Análise: Tekken Tag Tournament 2: Wii U Edition

em 10/02/2013

A partir da geração do Nintendo 64, a Nintendo deixou de receber diversos títulos multiplataforma que fizeram a alegria dos proprietário... (por Unknown em 10/02/2013, via Nintendo Blast)


A partir da geração do Nintendo 64, a Nintendo deixou de receber diversos títulos multiplataforma que fizeram a alegria dos proprietários de consoles concorrentes, de forma que as relações com a empresa com as desenvolvedoras third parties é uma preocupação para todos desde aquela época. Com o lançamento do Wii U, a Big N se comprometeu a garantir um grande apoio dessas desenvolvedoras desde o começo, estratégia que em parte se refletiu com a completa line-up de lançamento do console. Uma das franquias que nunca havia dado as caras nos hardwares de mesa da empresa era Tekken, série de luta em cenários tridimensionais criada em 1994 pela Namco. 


Contudo, logo em seu lançamento, o Wii U recebeu a mais nova entrada da série de pancadaria: Tekken Tag Tournament 2, em uma edição especial com o subtítulo Wii U edition. Saiba agora porque o título é imperdível, seja para fãs do gênero ou nintendistas em geral.

Fácil de aprender, difícil de dominar

A jogabilidade de Tekken sempre foi muito marcada pelo seu caráter extremamente técnico. Para os que possuem habilidades no título, é possível realizar combos muito longos e visualmente belos, desde que o timing para aplicação dos golpes seja perfeito e que, ao invés do típico esmagamento de botões de games do gênero, os botões sejam apertados com precisão milimétrica. O resultado são combos de encher os olhos de qualquer um e, provavelmente, é um dos pontos mais altos da jogabilidade do título. Contudo, para se dar bem no jogo não é necessário aprender cada nuance de seus controles, de maneira que jogadores inexperientes podem se divertir sem grandes problemas enquanto que, quase que sem querer, conseguem executar golpes de encher os olhos.



Tag Tournament não faz parte da série principal da franquia, se caracterizando quase como um spin-off. Sendo assim, o outro grande diferencial do título em relação a outros jogos de luta, seu excepcional enredo, ficou de fora do pacote em prol de uma grande festa que homenageia os quase vinte anos deste bem sucedida franquia. Para compensar a falta de sequência para os fatos ocorridos em Tekken 6, a Namco tratou de incluir um modo chamado Fight Lab, que possui um enredo simples, mas não conectado com a história principal da série. O modo possui algumas cenas simples, mas brilhantemente desenhadas e que enchem os olhos de qualquer jogador. A grande sacada do modo é que ele serve como um tutorial para novos (e velhos, mas enferrujados) jogadores, já que durante a campanha o jogador aprenderá toda a gama de movimentos possíveis dentro do universo do jogo. No entanto, o modo possui uma falha em sua execução, já que as explicações não são claras o suficiente e só é possível seguir para o próximo estágio caso os movimentos propostos sejam executados com precisão cirúrgica. Este problema acaba contradizendo o próprio propósito deste modo, já que foi algo criado para tornar o jogo mais acessível e, ao mesmo tempo, é o mais complicado de se jogar.

Conteúdo de encher os olhos

Apesar de não possuir o enredo da série, a série Tag Tournament se destaca por outros fatores que acabam por fazer toda a diferença para os fãs do gênero: o jogo é simplesmente abarrotado de conteúdo! Primeiramente, o título possui tantos modos, que lhe manterão ocupado por muito tempo até para conhecê-los e jogá-los um a um. Para apenas um jogador, há modos tradicionais como o Arcade, Practice , Survival, Time Attack, Ghost Battle e Team Battle. Contudo ainda é possível se aventurar por modos desenvolvidos exclusivamente para o novo console da Nintendo, questão que tratarei mais a frente. Além destes modos, o título conta com um excelente modo online em que é possível participar de ranked matches ou friendly matches, que não entram para os leaderboards do game. Como se não bastasse, ainda é possível salvar replays de lutas e compartilhar com outros jogadores! O jogo ainda conta com o Fight Lab, já citado acima, e uma série de opções de customização que vão desde as roupas dos personagens até as músicas tocadas em cada fase. Por fim, ainda há uma galeria, em que você pode conferir todos os vídeos e conteúdos liberados durante a jogatina.

As cenas de transição do modo Fight Lab possuem um estilo ímpar


Quanto aos personagens selecionáveis, chega a ser chocante a variedade disponível no título. São cinquenta e nove personagens selecionáveis, o que significa que todos os personagens que já deram as caras na franquia desde 1994 podem ser escolhidos para sair na porrada. A quantidade é tão absurda que diversas vezes me flagrei tentando localizar os que mais gosto de utilizar naquela gigantesca tela de seleção. A Nintendo, com certeza, não poderia ter recebido título melhor da franquia neste sentido.

