It's dangerous to go alone... take this power coupling with you!
Há pouco mais de um mês, divulgamos no GameBlast um Top 10 dos melhores jogos de Guerra nas Estrelas de todos os tempos, foram escolhas dificílimas. Mas nem tudo são flores, ao escrever este texto sobre essa aberração, a vontade é de ir lá e apagar o que publiquei antes! Yoda Stories é um jogo extremamente curioso, especialmente porque ele não tem enredo aparente ou qualquer objetivo claro a ser completado. O roteiro se resume a prólogos de Yoda para cada uma das fases, as quais são completamente desconexas entre si. Reza a lenda que são quinze missões ao todo, mas nenhum ser humano jamais conseguiu terminar o jogo. Estas tais missões que assemelham-se com uma interminável seqüência de trocas, tal como a correria da Biggoron's Sword de The Legend of Zelda: The Ocarina of Time.Opa! Obrigado pela ajuda hein! |
A única dica do que há de ser feito é o breve prólogo de Yoda, onde ele tenta explicar o porquê de sua visita no local e te deixa um item para iniciar a seqüência de trocas e "pluzzes", na primeira missão, por exemplo, o Power Coupling.
Escorregando pela galáxia
Parece que Luke está dando uma paulada com um pedaço de pau colorido. |
O jogo já era terrivelmente medíocre para PC (mostrando sua atualidade, utilizando uma engine de dez anos antes), mas para o Game Boy ficou tudo muito pior. Para suavizar os controles prejudicados na transição para o portátil, é impossível Luke ficar parado ou preso em algum lugar. Se você ficar de frente para uma parede e forçar o caminho, Luke vai "escorregar" para o bloco adjacente.
Embora irritante no começo, verdade seja dita, está "habilidade" acaba ajudando posteriormente pelos bisonhos terrenos que você passará. São séries de caminhos excessivamente tortuosos, pouco inspirados e habitados por criaturas terríveis como serpentes, aranhas e robôs de formas estranhas.... Todas extremamente ameaçadoras e totalmente relativas ao universo de Guerra nas Estrelas. (percebam ironia em minhas palavras, por favor)
Sprites imóveis
Apesar de tudo, os gráficos são competentes para o hardware do Game Boy Color. A visão de cima não é tão inferior se comparada a títulos como Pokémon Gold/Silver/Crystal ou até mesmo os belíssimos The Legend of Zelda: Oracle of Seaons e Oracle of Ages, embora visivelmente menos coloridos. Mas isso não é suficiente para disfarçar todos os outros problemas. Os personagens ao longo do jogo possuem sprites únicos, ou seja, são imóveis enquanto se mexem. É isso mesmo! Suas imagens apenas mudam de lado ou são espelhadas enquanto estão se mexendo pela tela. Além de ser algo tosco por natureza, atrapalha demais a jogabilidade, isto porque você simplesmente não sabe quando os inimigos estão atacando, ou até se um inimigo é um inimigo mesmo. Por exemplo, Jawas e Stormtroopers em algumas partes do mapa são NPCs, e em outras, inimigos, mas como os sprites são idênticos e não possuem nenhum tipo de ação, você só percebe quando um deles é uma ameaça a partir do momento em que seu HP começa a cair!Você talvez não tenha a capacidade suficiente para perceber, mas nessas cenas estão ocorrendo emocionantes, ferozes e sanguinárias batalhas contra os Jawas e o povo da areia! |
A cara de Yoda diz tudo sobre esse jogo. |
Estragando até o que havia de melhor
Se há algo que é unanimidade em Guerra nas Estrelas é a qualidade de sua trilha sonora, eleita pelo instituto dos cineastas americanos (AFI - American Film Institute) como a melhor de todos os tempos. Sua qualidade foi tão grande que a montagem final dos três primeiros longas foi feita de acordo com o ritmo das músicas para que o casamento entre som e imagem fosse perfeito. Reparem como, no início do episódio IV, o momento em que Darth Vader surge em cena pela primeira vez, na nave da Princesa Léia, a trilha muda de figura e diminui o ritmo, ou então, no episódio V, no Campo de Asteróides, quando os asteróides se chocam na imagem há sempre uma "explosão" na música também. Eu consigo me lembrar das cenas dos filmes apenas escutando a trilha sonora.O personagem de Yoda foi interpretado em todos os filmes que aparece por Frank Oz, um renomado titeriteiros (manipuladores de marionetes) do cinema e TV. Ele cuidou, por exemplo, das marionetes da Vila Sésamo e do The Muppets Show. Sua performance como velho mestre Jedi foi de extremo sucesso - ele que criou a sintaxe peculiar (de colocar os verbos no final da frase) - e mesmo no Episódio I: A Ameaça Fantasma, foi a única das criaturas que se manteve como marionete no filme, não sendo criado a partir de computação gráfica. Todavia, mesmo essa decisão agradando os fãs, as futuras cenas de ação dos próximos episódios exigiram que a velha marionete fosse aposentada. Ainda assim, a voz manteve-se a de Frank Oz e seu carisma inabalável, e é bem provável que ele continue no papel nos próximos filmes de Guerra nas Estrelas.
Star Wars: Yoda Stories consegue ser mais ridículo que essa minha tentativa de escrever uma música instrumental. Além de ser o port de um jogo propositalmente medíocre (era a continuação de Indiana Jones Destokp Adventures, um jogo feito para ser leve e jogado com outros programas em uso) foi capaz de falhar em todos os aspectos na transição para o Game Boy Color, falhando até mesmo em um ponto naturalmente forte de qualquer jogo que pode ostentar "Star Wars" em sua capa, como a trilha sonora.
- Mestre, o que foi que fizemos? - Ao participarmos deste jogo um passo grande ao lado negro demos, Luke... |
Star Wars: Yoda Stories. Game Boy Color, Torus Games/THQ/LucasArts. 1999.
Revisão: Leonardo Nazareth