O mundo doido
Usando a mesma estrutura de Super Mario World, Super Mario’s Wacky World levaria o encanador bigodudo a uma região muito mais maluca que a Dinosaur Land ou o Reino dos Cogumelos: a intenção do jogo de CD-i era levar o Mario ao nosso mundo. Por isso, os cenários contavam com ambientes bem conhecidos da gente, pelo menos para quem estudou História Geral: para se ter uma ideia, até o Egito e o Cavalo de Tróia viraram estágios desse irmão renegado do clássico de SNES.Os cenários eram bem mais elaborados que os que o SNES conseguia produzir naquele começo de década de 1990 (mais para o fim da vida do console, Donkey Kong Country e Yoshi’s Island provaram que o Super ainda tinha muito poder oculto). Esse esmero na produção dos cenário não se refletiu nos personagens: eram todos copiados e colados do jogo original. A NovaLogic, responsável pela produção, passou um perrengue para transpor os gráficos do SNES para o CD-i e teve algumas dificuldades em "importar" os gráficos de Super Mario World.
O jogo chegou a ser cancelado não porque parecia péssimo, mas sim porque o CD-i da Philips foi um fracasso tão grande quanto as tentativas do Bowser manter a Peach sequestrada nos jogos do Mario.
Os Estágios
O protótipo do jogo trazia várias fases, divididas em três pequenas áreas (o que lembra um pouco os jogos do Sonic graças a essa divisão. A primeira era a Grécia, onde o encanador se aventurava por colunas gregas enquanto saltava por Koopas vestidos com elmos de centuriões. A partir do segundo estágio, você passeava por dentro do Cavalo de Tróia. O Egito trazia muita areia (ah vá!) e uma esfinge que, aparentemente, não iria devorar o Mario caso ele não soubesse a resposta de uma charada.Os temas seguintes parecem saídos de qualquer outro jogo, menos de um Mario. O encanador viria a explorar um navio, um castelo, uma selva, uma caverna, um pântano, uma cidade de neon e até mesmo um complexo de canos que recebeu o pouco convidativo nome "Tubular" (lembrou da fase do Super Mario World?). No menu ainda aparecia o nome da fase Asteca, de uma mansão, de um vilarejo, de uma região de esgotos e de um laboratório de química, mas nenhuma fase desses estágios chegou a ser produzida.
Considerando todos os jogos de licenças da Nintendo que saíram para o CD-i, é um presente divino que esse jogo nunca tenha ido para frente. Embora melhor produzido que os Zeldas ou o próprio Hotel Mario, as chances desse jogo ser lançado e ir parar na nossa seção “Blast from the Trash” seriam enormes.
Revisão: Rafael Neves