Análise: Wii U

em 27/01/2013

Mais ou menos de seis em seis anos presenciamos o lançamento de um novo console da Nintendo. Particularmente, desta vez, a espera pareci... (por Unknown em 27/01/2013, via Nintendo Blast)


Mais ou menos de seis em seis anos presenciamos o lançamento de um novo console da Nintendo. Particularmente, desta vez, a espera parecia eterna, já que o Wii praticamente se arrastou em seu último ano de vida, com poucos lançamentos de peso e um hardware completamente defasado. O Wii U chegou com a promessa de, mais uma vez, revolucionar a forma com que se veem os videogames. Contando com um controle com uma touch screen, gráficos em alta definição e a ambição de trazer de volta os jogadores ditos hardcore que foram perdidos na geração anterior, o Wii U é um console digno do selo de qualidade da Nintendo, ainda que não seja perfeito.



O console

O Wii U é um console muito belo e elegante, de maneira que além de divertir a todos, ainda consegue deixar sua sala (ou quarto, cozinha... vai saber) mais bonita. O GamePad também é bastante elegante e, apesar de seu tamanho inicialmente assustador, cai muito bem com qualquer ambiente, ainda mais se colocado em sua base (parecida com a que vem no pacote do Nintendo 3DS), que deixa o controle em pé. O único problema neste quesito é que o acabamento do aparelho e controle é em black piano, de maneira que os equipamentos ficarão cheios de marcas de dedos conforme o uso. Ou seja, o console é lindo quando tirado da caixa, mas com o uso vai ficando cada vez menos apresentável.

A instalação e os primeiros momentos com o console

Ao abrir a caixa do console (no meu caso, da versão Deluxe), deparamo-nos com uma série de acessórios, como bases para manter o controle e o console em pé, os panfletos referentes ao produto, a cópia de Nintendo Land (que, diferentemente do Wii Sports que vem com o Wii, vem em uma caixa comum aos jogos do console, e não em um encarte de papelão), o console, cabos e controle. Apesar de não possuir nada demais, o Wii U é o primeiro console de todos os tempos a vir com um cabo HDMI incluso no pacote, o que é uma boa adição e faz com que o jogador não precise se preocupar com nada mais tendo o console em mãos.

O problema aí está no eterno update inicial do console. Ao ligá-lo pela primeira vez, é necessário baixar e instalar o sistema operacional do console, que por algum motivo completamente desconhecido, não vem instalado de fábrica. O download e instalação duram, segundo a Nintendo, cerca de uma hora e meia, então, se você estiver desesperado para jogar o console (como eu estava) é bom se preparar psicologicamente. Felizmente, após a instalação, a festa pode começar, e aí as coisas começam a ficar sérias...

O sistema operacional

Se você pensava que o sistema operacional do 3DS fosse robusto, espere até ver o do novo console da Nintendo. Logo de cara, somos apresentados ao Wara Wara Plaza, que funciona como uma praça em que Miis de todo o mundo interagem e conversam sobre os jogos que estão jogando no momento. Todo o serviço utiliza dados de publicações do Miiverse, a inovadora rede social desenvolvida exclusivamente para o console, mas que, futuramente, dará as caras em computadores, smartphones e tablets. O console ainda conta com aplicativos de vídeo como Netflix, um Registro de Atividades, tal como o de 3DS, que revela estatísticas de jogo no console e um criador de Miis bem parecido com do Wii e 3DS. Além disso, estão as configurações básicas do sistema operacional, como linguagem, resolução da tela, país de residência, etc. O maior problema referente ao sistema operacional é a sua lentidão. Às vezes, o tempo de carregamento de uma tela a outra é de aproximadamente vinte segundos, o que prejudica muito a experiência do usuário. Felizmente, nessa semana foram anunciados dois updates de sistema que deverão corrigir o problema. Mas, enquanto isso não acontece, estamos diante de um problema que chega a ser sério, e bastante incômodo.

Wara Wara Plaza: o início de toda a interação social do console


Outra questão incômoda é a forma com que a empresa está tratando a retrocompatibilidade do console. Para se jogar Wii, é necessário iniciar o sistema operacional do console dentro do Wii U, o que desativa o GamePad e todas as funcionalidades do novo console. Com isso, o processo é mais lento e complicado do que deveria. Pelo menos os jogos de Wii passam a apresentar gráficos mais nítidos graças ao cabo HDMI, o que é uma boa pedida, principalmente para aqueles que não jogaram os recentes clássicos lançados para o console como Xenoblade, The Last Story e The Legend of Zelda: Skyward Sword.

A Nintendo Network

O Miiverse dará as caras em smartphones
Eis um dos maiores acertos da Nintendo com o Wii U: os terríveis Friend Codes finalmente foram deixados de lado e substituídos por uma Nintendo ID única para cada jogador. Assim como nos consoles concorrentes, para adicionar novos amigos, basta enviar o convite. E não é necessário que os dois se adicionem, bastando aceitar o convite ou não. Claro que isso não pode ser considerado uma inovação, mas dado o histórico retrógrado da Nintendo neste quesito, estamos quase diante de uma revolução interna na empresa. Além disso, o Miiverse estimula muito a interação entre jogadores, seja pelas publicações, que possibilitam que sejam trocadas experiências de jogo, desenhos e conquistas, até a possbilidade de se adicionar qualquer pessoa encontrada à lista de amigos. Definitivamente, a Nintendo teve uma aula de interação social via internet para desenvolver o Wii U.

