Se você é um blaster antenado e acompanha com a gente os Nintendo Directs, já deve ter visto o nosso querido presidente Iwata, munido de um simpático bonézinho verde, decretar que 2013 será o ano do Luigi no universo da Big N. E nada seria mais justo para um personagem que na maior parte dos seus trinta anos de vida acabou vivendo à sombra de seu irmão Mario, indiscutivelmente a figura mais famosa dos videogames no mundo. Provando de uma vez por todas que os seus tempos de figurante ficaram para trás, Luigi está prestes a estrelar um dos maiores lançamentos do ano no 3DS, Luigi’s Mansion: Dark Moon.
Eclipse
Lançado em 2001 no Japão como grande título de lançamento do GameCube, Luigi’s Mansion era um jogo extremamente simpático e divertido, mas que acabou dividindo um pouco a opinião dos nintendistas. Afinal, ao invés do jogo ser avaliado por seus próprios méritos, ele acabou sendo comparado aos títulos anteriores de lançamento dos consoles da Big N. E aí, caro leitor, a situação realmente ficou complicada para o bigodudo de roupa verde. Afinal, como você deve se lembrar, o Nintendo 64 na maioria dos casos era comercializado com uma cópia gratuita do clássico Super Mario 64 no pacote, enquanto o Super Nintendo vinha com o tão ou mais lendário Super Mario World. Trata-se de duas aventuras que figuram obrigatoriamente em qualquer lista de melhores jogos de todos os tempos. Já o pobre GameCube não contava com nenhum bundle em seu lançamento, e obrigava o nintendista a pagar um alto preço para jogar Luigi’s Mansion, um título muito mais modesto e curto que os títulos de lançamento anteriores.
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Infelizmente a primeira grande aventura de Luigi foi um pouco apagada... |
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...mas Luigi voltou para
nos reconquistar! |
Desse modo, com uma jornada curta na qual era possível ver tudo que o game tinha a oferecer em pouco mais de dez horas de jogo, não é surpresa alguma que Luigi’s Mansion, apesar da sua intenção louvável de colocar Luigi nos holofotes, tenha acabado contribuindo para empurrar o pobre encanador magricela ainda mais para baixo em popularidade, e se tornado possivelmente o título mais apagado e sem brilho dos irmãos Mario. Só não podemos nos esquecer que Luigi’s Mansion possuía um brilho próprio e que, mesmo com sua reputação questionável, era mais um daqueles jogos cheios de magia nintendista, capaz de fazer qualquer um que o jogasse com atenção se apaixonar. E é com o objetivo de fazer com que todos os jogadores que acabaram ignorando a aventura anterior possam descobrir essa magia, que Miyamoto e companhia estão lançando uma sequência direta para o 3DS, intitulada Luigi’s Mansion: Dark Moon. E, pelo que parece, Luigi vai finalmente brilhar tanto quanto merece!
O grande show no céu
Miyamoto disse que desde o primeiro Luigi’s Mansion seu objetivo sempre foi criar o máximo de profundidade e imersão possível, para que o jogador se sentisse de fato explorando uma mansão, se colocando no lugar do personagem. O hardware do 3DS acabou se revelando a opção ideal para reviver essa ideia, afinal não dá para ter mais imersão do que com os elementos do cenário saltando diretamente nos seus olhos, não é? Na nova aventura, munido apenas de uma lanterna e do bom e velho Poltergust (vulgo aspirador de pó), espera-se que o jogador explore cada canto dos cenários sem saber ao certo quando um fantasma pode aparecer, criando aquele clima e expectativa que só um bom terror consegue gerar. Mas como se trata de um título para toda a família, é claro que ninguém vai precisar ter medo de jogar com as luzes apagadas. Lembre-se que isso aqui não é Eternal Darkness!
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Miyamoto com Poltergust é tudo que preciso para dar expectativa 5/5. |
Com era de se esperar, o uso do Poltergust (já tão importante no primeiro jogo) está ainda mais criativo e, dessa vez, será obrigatório para solucionar uma série de enigmas pela mansão. Por exemplo, em certo momento você entra numa sala e a chave que você precisa para continuar sua aventura está, surpreendentemente, no topo da hélice de um ventilador de teto. Como você a pega? Se você respondeu "com uma escada", bom, é um pensamento inteligente, mas que tal simplesmente soprar as hélices com seu aspirador e assim derrubar a chave? Muito mais simples, não? O tempo inteiro o jogo vai te estimular a usar o aspirador nos objetos, puxando tapetes ou inflando balões para descobrir novos itens e passagens.