Festa Nintendista

Como se não bastassem todas as qualidades já mencionadas sobre o game, a Namco decidiu compensar os nintendistas não só pelo atraso de dois meses em relação ao lançamento do título para outros consoles como também pela ausência da franquia em consoles de mesa da empresa por todos esses anos. Primeiramente, o jogo pode ser inteiramente aproveitado no GamePad, o que, apesar de ser quase um padrão nos títulos de lançamento do console, acaba por ser sempre uma agradável adição. O ponto contra aqui reside no fato de que, quando jogado na televisão, a tela do GamePad se limita a disponibilizar atalhos para golpes especiais, tal como em Super Street Fighter IV 3D Edition, para Nintendo 3DS. A funcionalidade não adiciona nada relevante para a jogabilidade, além de eliminar toda a diversão de tentar executar os combos sem trapacear. Voltando às exclusividades, o game já vem com todos os personagens disponíveis logo de cara, sendo que alguns eram obtidos apenas por DLCs nas outras versões. Dito isto, podemos ir à parte mais interessante.

Bizarro. Para não dizer mais!
A Namco quis fazer com que o público da Nintendo se sentisse em casa com seu novo game, de forma que alguns modos e desbloqueáveis foram adicionados ao pacote apenas para agradar os fãs do Reino do Cogumelo. Primeiramente, o nível de customização dos personagens chegou a um patamar nunca antes visto, já que agora é possível até fazer desenhos nos corpos dos lutadores diretamente pela touch screen do GamePad. Além disso, é possível vestir os personagens com roupas de personagens clássicos da Nintendo como Mario, Luigi, Peach, Link, Donkey Kong e Fox McCloud! Ver personagens da série com roupas dos carismáticos personagens da Big N é algo muito engraçado, mesmo que em alguns momentos seja levemente perturbador, dada a colisão de dois universos completamente distintos.

Mushroom Battle
A desenvolvedora ainda incluiu alguns modos extras no já transbordante pacote. Foram adicionados modos especiais exclusivos à versão de Wii U. O primeiro deles é o divertidíssimo Tekken Ball. Para os que tiveram a sorte de jogar Tekken 3, o modo já é bem conhecido. Para os que nunca tiveram a oportunidade, o jogo é uma mistura de vôlei com queimada, em que os competidores devem jogar vôlei, mas fazendo de tudo para que o oponente não consiga rebater e sim, ser atingido pela bola. O modo serve como um alívio cômico para as lutas técnicas do jogo, e é extremamente divertido. Contudo, em Tag Tournament 2: Wii U Edition, o modo que brilha é o Mushroom Battle, sim, isso mesmo que você acabou de ler! O modo consiste em lutas comuns, mas com um adicional: cogumelos já bem conhecidos pelos nintendistas ficam surgindo no cenário e aumentam, diminuem ou envenenam os personagens durante os combates. O modo é caótico e lembra um jogo de luta mais no estilo party game, tal como Super Smash Bros. Os dois modos especiais não possuem tanta profundidade como o restante do jogo, mas certamente garantirão muitas risadas em uma tarde com amigos.

Espetáculo visual

Tekken sempre foi uma série que se aproveitou do potencial dos consoles pelos quais já passou, e com o Wii U não poderia ser diferente. O título roda suave, e os gráficos são polidos, com cenários vivos e coloridos. A modelagem e movimentação dos personagens é primorosa, e tornam o título ainda mais deslumbrante. Você se verá tentando realizar combos complexos apenas pelo prazer de vê-los sendo executados de forma tão bela. Dificilmente vemos um jogo em que espancar um oponente é algo tão belo. As músicas também são muito belas (algumas muito engraçadas) e dão o tom perfeito para os combates, empolgando facilmente qualquer jogador.

As arenas são estonteantes!

Adição de peso

Tekken Tag Tournament 2: Wii U Edition pode ser considerado, ao lado de Sonic & All Stars Racing Transformed, o melhor título multiplataforma lançado para o Wii U até agora já que, assim como a Sega, a Namco não se contentou com apenas um port das versões lançadas para os consoles concorrentes e criou uma experiência que caracteriza a versão como a definitiva do título. Para os fãs de jogos de luta, o título é obrigatório. Para os nintendistas, vale o recado que a empresa fez de tudo para que pudessem se sentir em casa com o título!

Prós

  • Jogo transborda conteúdo;
  • Jogabilidade precisa e prazerosa;
  • Modos desenvolvidos exclusivamente para o console da Nintendo;
  • Gráficos e músicas excelentes.

Contras

  • Modo Fight Lab mais confuso do que deveria ser;
  • GamePad é mal aproveitado durante os combates.

Tekken Tag Tournament 2: Wii U Edition – Wii U – Nota: 8.5
Revisão: Leandro Freire 


Siga o Blast nas Redes Sociais

Escreve para o Nintendo Blast sob a licença Creative Commons BY-SA 3.0. Você pode usar e compartilhar este conteúdo desde que credite o autor e veículo original.
Este texto não representa a opinião do Nintendo Blast. Somos uma comunidade de gamers aberta às visões e experiências de cada autor. Você pode compartilhar este conteúdo creditando o autor e veículo original (BY-SA 3.0).