A aventura perdida
Super Mario é minha franquia favorita de todos os tempos, como imagino que também seja o caso de boa parte dos leitores do Nintendo Blast. Tudo bem que The Legend of Zelda é uma aventura empolgante, Metroid tem toda aquela atmosfera sci-fi tão única, Donkey Kong é pura adrenalina (e nem vou começar a falar de Star Fox, Smash Bros., Kirby, Pikmin e tantas outras séries maravilhosas da Nintendo), mas o fato é que Mario se tornou o principal mascote da indústria dos videogames graças a seus jogos impecáveis. Ao longo de mais de duas décadas o rotundo encanador italiano protagonizou muitas aventuras memoráveis, e eu tive o prazer de terminar todas elas. Quer dizer, exceto por alguns níveis perdidos.A primeira aparição de The Lost Levels no ocidente. |
Um Mario para cada nação
A versão americana de "Doki Doki Panic". |
E foi justamente essa dificuldade que serviu de desculpa oficial para não lançar o jogo no ocidente. O então CEO da Nintendo na época, Howard Lincoln, achou que o jogo era traiçoeiro demais, contando com muitos truques baratos que acabavam constituindo mais apelação do que diversão para os jogadores. Howard acreditava que isso atrapalharia as vendas do título no ocidente, e então foi decidido que, nas Américas e na Europa, Super Mario Bros. 2 precisaria ser algo diferente.
Desse modo, a sequência direta de Super Mario Bros. varia dependendo da parte do globo em que você se encontra. Para os japoneses, Super Mario Bros. 2 é quase como um pacote de expansão do primeiro jogo, foi um produto feito para quem já havia explorado todos os recursos da aventura original poder testar suas habilidades, enquanto no resto do mundo Super Mario Bros. 2 é uma mera adaptação do jogo Doki Doki Panic. Toda a confusão de nomenclatura só foi sanada quando Super Mario All-Stars batizou o Super Mario Bros. 2 oriental como Super Mario Bros.: The Lost Levels.
À esquerda, o título original do jogo em sua versão oriental. À direita, a nomenclatura oficial do ocidente, revelada em Super Mario All-Stars. |
“New” Super Mario Bros.
Cogumelos simpáticos para um jogo nada amigável. |
Para começar, não existe mais um modo para dois jogadores alternados, mas sim a opção de jogar como Mario ou como Luigi. Por sinal, essa é a primeira vez em que Luigi aparece com habilidades diferentes de seu irmão, podendo pular mais alto, mas sofrendo com uma "tração" pior, que torna sua corrida mais desajeitada, uma característica que se manteve até mesmo em jogos mais recentes como Super Mario Galaxy.
A estreia das Piranha Plants de cor vermelha. |
Por outro lado, algumas mudanças não fizeram tanto sucesso e acabaram sendo deixadas de lado no futuro, como Lakitus que conseguem respirar debaixo d’água, as fortes rajadas de vento que influenciam os pulos de Mario e Luigi, e as “warp zones” do mal, que levam o jogador a um mundo já visitado ao invés de uma fase mais adiantada.
Um desafio para Super Jogadores
Para chegar aos mundos secretos, é preciso suar muito! |
Quando Howard Lincoln falou da dificuldade extrema de Super Mario Bros.: The Lost Levels, ele não estava brincando. Esse é o único jogo da série Super Mario que exige memorização e muita tentativa e erro, no melhor estilo dos clássicos hardcore de plataforma 2D, como Megaman e Contra. Mas não acredito que todo esse desafio pudesse afastar os jogadores na época, afinal o título conta com os mesmos controles perfeitos de seu antecessor, a mesma trilha sonora cativante e a mesma magia que só os jogos do Mario conseguem ter. Tudo bem, talvez o Howard tenha um pouco de razão sobre a dificuldade exagerada, mas nada apaga o fato de que esse título é mais um jogo absolutamente obrigatório da Nintendo e parte importantíssima de sua história. Quem sabe daqui a alguns anos não tomo coragem e encaro os tais mundos A a D? Um dia, quando eu for um Super Jogador.
Revisão: Rafael Becker