CUIDADO: O texto abaixo pode conter spoilers para quem não jogou Skyward Sword. Leia por sua conta e risco!
A lenda vive ao som da música
Mantendo a mesma qualidade e tons musicais presentes na
série Zelda, a trilha sonora de Skyward Sword foi composta, primariamente, por
Hajime Wakai em parceria com o já conhecido produtor de séries musicais para o
mundo eletrônico para a Big N, Koji Kondo, que contribuiu com composições
adicionais para a trilha do jogo. Ambos fizeram um ótimo trabalho, preservando
o estilo do universo Zelda nas músicas, porém, criando novas melodias que iriam
embalar muitos combates e surpresas.
Interessante notar que, durante a realização da trilha
sonora, os membros da equipe desejavam incluir músicas orquestradas na trilha.
Porém, Miyamoto inicialmente interveio no assunto, dizendo que a inclusão de
tais músicas não era necessária para as primeiras apresentações da gameplay do
jogo. Mas, felizmente, depois do verão de 2010 foi decidido que as músicas
orquestradas fariam, de fato, parte da trilha sonora do jogo, e o compositor
musical de Super Mario Galaxy, Mahito Yokota se juntou a equipe de
desenvolvimento musical como diretor de orquestração.
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| Koji , Hajime e Mahito : as mentes por trás da incrível trilha sonora |
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| Uma das "possíveis" capas do álbum |
A primeira das incríveis melodias desse álbum que devem ser lembradas é “Skyloft”, uma melodia simpática, mas nem um pouco cansativa ou enjoativa, que toca a todo momento enquanto Link passeia ou investiga a sua terra natal flutuante, acompanhando também o jogador enquanto ele vislumbra a paisagem e conhece o divertido povo dessa "cidade nas nuvens".
Outra faixa que merece destaque, e que é apresentada ao
jogador logo no inicio da jornada de Link é a música “The Sky”, tocada durante os
voos do jovem guerreiros pelos céus junto de seu loftwing. É uma melodia época
e que prepara o protagonista (e o jogador também) para a próxima batalha que
está por vir.
As músicas presentes nas dungeons do jogo são fantásticas,
combinando perfeitamente com o clima de cada ambiente e com o cenário. Aqui
merecem destaque as três primeiras dungeons do jogo, que possuem melodias mais
marcantes. “Skyview Temple”, da primeira dungeon, parece gerar um constante ar
de mistério, surpresa e apreensão, enquanto “Earth Temple” é uma música mais
ativa que faz o jogador realmente imaginar o calor da lava ou o brilho das
cinzas quando a esta ouvindo. Já “Lanayru Mining Facility” possui duas músicas
distintas: uma para o passado e outra para o futuro. Mas aqui vamos mostrar
apenas aquela relativa ao presente, já que ela compartilha quase a mesma
melodia com a música do passado (com exceção de alguns tons mecânicos que
lembram o funcionamento de uma mina antiga) mas que ao mesmo tempo possui um
tom penetrante de apreensão e um quê de melodia egípcia.
As principais batalhas do jogo também são embaladas por
sinfonias incríveis. Durante as batalhas contra o perverso e mortal demônio
espadachim Ghirahim, ouvimos a frenética “Battle Ghirahim” que, ao longo dos
próximos combates com o vilão, muda um pouco o tom e o ritmo, mas que permanece
tão intensa quanto no primeiro embate épico. A música presente nos combates
contra o terrível monstro de fogo, Scaldera, e contra a fúria implacável da
besta marinha, Tentalus é uma das composições mais marcantes e épicas da
aventura de Link na superfície.
Sinfonias épicas!
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| Até Ghirahim fez uma pausa para ouvir as músicas |
A inseparável companheira de Link em sua incrível e
traiçoeira jornada recebeu uma composição especial que a põe em destaque em
relação a outros personagens do jogo. “Fi’s Theme” é uma melodia que consegue
captar toda a essência desse ser tão simpático e prestativo que Fi é. E além
dessa música, o lendário espírito ainda possui outras, mas uma que merece ser
lembrada é a triste mas bonita “Fi’s Farewell” que toca durante a despedia entre
ela e seu mestre Link.
O tema de um dos vilões mais vaidosos e mortais já presentes na série Zelda merece destaque na trilha sonora da última aventura de Link. “Lord Ghirahim” expressa toda a maldade contida no perverso lorde demônio e demonstra que, apesar de parecer um simples servo de um vilão muito mais perigoso, esse espadachim das trevas pode ser tão letal e perigoso quanto se possa imaginar.
Ao se falar em temas de personagens, talvez a melodia que
mais merece destaque em toda a composição musical de Skyward Sword seja a
belíssima versão de “Zelda's Lullaby” criada especialmente para o jogo. É um tema
belo que surge no momento certo da trama: quando Link e Zelda finalmente se
encontram e o jovem se depara com a terrível e perigosa verdade acerca de seu
destino e de sua jovem amiga.
É um clichê fazer esse tipo de comentário, mas no caso de Skyward Sword, isso fica completamente longe de se tornar um lugar-comum: a trilha sonora do jogo, de fato, é um personagem a mais na trama (e talvez o mais importante deles). Sem a música, o que seriam dos combates, dos momentos tensos e daquelas cenas que são assistidas apreensivamente? Nada. A música torna a aventura de Link e Zelda um épico maior do que ele já o é.
Revisão: Ricardo Bach