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Toad e Luigi entrando
numa fria daquelas! |
Como se isso já não fosse muito legal por si só, enquanto o primeiro Luigi’s Mansion tinha apenas uma mansão para explorar, dessa vez haverá muitos ambientes diferentes, o que vai trazer ainda mais variedade e recuperar toda aquela atmosfera que esperamos dos grandes jogos da série Mario. Pelos trailers e imagens mostrados até agora, parece que teremos até mesmo uma mansão de gelo, o que deve ser bem bacana de explorar! E com a variedade de missões, naturalmente vem a variedade de fantasmas. Eles prometem dar um show à parte enquanto voam por aí!
Na fuga
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Quem você vai chamar? |
Dessa vez, antes de poder capturar um fantasma, primeiro você precisa deixá-lo atordoado com um raio de luz, para somente depois tentar fisgá-lo para dentro do aspirador, numa mistura da boa e velha pescaria com a clássica captura de fantasmas da série cinematográfica Ghostbusters. Caso você possa se lembrar dos filmes, Peter, Ray, Egon e Winston precisavam prender os fantasmas em seus feixes tratores e puxá-los até uma armadilha presa no chão. Luigi, mesmo sem vestir uma roupa de caça-fantasmas, precisa fazer o mesmo e direcionar as assombrações até a entrada de seu aspirador para poder capturá-los.
Só que nada é tão simples nessa vida. Afinal, depois de serem exterminados no primeiro jogo, os fantasmas estão mais inteligentes e aparentemente souberam se adaptar ao Poltergust. Agora eles vão usar objetos do ambiente para se proteger dos raios de luz de Luigi e alguns mais estilosos chegam até mesmo ao ponto de usar óculos escuros! Mas talvez o mais marcante fantasma novo seja um adorável cachorrinho. Enquanto os cãezinhos vivos parecem adorar correr atrás de ossos, aparentemente os cães fantasmas da Nintendo são viciados em ouro. Então ele irá roubar qualquer posse valiosa de Luigi quando tiver chance e o único modo de reaver seus bens é utilizar uma luz escura que revela itens invisíveis para mostrar suas pegadas espalhadas pelo cenários.
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Os fantasmas se divertem, e o nintendista também! |
Qualquer cor que você goste
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Só faltou a Janine e o Geleia! |
Uma novidade muito bem vinda e que deve esticar consideravelmente a vida útil do jogo é seu modo multiplayer para até 4 jogadores, no qual cada jogador assume o controle de um Luigi com roupas de diferentes cores. Jogando cooperativamente, todos devem trabalhar em conjunto para escalar a assustadora torre Scarescraper. Já as modalidades online oferecem maior variedade de objetivos, colocando os jogadores para competir em corridas contra o relógio, ou vendo quem consegue encontrar primeiro um fantasma escondido, o que parece bastante divertido e deve consumir muitas horas de nossas vidas.
Seja jogando em grupo ou caçando fantasmas por conta própria, se tem uma coisa que podemos ter certeza sobre Luigi’s Mansion: Dark Moon é que o jogo pode agradar a qualquer tipo de jogador. Aqueles que reclamavam do game original ter muito pouco do espírito de um verdadeiro Mario Bros., agora podem se divertir com mundos temáticos e com a aparição de vários personagens clássicos. Já os jogadores procurando um pouco de enigmas e exploração certamente vão ter um prato cheio. Ou seja, Luigi’s Mansion: Dark Moon, de escuro e deprimente definitivamente não tem nada, e desde já parece um dos jogos mais legais e divertidos não só do 3DS, mas de toda a biblioteca da Nintendo.
Luigi’s Mansion: Dark Moon - 3DS
Desenvolvimento: Nintendo
Gênero: Aventura
Lançamento: 24 de Março de 2013
Expectativa: 5/5
Revisão: Marcos Vargas Silveira