O GamePad

E aqui está a estrela do pacote. O GamePad é ergonômico, leve, bonito e, o principal: muito inovador! Ao jogar Nintendo Land já somos capazes de notar a quantidade infinita de possibilidades que o controle oferece. O conceito é bem parecido com o de um Nintendo DS, mas o distanciamento entre as duas telas (bem como a diferença de tamanhos com as telas de um portátil) adicionam ainda mais possibilidades aos jogos, como por exemplo a tão falada “jogabilidade assimétrica”. Aparentemente, o GamePad é a maior revolução para a criação de novos conceitos em multiplayer desde a possibilidade de se utilizar quatro controles em um só console, tendência lançada também pela Big N, com o Nintendo 64. Ao jogarmos Luigi’s Ghost Mansion ou Mario Chase, fica claro que a forma de interação mudou completamente e abre espaço pra possibilidades inimagináveis até agora.



A disposição dos botões do controle é bastante competente, de maneira que é bem fácil se adaptar com ele. Apesar do tamanho assustar, parece que estamos segurando um controle comum, já que os dedos ficam dispostos de forma que todos os botões são fáceis de serem apertados. A touch screen, por sua vez, responde muito bem, e pode ser utilizada tanto com os dedos quanto com a stylus (já inclusa no pacote), dependendo de sua preferência ou do estilo de jogo que está sendo jogado.

Os jogos

O excelente NSMBU!
A line-up de lançamento do Wii U é imensa e conta com jogos de diferentes estilos, satisfazendo a qualquer tipo de jogador. Por parte da Nintendo, temos o excelente New Super Mario Bros. U e o inovador Nintendo Land, dois games que, por si só, já garantem semanas de diversão. Contudo, apesar de apresentar diversos títulos excelentes de third parties logo no lançamento, como Batman: Arkham City Armored Edition, Call of Duty: Black Ops 2 e Assassin’s Creed 3, é bastante claro que o console carece de novos títulos de peso vindo destas produtoras. É claro que o console ainda está no começo de sua vida, mas é estranho ver diversos títulos importantes sendo lançados na concorrência e sendo deixados de lado no Wii U. Quanto ao que está sendo produzido pela própria Nintendo, fomos surpreendidos nessa semana com trinta e seis minutos que fizeram mais pela empresa do que as quatro últimas E3 somadas. A Nintendo simplesmente anunciou boa parte das franquias que a torna o que ela é hoje em dia, e é impossível não ficar animado com o futuro do console nas mãos da Big N. Apesar de todos os anúncios, a Nintendo ainda não se deu por satisfeita e ainda mostrou o futuro do Virtual Console que, no novo hardware, terá uma série de benefícios como a possibilidade de se jogar os clássicos apenas com o GamePad, a inclusão do recurso de save state introduzido no 3DS e a costumização total dos controles dos consoles emulados. Espetacular é pouco!

O remake de Wind Waker é, desde já, uma das grandes promessas do console!


Contudo, preciso ser realista. O sucesso do console depende muito de jogos multiplataforma. Não estou entrando na questão de gosto aqui, pois eu vivo muito bem com as franquias da Big N. No entanto, estamos falando de uma indústria em que a concorrência é muito acirrada e, comercialmente, não há Zelda que supere um Call of Duty. Essa é a triste verdade. É claro que o console dará alegrias para todos os fãs da franquia da Nintendo (eu incluso), mas se o console não conseguir apoio massivo das third parties, ele tende a ficar cada vez mais abandonado e dependente apenas de Big N. Este cenário definitivamente não é bom. O fato é que ainda é muito cedo para se concluir qualquer coisa sobre isso, e é possível que a Nintendo nos surpreenda como fez essa semana, mas agora com títulos third party, mas isso é uma questão a ser pensada, e certamente é uma das maiores preocupações de Iwata e sua turma.

Connor observa os títulos multiplataforma de longe

Futuro brilhante

O Wii U acabou de ser lançado e já apresenta uma série de conceitos que, certamente, serão copiados pelos próximos consoles da Sony e Microsoft. O console não é perfeito e apresenta uma série de pequenos problemas que, unidos, podem prejudicar a experiência de certa forma. Mesmo assim, estamos diante de um dos videogames mais interessantes que a Nintendo já lançou, e que cada vez mais mostra que tem um futuro brilhante a traçar. E agora, para os felizes donos do console, basta esperar a enxurrada de clássicos que a Nintendo está desenvolvendo para nos presentear!

Yoshi, ao saber do anúncio de dois Zeldas para o console...

Prós

  • Console mais robusto já desenvolvido pela Nintendo;
  • Rede online que funciona;
  • Jogos desenvolvidos pela Nintendo estão fenomenais;
  • GamePad inaugura uma nova era de jogabilidade;
  • Miiverse adiciona muito à experiência do usuário;
  • Virtual Console cheio de diferenciais.

Contras

  • Acabamento em black piano suja muito fácil;
  • Sistema operacional lento;
  • Retrocompatibilidade poderia ter sido melhor pensada;
  • Fraco apoio de third parties.


Nintendo Wii U – Nota final 8.5

Nota do redator: Dado o caráter mutável de alguns pontos, tanto positivos, quanto negativos, a nota final reflete as impressões que o console transmitiu até o momento, podendo não corresponder a todo o seu período de vida.

Revisão: Vitor Tibério 

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