santos em 14/03/2013, via Nintendo Blast)

Por toda a história da humanidade, alguns padrões se repetem. A luta do bem contra o mal é recorrente, mesmo contando com representações diferentes. É essa a premissa de Live A Live, RPG de SNES da Squaresoft que nunca foi lançado fora do Japão. O game conta com sete histórias independentes, cada qual com características de narrativa e jogabilidade únicas, compartilhando entre si o sistema de batalha. Conheça melhor este inusitado game a seguir.

Da pré-história até o futuro distante

Ao contrário de outros RPGs da época, Live A Live não tem uma trama principal. O jogador escolhe um dos sete enredos temáticos, na ordem que quiser. Cada história representa um período diferente da vida na terra, contando com mecânicas exclusivas. O resultado é um game que parece ser uma coleção de estilos diferentes, de variedade única e incomum para um RPG. O único fator recorrente entre as histórias é o sistema de batalha, que mistura estratégia e combates por turno.


São vários os períodos contemplados: pré-história, velho oeste, Japão feudal, China antiga, mundo contemporâneo e futuro distante. A jogabilidade é sensivelmente diferente em cada episódio. Na pré-história os personagens se comunicam através de gestos e desenhos e o protagonista pode sentir cheiros ao apertar o botão Y, o que permite encontrar inimigos e concluir objetivos da história. O capítulo do presente homenageia jogos de luta: um lutador participa de um torneio, em uma sequência de batalhas. O mais curioso é que é possível escolher a ordem em que os oponentes serão enfrentados e o protagonista consegue aprender as técnicas alheias, em uma clara referência à Mega Man.


No controle de um ninja do Japão feudal, o objetivo é infiltrar um castelo labiríntico e resgatar um refém. A habilidade especial do personagem é se esconder e existem desafios extras: terminar o capítulo matando todos os cem humanos do castelo ou completar a história sem ser visto. Já o episódio de ficção científica não conta com batalhas e a jogabilidade é centrada na trama, que lembra filmes clássicos como Alien. Estas pequenas peculiaridades só reforçam a sensação de vários jogos em um.


Combates estratégicos

Quem não conhece Live A Live pode achar que é só mais um RPG genérico de SNES por conta de seus gráficos similares a Final Fantasy IV (SNES). Entretanto,  tudo muda quando um combate começa. Live A Live conta com um sistema de batalha que é uma mistura de vários conceitos já conhecidos dos fãs do gênero. Os confrontos são por turnos, contudo, eles acontecem em um cenário que ocupa toda a tela, dividido em espaços na forma de grade. Os personagens podem se mover para qualquer lugar do campo de batalha e atacar quando bem quiserem.


O sistema de ataques é bem diferente. Cada personagem tem à disposição uma série de técnicas e pode utilizá-las quantas vezes quiser, sem restrições. Cada ataque tem uma área de alcance: alguns só podem ser utilizados caso os inimigos estejam próximos, outros acertam vários espaços simultaneamente. Quanto mais poderoso e versátil o ataque, maior será o tempo necessário para desferí-lo. É importante fazer as escolhas com cuidado, já que os heróis ficam completamente vulneráveis enquanto carregam um ataque. Técnicas com capacidades elementais afetam o terreno, trazendo mais um fator estratégico ao combate.


Várias histórias, várias contribuições

Por contar com várias pequenas tramas que acontecem em diferentes períodos da história da humanidade, a Squaresoft chamou autores de mangás distintos para cada capítulo. Destes, destacam-se Gosho Aoyama, autor da série Detective Conan e Kazuhiko Shimamoto, que trabalhou na série Samurai Shodown. O diretor foi Takashi Tokita, que também foi o roterista e designer de Final Fantasy IV, o que explica as similaridades entre os títulos. A música ficou a cargo de Yoko Shimomura, sendo este seu primeiro trabalho na Squaresoft.

Uma multitude de vidas

É fácil perceber que Live A Live foi um RPG muito inusitado e repleto de ideias únicas. Os vários capítulos completamente diferentes, com suas mecânicas únicas, fizeram com o que o game oferecesse grande variedade. É interessante notar também que a Squaresoft começava a explorar outros sistemas de batalha, fugindo um pouco dos combates básicos já consolidados pela série Final Fantasy. Não se sabe o motivo do game não ter sido lançado no Ocidente. Seria arriscado lançar um título tão diferente por aqui? E vocês, gostariam de jogar este RPG?


Revisão: Alan Murilo
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é brasiliense e gosta de explorar games indie e títulos obscuros. Fã de Yoko Shimomura, Yuzo Koshiro e Masashi Hamauzu, é apreciador de roguelikes, game music, fotografia e livros. Pode ser encontrado no seu blog pessoal e nas redes sociais por meio do nick FaruSantos.
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